“O Assassino Cego”, de Margaret Atwood (2000)

Foi com este The Blind Assassin que a canadiana Margaret Atwood venceu o Booker Prize de 2000.

Só agora o li e foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos.

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A narradora é Iris Chase, uma octogenária com um coração doente que vai recordando a sua vida desde a infância, desde o tempo em que o seu aví´ enriqueceu com fábricas de botões. Depois, veio a Primeira Guerra, a Depressão, a Segunda Grande Guerra e a família Chase vai sofrendo convulsões, dramas e alegrias.

Iris tem uma irmã, Laura, com uma personalidade peculiar – hoje diríamos que seria, talvez, uma Asperger. Logo no início da narração, sabemos que Laura morre num acidente de automóvel, dez dias depois de terminar a Segunda Grande Guerra.

Postumamente, é publicado O Assassino Cego, romance alegadamente escrito por Laura e que é um sucesso instantâneo, mas Iris tem revelações surpreendentes para fazer, no final do livro.

Assim, esta obra de Atwood apresenta a narração de Iris Chase, intercalada com alguns capítulos do livro alegadamente escrito pela irmã e algumas notícias publicadas em jornais da época, relacionadas com a família Chase.

É começar a ler e não querer parar.

Edição Livros do Brasil, tradução de Elsa T. S. Vieira

Exposição de Miguel Palma no CCB

Chama-se “(Ainda) O Moderno Desconforto” e mostra muitas obras deste artista-performer, nascido em Lisboa há 55 anos.

Para um leigo como eu, a Exposição reúne uma série de engenhocas (não digo geringonças, porque o termo está estafado) muito curiosas.

Logo í  entrada, temos uma ambulância verdadeira; olhando lá para dentro, como os mirones fazem nos acidentes, podemos ver o simulacro de um acidente, com automóveis miniatura; mais í  frente, um tanque de guerra projecta uma série de imagens coladas aleatoriamente. Depois, nas duas salas da Exposição, encontramos diversas peças que merecem referência.

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Ao acaso, falo na mesa de pingue-pongue com buracos que parecem ter sido causados por obuses, ou a barra de ferro com um pequeno televisor na extremidade, onde podemos ver uma ginasta romena evoluindo na barra olímpica (a peça chama-se Barra Comaneci!).

A ironia aliada í  tecnologia. Mas há muito mais: uma máquina que tritura diversos electrodomésticos, um Google Plane que, na sua base, tem o céu estampado e que, em cima, tem fotos da Terra, e ainda a viatura em que o autor se fez transportar há uns anos e que é um verdadeiro bólide feito í  mão (na foto).

Gostei e recomendo.

“A Lotaria e Outras Histórias”, de Shirley Jackson (1948)

Shirley Jackson (1916-1965) viveu apenas 49 anos mas é considerada uma das mais influentes escritoras norte-americanas, herdeira do gótico americano, iniciado por Edgar Alan Poe.

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O conto “A Lotaria”, publicado em 1949 no The New Yorker, provocou grande celeuma e alguns leitores pensaram que ele relatava algo de real, e cancelaram a assinatura da revista. Há que ler o conto para perceber porquê.

Tirando este conto, que faz mesmo lembrar Poe, os restantes 24 contos são, no mínimo, curiosos. Obviamente datados, retratam famílias em que as mulheres estão em casa, a cozinhar ou bordar ou em outras tarefas domésticas e, em que os homens estão ausentes, porque trabalham.

Em alguns dos contos, as mulheres são jovens que vivem sozinhas em Nova Iorque, vindas da província, e estão com dificuldade em viver na grande cidade.

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Toda a gente fuma, claro – a própria escritora era uma grande fumadora.

Vale a pena ler.

Edição da Cavalo de Ferro, tradução de Rita Carvalho e Guerra

Este bastonário não me representa

Miguel Guimarães foi eleito bastonário da Ordem dos médicos em 2017 por 10 830 médicos, de um total de 50 680 inscritos na Ordem.

No entanto, nas eleições, Guimarães obteve 73% dos votos, uma vitória esmagadora sobre os opositores, ílvaro Beleza incluído.

