Desmanches

Está deprimido, costuma desmaiar, tem insónia, sente nervosismo ou medo, tem dores de cabeça constantes, sofre de maldição hereditária, tem vícios, vive na miséria, está atolado de dívidas, foi í  falência, é vítima de inveja e/ou de bruxaria, costuma ouvir vozes espirituais, vê vultos, é infeliz no amor, pensa em matar-se ou tem problemas familiares?

Esta igreja resolve todos estes problemas – mas só í s sextas-feiras, que nos outros dias da semana tem mais que fazer…

Em compensação, nesse dia, há quatro turnos para desmanchar todo o mal: í s 8, í s 10, í s 15 e í s 20 horas.

Pressupõe-se que, se o mal for muito complicado, não deve escolher a sessão das 8 da manhã porque só terá duas horas para resolver o problema – já que há outra sessão logo í s 10 horas. Talvez seja recomendável a sessão das 15.

Deve ser o caso, por exemplo, da maldição hereditária, sobretudo quando ela já vem do tempo dos bisavós.

Também deve ser complicado se a pessoa sofrer de mais males simultaneamente.

Convenhamos que estar deprimido, ter um vício, ser vítima de bruxaria, ouvir vozes, ver vultos e ser infeliz no amor, tudo ao mesmo tempo, para além de ser uma grande maçada, deve ser muito difícil de desmanchar.

No entanto, há uma coisa que não compreendo: esta lista foi feita aleatoriamente ou por ordem de frequência? Quer dizer, sem dúvida que a depressão, os desmaios, o nervosismo, a insónia e o medo devem ser dos males mais frequentes, por isso ocupam os dois primeiros lugares, mas colocar os problemas familiares em 12º lugar, parece-me errado.

De qualquer modo, ficam a saber: a IURD desmancha tudo isto e aqui bem perto, na Cova da Piedade.

Bem haja!

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“A Porta”, de Magda Szabó

Magda Szabó nasceu em 1917, em território húngaro do Império Austro-Húngaro, e morreu em 2007, três anos depois da Hungria ter aderido í  União Europeia.A sua longa vida permitiu-lhe ter —passado por duas guerras mundiais e por diversas mudanças de regime político. Durante o poder comunista, teve problemas, como muitos outros escritores, tendo estado dez anos impedida de publicar, uma vez que não se conformava com o chamado realismo socialista.

Viveu o suficiente para ainda ver a Hungria transformar-se numa democracia – ironicamente, com ultra-direitista, nacionalista e xenófoba.

Este livro, A Porta, editado em 1987, relata a relação tumultuosa entre a escritora e a sua empregada, Emerence, uma velha senhora de difícil trato, orgulhosa e avessa a grandes amizades.

A narradora, que penso ser a própria Szabó, desenvolve uma relação ambivalente com a sua empregada, que é também uma espécie de porteira do prédio onde ambas vivem. Uma das críticas citadas na contracapa do livro, da London Review of Books, diz “Um dos triunfos alcançados por Szabó foi ter escrito uma obra profundamente política, enraizada na vida doméstica”,

—Sinceramente, não entendi a história dessa maneira. A narradora é uma intelectual, católica, que passa o dia a escrever e Emerence é uma mulher-a-dias, que despreza a religião e a educação, que trata mal toda a gente e que acaba por ter um acidente vascular cerebral e morrer, sendo que a escritora se sente culpada pela sua morte .

Tive dificuldade em perceber alguma segunda leitura do texto – até porque me pareceu confuso em algumas passagens,

Por exemplo, na página 220:

“Penso, vezes sem conta, que, no fundo, tudo se desenrolou de uma forma muito simples. Emerence já não fazia pesar os seus problemas insolúveis sobre os raros parentes e o círculo mais ou menos definido das suas relações, tudo ela resolvera pessoalmente, num gesto autoritário, í  maneira de um grande chefe guerreiro. Quando não se tem mais nada a fazer por si mesmo, porque já não se pode, convém, então, pí´r um ponto final na coisa, pois, quando a humanidade caminhar há muito í  escala das estrelas, os que estiverem vivos estarão longe de imaginar que, por uma chávena de cacau, nos entregámos a tristes combates, sós ou contra outros, mas, mesmo nessa altura, nunca se poderá corrigir o destino de quem não tem lugar na vida de ninguém”.

