Península Valdez – os pinguins

20.10.07 – para ver os pinguins de Punta Tombo, é preciso percorrer os 67 km que separam Puerto Madryn de Trelew e, depois, mais 160 km para sul, os últimos 50, em terra batida, com muita pedra solta. A paisagem é monótona e desoladora – quilómetros de estepe patagónica, sem nenhum motivo de interesse.

Chegados a Punta Tombo, caminhamos cerca de quilómetro e meio, em direcção í  costa e, de um lado e de outro, já vamos vendo os ninhos dos pinguins. Nesta altura do ano, estão a chocar os ovos – um ou dois, por casal, e quando os filhotes nascerem, 40 dias depois, a colónia poderá atingir o milhão de aves.

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Vimos centenas de pinguins, dispersos pelas encostas, metidos nos seus ninhos escavados no chão, ou caminhando, í  charlot, em direcção ao oceano, para ir buscar comida.

Específicos desta zona do planeta, os pinguins de Magalhães passam aqui parte do ano e, lá para Março, vão-se embora, para o norte, passando o resto do ano no oceano, sem vir a terra.

valdez_pinguins2.jpgApesar de terem alguma dificuldade em andar, alguns destes pinguins escavam o seu ninho muito longe do mar, por vezes até 800 metros de distância, o que quer dizer que, sempre que têm que ir buscar comida, têm que percorrer essa distância, naquele passo apalhaçado. No caso desta espécie, quer a fêmea, quer o macho podem ir buscar comida ou ficar, no ninho, a tomar conta da descendência.

Pinguinera vista, vamos regressar a Trelew, pela mesma estrada monótona. Mas antes, fomos visitar uma pequena localidade, chamada Gayman, que foi fundada por emigrantes, vindos do País de Gales. Nos finais do século 19, uma comunidade de galeses, fugidos da Grã Bretanha, por razões religiosas (é o costume), veio aqui parar e, no vale do rio Chubut, construiu um sistema de canais que transformou a estepe patagónica numa zona verdejante, capaz de produzir toda a espécie de legumes e frutas. O contraste é bem evidente: de um lado da estrada, a estepe árida, do outro, o vale verdejante do Chubut.

Em Gayman, parámos numa casa de chá, herança dos antepassados galeses, para comer uns scones e beber um chá.

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