Pescadores, camionistas, tractoristas, taxistas e afins

A gasolina está cara para todos.

Os pescadores e os camionistas já venceram as suas batalhas. Os reboques estavam hoje na estrada e, logo a seguir, hão-de vir os taxistas e os tractoristas.

Os bombeiros já avisaram que, se nada for feito, qualquer dia, as ambulâncias poderão parar. E, se houver um incêndio, deixa arder, enquanto o gasóleo para os bombeiros não for subsidiado.

Também não me parece mal que as enfermeiras, os médicos e ou auxiliares de acção médica, exijam gasolina mais barata para irem trabalhar para os hospitais e centros de saúde. Caso contrário, não há cirurgias, consultas, pensos e injectáveis para ninguém!

E os professores? Sim, essa classe há muito esquecida que, depois de uma manif de meio milhão, descendo a avenida, teve que engolir uma avaliação. Não há gasolina mais barata para eles? Deixam de ir dar aulas. Os putos que fiquem nas ruas, a roubar e a pintar paredes!

Para já não falar nas agências funerárias. O gasóleo, para eles, está literalmente pela hora da morte. Não há subsídio – o governo que enterre os mortos!

E os empregados dos restaurantes, das livrarias, das discotecas, dos supermercados, das lojas de roupa – como poderão ir eles para o emprego, ao preço a que está a gasolina, ou os bilhetes dos transportes públicos?

Será assim que os portugueses conseguirão, finalmente, aquele sonho tão antigo: deixar de trabalhar!

Que trabalhe o Sócrates, que está folgado, ou o Mário Lino, que tem bom cabedal, e os secretários de Estado todos, que são mais que as mães!

A menos que… a menos que o governo, também ele, comece a exigir gasolina subsidiada…

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