Não há eleições sem palhaços.
Sem palhaços, não há circo.
Sem circo, as eleições não têm graça.
A campanha das legislativas ainda não começou e, por enquanto, só temos tido umas bocas do Portas, outras do Costa, outras do Passos.
Tudo dentro dos conformes.
Mas os verdadeiros palhaços ainda não tinham entrado em cena.
Até ontem.
Ontem, o Paulo Rangel meteu a cabeça de fora e abriu as hostilidades.
Disse que, se o PS estivesse no governo, o Sócrates e o Ricardo Salgado não estariam em investigação.
O que quer dizer, por outras palavras, que um dos Poderes, o judicial, está sob o comando do poder político.
Portanto, o facto do Sócrates estar em prisão preventiva e do Salgado estar confinado ao domicílio, é tudo obra e graça do governo do PSD, e não porque eles sejam culpados seja do que for.
É de supor que, por esta ordem de ideias, o Oliveira e Costa está detido porque o governo era do PS e, se o governo fosse do PCP, estariam todos presos, incluindo o palhaço do Paulo Rangel.
E, claro, se o governo fosse do Partido Nacional Renovador, o Jerónimo seria o primeiro a ir dentro, mas os do PSD também não se safariam… e daí?…