Foi o primeiro grande sucesso desta escritora polaca que, no ano passado, foi galardoada com o Nobel.
Depois de ter lido Viagens (2007) e Conduz o Teu Arado Sobre os Ossos dos Mortos (2009), estava com curiosidade em ler este livro, escrito mais de dez anos antes – e verifiquei que Tokarczuk encontrou mesmo uma nova maneira de escrever romances.
Este Outrora e Outros Tempos podia ser um calhamaço de 600 páginas, já que a acção decorre numa aldeia polaca, e percorre a Grande Guerra, a crise que se lhe seguiu, a Segunda Grande Guerra, a ocupação nazi, a ocupação soviética, o regime comunista, a passagem para a democracia liberal.
No entanto, Tokarczuk resolve este “problema” com textos curtos, cada um deles dedicado a um dos habitantes da aldeia. É o exemplo de Mísia; assistimos ao seu nascimento, í sua infância, ao seu casamento, ao nascimento dos seus filhos, í sua velhice e í sua morte.
E o mesmo se passa com as restantes personagens, nas quais, a escritora inclui objectos, casas, móveis, árvores, porque todas elas fazem parte da aldeia.
Gostei.