O problema é que apenas 29% dos médicos inscritos na Ordem se deram ao trabalho de votar, o que quer dizer que Guimarães, embora represente a maioria dos médicos votantes, apenas se pode outorgar o direito de falar por cerca de 20% dos médicos inscritos.

É pouco.

É sobretudo pouco quando Miguel Guimarães, em vez de se “limitar” í s questões relacionadas com a ética e a formação médica, se lança na política partidária, atacando permanentemente o Governo, contribuindo para os problemas, em vez de fazer parte das soluções do SNS.

Aqui há uns meses, surgiu a notícia de que a Galiza queria contratar médicos portugueses, oferecendo-lhes altos salários. Logo Guimarães se chegou í  frente, surgindo nas televisões, dizendo que, em Espanha, os médicos eram muito mais considerados que em Portugal e que era natural que aceitassem sair do país para trabalhar aqui ao lado.

Quando, algum tempo depois, se percebeu que os tais altos salários eram promessas vãs e que os médicos que aceitassem ir trabalhar para a Galiza, teriam que saltar de serviço em serviço, fazendo várias urgências por semana para conseguir as tais remunerações principescas, não ouvi o bastonário vir pedir desculpa e fazer o contraditório.

Nas várias declarações que tem feito – e que são muitas – oiço-o sempre “defendendo” o SNS sem nunca dizer aquilo que ele sabe, melhor do que eu, que está na génese da falta de médicos no serviço público: a fuga para os hospitais privados.

Como é possível que um bastonário aceite que os membros da sua Ordem sejam formados pelas Universidades públicas, façam os estágios nos hospitais públicos, se especializem nos hospitais do SNS e, assim que são especialistas, se pirem para os privados?

E depois, quando o novo governo é anunciado, os média anunciam: “os médicos contra a continuidade de Marta Temido e Mário Centeno”

E lá aparece o bastonário, com aquele seu ar superior, a dizer que António Costa “não está a saber aproveitar a nova oportunidade que os portugueses lhe deram”, ao manter em funções a ministra da Saúde e o ministro das Finanças!

Mas será que este palerma não percebe que mais de 2 milhões de portugueses votaram no PS e que isso legitima as escolhas do Costa?

Será que Guimarães pensa que os 50 680 médicos inscritos na Ordem votaram no PSD, no CDS ou pior?!…

A Gaiola das Malucas

Morais Sarmento, o ex-boxeur do PSD, classificou o seu partido como uma gaiola das malucas.

Gaiola das Malucas – no original, La Cage aux Folles – é um filme italo-francês de 1978, realizado por Édouard Molinaro, com Ugo Tognazzi e outros.

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O filme conta a história da chegada de Laurent Baldi í  casa dos pais, um casal homossexual formado por Renato, o gerente de uma boate drag de Saint-Tropez, e Albin, a atracção principal do estabelecimento. Laurent volta para casa para anunciar que está noivo de Andrea, filha do político ultra-conservador Simon. Com a ocorrência de um escândalo sexual no seu partido político, Simon decide casar sua filha com Laurent para poder fazer os média esquecer tudo, sem imaginar como é a família do noivo.

Acho que não é preciso dizer mais nada sobre o PSD…

A esfinge de Boliqueime está triste

Cavaco Silva fez saber que está triste com o resultado do PSD nas eleições legislativas.

Habituado a maiorias absolutas, não consegue digerir os 28% de Rui Rio – e faz questão de o dizer publicamente, o que equivale a uma facada nas costas do actual líder do PSD.

A criatura foi comparada a um eucalipto, que tudo seca í  sua volta. Ainda hoje, quando o vejo na televisão, não consigo tirar essa imagem da cabeça. Cavaco faz mesmo lembrar um eucalipto – hoje em dia, um eucalipto velho, seco, depauperado e com uma azia do camandro!

Deve ser difícil para ele ver um socialista ocupar o seu lugar durante tantos anos. No entanto, apesar de se afirmar triste, no fundo, Aníbal deve sentir uma pontinha de felicidade por assistir í  derrota de Rio, de quem não gosta especialmente.