Não percebi!… Parece que falta aqui qualquer coisa.

E passagens destas são frequentes, o que tornou a leitura deste livro um pouco penosa.

“O Progresso do Amor”, de Alice Munro

—Alice Munro, Prémio Nobel em 2013, nasceu em Wingham, Canadá, em 1931, e talvez por ser canadiana, a sua escrita me parece muito mais europeia que canadiana.

Conhecida pelos seus contos, Alice Munro descreve-nos personagens credíveis, que imaginamos com facilidade. As suas histórias são banais mas ricas em pormenores.

Ficamos a conhecer os traços fisionómicos dos intervenientes, a maneira como se vestem, as suas profissões, as casas onde habitam e os episódios das suas vidas são contados com —minúcia. As histórias não têm um final, mas isso não é o mais importante – ao fim e ao cabo, qual é o final da vida?

Nunca tinha nada desta autora e confesso que não me entusiasma por aí além, embora pense que Alice Munro merece ser lida e, por isso mesmo, já tenho outro livro dela na calha. Pode ser que, ao segundo, fique mais convencido.

O Progresso do Amor é uma colectânea de dez contos, publicada em 1985, e editada em Portugal pela Relógio de ígua em 2011, com tradução de José Miguel Silva.

 

“Caravanas”, de Chico Buarque

Foi em 1966 que Chico Buarque começou a sua carreira como músico, compositor, intérprete do melhor que se fez na chamada música popular brasileira nas últimas décadas.

Só quase 10 anos depois o descobri, com o LP duplo “A Arte de Chico Buarque”.

Fiquei fã.

Chico consegue juntar três características únicas: excelentes melodias, letras óptimas e interpretação correcta. Ainda por cima, as letras são saudavelmente de esquerda. Sim, de esquerda!

—Saiu agora o seu último trabalho, “Caravanas” – é apenas meia hora de canções, nove temas perfeitos, que tenho escutado todos os dias.

É muito bom chegar aos 74 anos e conseguir atingir esta perfeição.

Destaco, no entanto, dois temas: “Tua cantiga” e “Caravanas”.

Dois clássicos instantâneos.

No dia 7 de Junho, iremos vê-lo ao vivo!

“A Gorda”, de Isabela Figueiredo (2016)

Confesso que há muito tempo que não lia um livro de um autor português e confesso que fiquei muito surpreendido com este romance de Isabela Figueiredo, uma jornalista e professora de português, nascida em Moçambique e que veio para Portugal em 1975.

—A gorda do romance, é também professora, filha de colonos portugueses, retornados a Portugal após o 25 de Abril e grande parte da acção decorre em Almada, Costa da Caparica, Cova da Piedade – e talvez, também por isso, identifiquei-me muito com esta história.

Maria Luísa é a protagonista e é uma lutadora: luta contra uma mãe castradora e um pai problemático, luta contra o seu corpo, cada vez mais pesado e disforme, luta contra uma paixão, que a consome e que não consegue ultrapassar.

A certa altura, Maria Luísa decide fazer psicanálise:

“A triagem remeteu-me para a psicanalista do Campo de Santana, na qual passaria os cinco anos seguintes a matar o papá. Recebeu-me num final de tarde em que combinámos as condições da terapia. Sugeriu, í  chegada, que me sentasse num cadeirão í  sua frente, mas respondi que o meu corpo não cabia no espaço formado pelo assento, e que, se tal viesse acontecer, nesse dia estaria curada.”

