Nunca posso dizer que já ouvi tudo porque eles continuam a surpreender-me.
E não falo dos que não querem “genéticos” porque acham que os “genéticos” não fazem nada.
Nem falo daquela velhota que me assegurou ter feito uma “miópse” í tiróide.
Ou da outra, muito chorosa, porque tem um irmão com “alzaima”.
Falo daquela senhora com cerca de 75 anos, que se queixa de perturbações de memória. Assegurou-me hoje que ficou muito pior da cabeça desde que aconteceu aquele “suname”.
Está bem, aceito “genéticos” em vez de genéricos, “miópse” em vez de biópsia e “alzaima” em vez de Alzheimer – mas “suname”?!
Em vão tentei perceber o significado do termo, sem perguntar directamente í senhora, para não a melindrar.
Mas ela percebeu pela minha cara que eu estava a leste.
E insistiu: “aquele suname que aconteceu lá no estrangeiro, e que matou aquela gente toda”!
Claro! Afinal, quem mandou por nomes estrangeiros aos maremotos?!