De quem ele gosta, pelos vistos, é da Maria Luís Albuquerque, aquela especialista em swaps.

Nesta sua afirmação pública de tristeza, Cavaco lembra o nome de Maria Luís, dizendo que ela é “uma das mulheres com maior capacidade de intervenção que conheci”.

Será que a Dona Maria Cavaco Silva teve conhecimento destas afirmações?

Algo vai mal no reino de Boliqueime!…

E ainda se queixam do SNS!…

Fui fazer um tac crânio-encefálico e um angio-tac das carótidas í  Cuf Almada. Como tenho ADSE, “…só” paguei o que consta da tabela deste subsistema, isto é, 74 e 130 euros, respectivamente. Depois, enviei a factura para a ADSE e aguardo que me seja feito o reembolso de parte daquela despesa.

Para todos os efeitos, paguei 200 e tal euros í  Cuf para que me fizessem aqueles dois exames.

Fiz os exames sem qualquer problema, o atendimento, por parte da técnica, foi excelente.

Paguei os 200 e tal euros na secretaria e, quando ia a sair da Clínica, recebi um sms da Cuf, informando-me que o exame tinha sido cancelado.

Espantado, voltei í  secretaria e perguntei í  funcionária: então, o exame que acabei de fazer foi cancelado?

Ah! Não ligue!… ““ exclamou a funcionária ““ fez o exame, não fez?… então…

Encolhi os ombros e deixei a Clínica com a indicação que os exames estariam prontos no dia 30, mas era melhor só os ir levantar no dia seguinte.

Assim fiz. Ontem dia 1 de outubro, lá estava na Clínica Cuf Almada, para levantar os meus tão ansiados exames, os que iam determinar se tinha, ou não, uma carótida entupida, se tinha, ou não, alguma sequela de um eventual avc.

Não estavam prontos.

Disse-me a menina da secretaria que o médico se tinha atrasado, mas, se quisesse levar o cd com as imagens, depois, podia consultar o relatório na app mycuf. Embora desiludido, e ansioso, aceitei o que a menina me disse e sentei-me, aguardando que o cd fosse gravado.

Entretanto, percebi que havia um problema qualquer de folgas e que as senhoras da secretaria estavam preocupadas com isso e, uma delas, aquela que me atendeu, estava até a choramingar.

Aguardei…

Vi, depois, que o encarregado de transcrever os relatórios, chegou ao serviço e que a sua colega administrativa lhe explicou que um senhor (eu), tinha lá ido buscar os exames, mas que ainda não estavam prontos. “…Mas ele já levou o cd”, disse a administrativa.

Fui ter com ela e lembrei-lhe que continuava í  espera do cd. Olhou-me com surpresa; já não se lembrava de mim e só tinham passado alguns minutos!

Enfim, lá me deu o cd e avisou-me que o relatório estaria no mycuf talvez só amanhã!

Regressei a casa um pouco chateado: o resultado daqueles exames era mesmo muito importante para a decisão terapêutica.

Mas aguardei…

Durante a tarde, consultei, de vez em quando, a app mycuf, mas nada constava, no menu “…resultado de exames”.

Até que, a meio da tarde, alguém me telefonou da Cuf, informando-me de que o relatório dos meus exames estava, finalmente, pronto. Poderia ir levantá-lo. Quanto ao mycuf, talvez lá surgisse o relatório, mas era coisa para demorar umas horas…

Pela segunda vez, desloquei-me í  Clínica Cuf Almada e, finalmente, levantei o relatório dos meus exames que, felizmente, estavam melhores do que eu esperava.

Quando cheguei a casa, tinha, na caixa do correio, uma carta da Cuf avisando-me que teria de pagar um adicional de 12 euros devido ao contraste que foi utilizado no angiotac.

Tinha estado, por duas vezes, pessoalmente, na Clínica e nenhuma das administrativas me avisou disso e, só depois de ter regressado a casa, é que fico a saber que ainda devo mais 12 euros! Quem me enviou aquela carta, afinal?!

Praguejei e paguei os 12 euros por transferência bancária.