A relação entre Maria Luísa e a mãe é de conflito permanente:

“Digo, «estou muito constipada. Mal consigo abrir os olhos hoje, mãe, dói-me a cabeça e o corpo…». Logo me responde, «ora deixa-me cá. Estive para nem me levantar. É que nem consiguia vestir. Se tivesses as dores que tenho nos braços e na coluna, até chegar í  cabeça… parecem facas a espetar-se. Já tomei dois Voltaren, mas faz-me um mal ao estí´mago! Tens de me trazer mais Omeprazol. O fígado também não anda grande coisa; sinto umas picadas. Depois é o intestino, tu já sabes, sempre o mesmo problema. Tens que ir í  farmácia que me indicou a dona Luciana e perguntar se têm um medicamento novo cujo nome me há de mandar. É que não há nada, nada que me esvazie os intestinos, até tenho a barriga dura, carrega aqui! E com tudo isto não dormi nada!»”

Aconselho vivamente.

65 anos

Ouve lá, meu sacana, é mesmo verdade que fazes hoje 65 anos?!

Não estava nada í  espera disto, pá!

É verdade que o teu filho Pedro vai fazer 45 anos e a tua filha Marta, 42, mas, mesmo assim, custa-me a acreditar que já tenhas idade para tirares bilhete de sénior nos museus!

65 anos, pá!

Ainda há pouco tempo te vi a correr no paredão da Costa, armado em Carlos Lopes, embora com menos barriga, e também sei que pedalas 20 quilómetros de bicicleta sem qualquer esforço, não te oiço queixar de nada de especial, a não ser umas dorzitas nas costas, de vez em quando.

É certo que tomas comprimidos para a tensão, mas isso já desde os 30 e poucos. Herança do teu pai.

Lembras-te dos teus pais?

Claro que te lembras, apesar de já estares mais anos sem pais do que os anos que estiveste com eles. Foram-se embora muito novos…

Mas vês, até a tua memória está boa! Lembras-te de coisas da tua infância, mas também te lembras do que fizeste ontem.

Lembras-te quando fazias comboios com cadeiras, no corredor da tua casa, para brincares aos maquinistas com o Vitinho e o Vargas?

Tinhas para aí, quê… oito anos?

E lembras-te do nascimento do teu irmão Paulo e da tua irmã Anabela?

Partos em casa, como o teu.

Os teus pais eram muito caseiros…

Tu e o teu pai iam dar uma volta enquanto a parteira fazia o seu trabalho… e passavam pela sede do Benfica, onde aprendeste a patinar e a dar cambalhotas (da ginástica, claro, que das outras, só muito mais tarde…).

E o Benfica ficou para sempre, claro!

E lembras-te daquele gira-discos cinzento e portátil que o teu tio Xico trouxe de Inglaterra, onde tinha ido, como jornalista, acompanhar o Benfica para o Mundo Desportivo? O gira-discos vinha acompanhado de um EP dos Beatles. Terias, no máximo, 12 anos e ficaste fã: Beatles, Stones, Moody Blues, Procol Harum, Turtles, Led Zeppelin, Pink Floyd, Queen, Doors, Hollies, Janis Joplin, Bowie, mas também Beethoven, Mozart, Bach, Shostakovitch, Bruckner, Stravinsky…

E lembras-te do Panças Kid, o teu professor de Físico-Química, que gaguejava e que, quando te chamava ao quadro, dizia Senhor C-c-c-outo e Santos venha ao q-q-quadro. Borravas-te todo! Nunca gostaste de Físico-Química, ainda menos de Matemática e, no entanto, foste para Ciências e tiraste Medicina.

Foi graças í  Medicina que conheceste a Mila, embora não na Faculdade. Foi na Colmeia, lembras-te, aquela pastelaria dos croissants com creme?

Nessa altura, davas explicações a um miúdo chamado Olegário e foi a mãe dele que te ofereceu o primeiro livro “…a sério”, “…Casa de Correcção”, do Urbano Tavares Rodrigues. Com a tua mania das listagens, deste-lhe o número um e começaste a numerar e catalogar todos os teus livros e já ultrapassaste os dois milhares.

