“Proibido!” – de António Costa Santos

proibido.jpgAntónio Costa Santos (ACS, como eu), escreve com graça. Mas, mesmo que não escrevesse, as proibições que ele recorda são, por si só, um fartar de rir.

É que, durante o Estado Novo, era proibido, por exemplo: usar biquíni, acender um isqueiro na rua sem licença, ir de míni-saia para o liceu, beber coca-cola, jogar í s cartas nos comboios, dar beijos em público e andar de bicicleta sem licença.

Menos piada tinham outras proibições: ler certos livros, ver certos filmes, comprar certos discos, casar com uma professora e, para uma mulher casada, viajar para o estrangeiro, sem o consentimento do marido!

ACS escreveu uma pequena crónica para cada uma destas proibições e decidiu editar tudo em livro, e fez muito bem.

Suspeito, no entanto, que apenas tipos acima dos 50 anos se sintam tentados a comprar e ler este livrinho, já que a sua leitura fazia muita falta a malta mais nova que anda sempre a dizer que «isto agora está muito pior!»… Pior que quê? Pior que proibir uma mulher casada de viajar para o estrangeiro, sem o consentimento do marido?

3 thoughts on ““Proibido!” – de António Costa Santos

  1. há algum tempo deu na sic uma reportagem sobre essas proibições… realmente há algumas que são engraçadissimas, outras nem tanto. e acho que este tipo de livros (e outros, sobre o estado novo) são bastante interessantes para a malta nova, como eu, que não ainda não tinha nascido nessa altura, e não só para cinquentões…

  2. Também não cheguei ainda aos 50, mas é um dos livros que tenho na minha lista de Natal. Já apanhei o fim do estado novo, mas os meus pais e as minhas irmãs viveram-no em pleno, e as histórias não me são estranhas.

  3. Olá, ACS! Daqui fala o autor do “Proibido!” Obrigado pelos comentários. O livro vai na quinta edição e tem sido comprado por muita malta nova, segundo vou sabendo. Estive num programa da Antena 3, ouvido quase só por “twenties” e houve chamadas a dar com um pau. Também os comentários na blogosfera são de malta sub-50, o que é bom, como afirmas. Não conhecer o que se passou é meio passo para receber de olhos fechados mais do mesmo. E deus nos livre! Um abraço e bom ano. António

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