Passado algum tempo, recebo um sms a avisar-me de que deveria pagar os 12 euros; se não o fizesse, ficaria sujeito a juros!

Quanto aos relatórios dos meus exames, nada constava na aplicação mycuf.

E nada continuava a constar hoje, quase 24 horas depois.

E ainda dizem mal do SNS!…

As Obras Completas de W. Shakespeare em 97 minutos

No Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa, assistimos a esta peça de 1987, da autoria de Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson, encenada por António Pires e interpretada por Pedro Pernas, Ruben Madureira e Telmo Ramalho.

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Esta peça esteve muito tempo em cena no S. Luiz e eu sempre senti curiosidade em vê-la, mas, por uma razão ou outra, nunca se proporcionou.

Quando vi um cartaz na rua a anunciar a sua reposição, comprei os bilhetes on line e fomos hoje vê-la.

Divertimo-nos í  grande.

A peça está muito bem esgalhada e os actores são óptimos. As soluções cénicas são excelentes e a participação do público acaba por criar uma empatia com os actores. A parte final, com o Hamlet a ser resumido em menos de um minuto e, depois, a ser declamada de trás para a frente, é hilariante.

Claro que o texto é excelente, mas a performance dos três actores não lhe fica atrás. E são todos igualmente bons.

Tropa fandanga

Não sabia como tinha nascido esta expressão, muito usada pelos meus pais e avós, como significando um grupo de pessoas, geralmente, miúdos, malcomportados, ou malvestidos, ou ambas as coisas.

Pesquisando no site Ciberdúvidas, encontrei esta explicação:

“…O termo tropa-fandanga é formado de duas palavras: o substantivo tropa e o adjectivo fandanga.

Tropa é um termo oriundo do francês troupe, redução de troupeau, «rebanho» (final do séc. XII), provavelmente do latim turba, «multidão em desordem ou movimento». Começou por designar um bando de animais e uma grande quantidade de pessoas juntas, uma multidão. No século XV, já a palavra era utilizada como designação de conjunto de homens de armas: este significado permanece, coexistindo, ao longo dos séculos, com o de grande quantidade de pessoas. No plural (as tropas), o termo passa a designar essencialmente os corpos militares que compõem o exército, o próprio exército, enquanto no singular tem várias acepções, da qual importa aqui a de «bando, multidão». Por curiosidade, refira-se que esta palavra é da família de trupe (tem a mesma etimologia), que significa conjunto de artistas, de comediantes, de pessoas que actuam em conjunto e, ainda, na gíria coimbrã, um grupo de estudantes trajados dispostos a exercer a praxe.

A palavra fandanga é a forma feminina do adjectivo fandango, formado do substantivo que designa a conhecida dança popular sapateada, termo este que entra em Portugal, vindo de Espanha, apenas no século XVIII. Pela conjugação da vivacidade da música, do ritmo, do barulho provocado pela dança e dos que nela participavam, o substantivo fandango passa a ser usado, em sentido figurado, na acepção de «balbúrdia». Surge, então, o adjectivo fandango, com o significado de «ordinário», «desprezível», «caricato», registado em dicionários portugueses no início do século XX.

Cria-se, assim, o termo tropa-fandanga, que significa gente desordenada, indisciplinada, grupo de pessoas que não merecem consideração, gente desprezível.”

Parece que a minha família aplicava bem este termo.

Quando fui mobilizado para fazer o Serviço Militar Obrigatório, nos idos de 1980, passei dois meses na recruta, nas Caldas da Rainha, e achei que aquilo era mesmo uma tropa fandanga.

Formámos um pelotão de médicos que se tinham safado da guerra colonial graças aos estudos universitários e, sobretudo, graças ao 25 de Abril.

Em 1974, eu estava apenas no 3º ano da faculdade de Medicina, e fui conseguindo adiamentos para servir a Pátria. Em 1977 terminei o curso e fiz o internato durante dois anos. Mais adiamentos. Em 1980 fui fazer o Serviço Médico í  Periferia para Mourão, no Alentejo e, em setembro desse ano, acabaram-se os adiamentos. Em vez de ir fazer consultas médicas aos alentejanos, fui aprender a montar e desmontar G-3, a fazer ombro-arma e funeral-arma e outras mariquices próprias da tropa.