Depois, já se sabe, tu e a Mila começaram a estudar Anatomia comparada pelo método de Braille e, pouco depois, nasceu o Pedro!

Lembras-te do almoço do vosso casamento no Restaurante Polícia, todos com cara de caso, menos vocês, que estavam felicíssimos, e os miúdos, o Paulo, a Bela e a Luísa, que acharam aquilo tudo muito divertido!?

E foi sempre a andar, a partir daí.

O curso foi-se fazendo, nasceu o Pedro, começaste a escrever para o República, conheceste o ílvaro Guerra e o Mário-Henrique Leiria, aconteceu o 25 de Abril, foste para a RTP como jornalista, nasceu a Marta, acabaram o curso, tu e a Mila, e começaram o internato nos Hospitais Civis em 1978.

E que bom e difícil, e bom outra vez, foi ter filhos, vê-los crescer, vê-los ser!

O resto foi história, mas foi sempre história movimentada.

Da primeira casa, que cabia quase toda na sala da tua casa actual e tinha um tanque na varanda, onde a Mila lavava as fraldas de pano, passaste para uma vivenda, alugada a meias, com um grande quintal, onde plantaste batatas e feijão verde.

Lembras-te dos meses em Moimenta da Beira, a fazer Saúde Pública, em casa dos teus tios, lembras-te do ano em Mourão, a fazer o Serviço Médico í  Periferia, lembras-te do ano e meio a cumprir a merda do serviço militar obrigatório ““ é claro que te safaste da guerra, mas por que raio havias de interromper a tua vida para consultar as esposas dos senhores oficiais, em Évora?

Mas sobreviveste!

Depois veio a Pediatria para a Mila e a Psiquiatria para ti, após meses de estudo e de um exame que correu melhor do que estavas í  espera.

E veio Almada, tua terra adoptiva ““ e a mudança para a Medicina Geral e Familiar, no Monte de Caparica, ao mesmo tempo que jorravas textos para a rádio, para a televisão, para semanários e revistas. O Pão com Manteiga foi um marco!

Os teus filhos foram crescendo e, em 1994, lá conseguiste ir até Nova Iorque com a Mila. Começaram as viagens anuais.

Lembras-te do teu deslumbramento perante os skyscrapers de Manhattan?

E o voo de helicóptero sobre o Grand Canyon?

E Machu Pichu, a Amazónia, o Titicaca, o Perito Moreno, Iguaçu, o Monument Valley, o Taj Mahal, a baía de Sydney, os masai, a muralha da China, as praias da Polinésia…

Em resumo, gostas mesmo de viajar ““ e ouvi dizer que, assim que te reformares, queres fazer uma outra grande viagem.

Reformar?

Mas já meteste os papéis?!… Claro que já meteste os papéis!

Aliás, desde que és aví´ que não pensas noutra coisa, não é?

Há anos que estás sozinho com a tua namorada de sempre.

O Pedro e a Marta seguiram as suas vidas e construíram famílias sólidas, que te deixam orgulhoso e feliz.

O Tiago fez 11 anos na semana passada e foi graças a ele que tu e a Mila deixaram de fumar. Foram 39 anos a chupar aqueles ridículos cilindros com tabaco lá dentro. Sempre que pensas nisso ficas perplexo como aguentaste tantos anos a fazer aquela figura.

Quando o Tiago nasceu, prometeram deixar de fumar para que a casa não cheirasse a tabaco, quando o neto vos fosse visitar.

Ser aví´ passou a ser algo de muito importante para ambos.

Veio a Joana, depois a Ema, depois a Clara e há quatro meses, a Mia.

Tens cinco netos, pá! Que alegria do caraças!

E 65 anos, caramba!

E saudades?… Tens saudades?…

Só saudades do que ainda não fizeste!

Então, reforma-te carago!

E parabéns porra!

Amanhã, começas o resto da tua vida!

