Que o Paulinho das Feiras era tudo menos ingénuo, já todos sabíamos.
Que ele já tinha pregado rasteiras ao Rebelo de Sousa e ao Santana Lopes, também era do nosso conhecimento.
Por isso, não nos devíamos surpreender como mais esta manobra de Paulo Portas.
Depois de escrever que a sua decisão de abandonar o Governo era irrevogável, depois de dizer que continuar no Governo seria um acto de dissimulação, ei-lo a aceitar o cargo de vice-primeiro-ministro!
Irrevogável? Dissimulação?
Que se lixe a coerência, não é Paulito?
Os fins justificam os meios.
E eis como o CDS, que ficou em 3º lugar nas eleições, com uns míseros 11,7% (o PS obteve 28%, o PC e o Bloco tiveram, juntos, cerca de 13%), acaba por tomar o Poder.
Sem exageros.
Portas, além de vice-rei, coloca o Pires das Cervejas na Economia, mantêm o Soares da lambreta na Segurança Social e a parturiente Cristas na Agricultura, e fica com a coordenação das Finanças (vai mandar na Albuquerque Swap), com a reforma do Estado e vai controlar a negociação com a troika!
Um verdadeiro golpe de Estado!
E o Passos Coelho, mais uma vez, mostra que não passa de um totó.
Continuamos tramados…