Exposição patente no Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, na Rua da Palma (entrada livre).
Jorge Guerra nasceu em 1936 e vive no Canadá; fotografa desde sempre e fez diversas exposições, um pouco por toda a Europa, e não só.
Esta Exposição reúne cerca de uma centena de fotos, todas a preto e branco, feitas em 1966 e 1967.
São fotos de pessoas, fotografadas sem o saberem, em vários locais de Lisboa, Feira da Ladra, Terreiro do Paço, Jardim 9 de Abril, Rocha de Conde de í“bidos, etc.
Todas as pessoas aparentam estar tristes, macambúzias, zangadas com a vida. As mulheres, invariavelmente, usam lenço na cabeça; os homens, boné ou chapéu. Nos jardins, os reformados parecem esperar a morte em pé. Diz o Jorge Guerra, no texto distribuído: “o México pode ser pobre, mas não é tão triste”.
Claro que as fotos são datadas. Em 1966/67, vivíamos sob um ditadura e o país era triste e cinzento, como estas fotos de Jorge Guerra. Hoje, pelo contrário, ao passearmos pelos locais fotografados por Guerra, só vemos gente feliz, alegre, com roupas coloridas… é verdade que a maioria não são portugueses, mas, mesmo assim, a diferença é notória.
Vale a pena visitar esta Exposição.