Foi por isso que escrevi que o melhor da tropa eram as lições de dança ““ porque a chamada ordem unida não passa de verdadeiras lições de dança, onde os praças aprendem a marchar a compasso, a virarem para a direita ou para a esquerda ao mesmo tempo e a apresentarem a arma de forma digna e correcta.

E para quê, num país em paz?

Para nada!

A Costa Rica não tem forças armadas e está bem, muito obrigado.

Nós temos… porque sim.

Vem tudo isto a propósito de Tancos.

Para memória futura apenas recordo que armas e munições foram roubados dos paióis de Tancos e que, meses depois, os ladrões parece que se assustaram e concordaram em devolver as armas e munições, que foram encontradas na Chamusca.

Durante dois anos, o Ministério Público investigou este assombroso caso (coisa que qualquer CSI resolve num episódio de 50 minutos) e esta semana, em plena campanha eleitoral, designou como arguidos, além dos ladrões, uma série de militares e um ministro, culpados de terem encenado o encontro das armas. Parece que a Polícia Judiciária Militar, para fazer pirraça í  PJ civil, negociou com os ladrões a devolução das armas, de modo a parecer que fora um grande feito da investigação. Tudo isto, com o conhecimento e conivência do ministro da Administração Interna, quem sabe do primeiro-ministro, quem sabe, até, do presidente da República.

Portanto, esta tropa que deixa os seus paióis serem assaltados desta maneira tão artesanal e que, depois, entra em negociações com os ladrões para reaver o furto, só para passar a perna aos seus congéneres civis, não passa de tropa fandanga.

E se algum ministro, primeiro ou segundo, e algum presidente, foram coniventes com esta farsa, isso só mostra que, apesar de ser uma instituição ultrapassada e inútil, a tropa ainda consegue meter medo a muita gente.

Claro que os dirigentes da Direita, sobretudo o impoluto Rui Rio, aproveitaram esta brinca para desancarem no ministro Azeredo Lopes e no chefe do governo, António Costa.

Rui Rio, o tal que é contra julgamentos na praça pública, já julgou e condenou o Lopes e o Costa ““ são ambos culpados de terem participado na farsa da recuperação das armas.

Se eu fosse ao Costa, desistia já das eleições e deixava o Rio ganhá-las e formar governo. Depois, sentava-me í  espera de ver como a tropa o iria assar em lume brando, até ele ficar completamente chamuscado.

É que não se brinca com a condição militar…

Sorrisos

O Sousa precisa de se submeter a uma extração dentária e só confia naquela estomatologista.

Só que ela saiu da clínica onde trabalhava e foi tratar das bocas para outra clínica, chamada Sorriso Qualquer-coisa.

Fui procurar no Google; escrevi “…clínica sorriso” na caixa de diálogo e saiu-me isto:

Centro do Sorriso, Fábrica do Sorriso, Sorriso Saudável, Sorriso Mais, Construímos Sorrisos, Clínica do Sorriso, Sorriso com Arte, Sorriso Natural, Encontro num Sorriso, Sorriso í  Medida, Sorriso e Saúde, Sorriso Diário, Onda de Sorrisos, Sorriso Vital, Doutor do Sorriso, Sorriso Vaidoso, Sorriso Marcante, Sorriso Amigo, Sorriso Feliz, Sorriso de Luz, Pleno Sorriso, Sorriso das Estrelas, Sorrisos Perfeitos, Sorrisus, Sorriso de Novela, Sorriso Metálico, Sorriso Especial, Sorriso e Saúde, Sorriso Implantes, Com Sorriso na Cara, Um Sorriso para a Vida, Ganha Sorriso, Sorrir Sempre… e parei na Clínica Smile Up, porque as entradas eram superiores a 24 milhões!

No entanto, não encontrei clínicas que preferissem os sorrisos Idiota, Néscio ou Parvalhão. Trata-se, portanto, de uma discriminação intolerável!

Os odontologistas e médicos estomatologistas estão com uma falta de imaginação que não merece sorrisos!…