Ontem, o presidente Hugo Chavez espantou os jornalistas, ao dizer que a vitória da Oposição, no referendo que ele propí´s, tinha sido “una vitória de mierda”!
Truculento, Chavez classificava de merdósica, a vitória da Oposição, considerando a percentagem obtida (pouco mais de 50% dos votos).
No entanto, Chavez limitou-se a seguir a tradição dos políticos truculentos. Há-de haver por aí malta que ainda se lembra de Pinheiro de Azevedo, o almirante sem medo?
Para quem não se lembra, ou não sabe, eu recordo, ou informo: Pinheiro de Azevedo foi primeiro-ministro do 6º Governo Provisório, após o 25 de Abril de 1974. O país estava uma bagunça ingovernável. Nas ruas, os sindicatos, dominados pelo PCP, davam a ideia de que o Poder era deles. As pessoas não sabiam muito bem o que queriam para o país: uma democracia formal, í moda do resto da Europa, uma democracia popular, í moda sabe-se lá de quem (do Chavez, por exemplo?), um regime tipo-cubano, uma ditadura pura e dura, como os países da chamada Cortina de Ferro?
Certo dia, os trabalhadores da construção civil, com betoneiras e tudo, resolveram sitiar a Assembleia da República, com deputados e governo lá dentro.
Depois de muitas horas de negociações, os operários deixaram sair os deputados do PCP e mantiveram o cerco aos restantes “representantes da burguesia”. A páginas tantas, o primeiro-ministro, almirante Pinheiro de Azevedo, conhecido por não ter papas na língua, veio a uma varanda do edifício da Assembleia e, enfrentando os milhares de manifestantes, berrou: «Bardamerda para o socialismo!»
Azevedo tinha razão. Quem queria o socialismo com betoneiras a sitiar a Assembleia dos representantes da Nação, bem podia mandar esse socialismo í merda?
O caso de Hugo Chávez é um pouco diferente e cheira mais a mau perder. Se a Oposição ganhou o referendo com pouco mais de 50% dos votos e foi “uma vitória de merda” – como classificar a derrota de Chávez?
Se considerar-mos todas as democracias estilo norte americano que andam por este planeta, se calhar estamos a exagerar na avaliação deste hugo chavez, está certo que nem uma nem outra estão correctas, mas o facto é que não o tenho visto , e já vejo o seu blog há uns aninhos porreiros, criticar outras ditaduras apoiadas pelos nosso “amigos” do lado de lá do atlantico.e olhe que até tenho alguma estima pelo seu trabalho neste blog.sejamos justos.
abraço
Começo por corrigi-lo: “considerarmos” escreve-se tudo pegado (“mos” não é nada – a forma reflexa dos verbos faz-se com “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos”, “se”). Continuo, informando-o que não gosto de ditaduras, apoiadas seja por quem for, EUA incluídos. Se pesquisar o Velho Coiso (link disponível na 1ª página do actual Coiso), encontrará muitas referências ao Sr. Bush (http://www.coiso.net/velhocoiso/bush.html)
De qualquer modo, há uma coisa que é incontornável: o povo americano tem a democracia no sangue, enquanto que os russos, por exemplo, não sabem viver senão em ditadura, mesmo que disfarçada.
So falta saber o que é que o povo português tem no sangue… Os três FFF do tempo da outra senhora ainda servem muito bem a “democracia” actual.
Caro Artur, peço desculpa pelo mau Português , já percebi que o Sr. é mais instruido que eu,mas , sabe só quem não vive nos USA, é que diz uma barbaridade dessas.Não me leve a mal este comentário, pois até tenho um irmão que lá reside,e acredite numa coisa, democracia é coisa que os norte americanos não teêm nem nunca tiveram no sangue,basta ver a forma como eles limparam os nativos do continente americano.Quanto á actualidade, são mais conservadores e pequenos “ditadorzinhos”que os russos, e aproveito para lhe dizer que não falei dos russos mas sim do chávez.E olhe que eu não acredito em comunismos.
abraços
Democracia é isto.
Quanto í limpeza étnica levada a cabo pelos fundadores dos Estado Unidos, é evidente que não posso estar de acordo, assim como condeno a Inquisição, a Guerra dos 100 anos e a aspirina em jejum.
Aceito que os norte-americanos sejam conservadores, retrógrados, ditadores em potência e tudo o que o meu amigo quiser mas…O Chavez é que não, por favor.