“Jesus na Escola”, de J. M. Coetzee (2016)

Três anos depois de A Infância de Jesus (2013), J. M. Coetze publicou este Jesus na Escola, uma sequela que me decepcionou.

—Se, no primeiro livro, a estranheza das situações criavam uma certa aura de mistério que permitiam diversas interpretações, neste segundo livro, o absurdo de alguns acontecimentos são apenas isso mesmo – absurdos.

Ao colocar Jesus nos títulos dos livros, quando nenhum dos personagens se chama Jesus, Coetzee deve ter tido alguma intenção: transformar tudo isto numa parábola? Não me parece… e daí…

Nesta sequela, Simon, Inês e David – o pai que não é pai, a mãe que não é mãe, e o filho que não é filho – fogem de Novilla e vão para Estrella (outra escolha que não parece ser ao acaso: todas as restantes personagens têm nomes castelhanos, excepto o assassino).

Como David não está recenseado, não pode ir para uma escola pública. Por esse motivo, Simon e Inês inscrevem-no na Academia de Dança, dirigida por um idoso Sií±or Arroyo e pela sua jovem esposa, Maria Magdalena. Nessa Academia, David vai aprender a dançar os números, seja lá o que isso for…

Coisas estranhas se passam nessa Academia de Dança, onde um empregado chamado Dmitri está apaixonado pela patroa; por vezes, professores e alunos fazem excursões até í  praia, onde se passeiam todos nus…

í€s tantas, Dmitri viola e estrangula a Maria Magdalena e é sentenciado a ser internado no Hospital Psiquiátrico (a outra opção era as minas de sal).

Em resumo, parece que J. M. Coetzee se deixou levar pelo encantamento deste “novo mundo” que inventou e, na minha opinião, estragou tudo…

Outros livros de J. M. Coetze: No Coração desta Terra (1976); O Homem Lento (2005); Diário de Uma Ano Mau (2007); A Vida e o Tempo de Michael K. (1983)

Votações arrasadoras

1990/Robert Mugabe eleito presidente do Zimbabwe – 83%

2002/Reeleição de Saddam Hussein como Presidente do Iraque – 99,47%

2009/Reeleição de Bakiyev, Presidente do Quirguistão – 76,43%

2014/Parlamento da Coreia do Norte – Partido dos Trabalhadores – 100%

2017/Bruno de Carvalho eleito Presidente do Sporting – 86,13%

2018/Fernando Negrão eleito líder parlamentar do PSD – 39%

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í€s armas, professores!

Donald Trump, na sua imensa sabedoria, descobriu a solução para os tiroteios nas escolas norte-americanas: armar os professores.

Segundo a trumplógica, se um professor daquela escola da Florida tivesse uma concealed weapon, assim que o rapaz entrasse na escola e começasse a disparar, o sí´tor sacava da arma e dava-lhe um tiro. Em vez de morrerem 17 miúdos, teriam morrido, digamos, cinco ou seis.

A menos que o sí´tor falhasse e o atirador matasse também o professor.

Mas Trump também tem solução para isso: os sí´tores, para usarem armas escondidas, terão, primeiro, que frequentar uma espécie de curso de atiradores.

Imaginem o sí´tor de Matemática a enunciar o teorema de Pitágoras:

“O quadrado da hipotenusa é igual í  soma… Desculpem, queridos alunos, já continuo a lição, mas agora tenho que matar um sacana de um ex-colega vosso que acaba de entrar na sala com uma AK-47!”

E o sí´tor saca da sua concealed weapon, dispara e acerta bem na testa do atirador.

E continua, tranquilo:

“…é igual í  soma dos catéteres…” (*)

No chão, o atirador contorce-se, ainda com sinais de vida.

Entra, então, o auxiliar de acção educativa que lhe dá o tiro de misericórdia, limpando depois o sangue com uma esfregona.

Deste modo, toda a gente beneficiaria: menos mortos nas escolas e mais armas vendidas.

A National Rifle Association agradece!

(*) Um pouco nervoso, o sí´tor disse “catéteres” em vez de “catetos”…

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