Foram 6 meses de grandes andanças por essa Europa fora, terminando com o frenesim da Cimeira com os dirigentes africanos e com a assinatura do Tratado de Lisboa.
Sócrates não parou! E foi vê-lo a dar grandes abraços ao Sarko francês, sonoras beijocas í alemã Angie, tratar tu-cá, tu-lá com os grandes dirigentes, quer da Europa, quer de ífrica, como Kadhafi, esse grande ex-terrorista, agora mais bonzinho.
Há dois níveis de leitura destes acontecimentos: ter sido o governo português a organizar a cimeira com os dirigentes africanos e passar a existir um Tratado com o nome de Lisboa, não deixa de prestigiar o nosso país (primeiro nível de leitura), mas para que raio é isso serve (segundo nível)?
Agora, querem que a malta referende o tal Tratado. Para quê? Qual é a alternativa? Sair da União Europeia? Voltar ao escudo?
E como posso eu votar (a favor ou contra) se não faço a mínima ideia do que é o Tratado de Lisboa – e, muito sinceramente, não estou interessado em saber?
No fim do mês, Sócrates deixa de ser o grande líder da Europa e vai voltar í terra.
E tem já um grande desafio pela frente: explicar por que escolheu a Dulce Pontes, a gritar a Canção do Mar e a dar aos braços, qual gaivota etilizada, para abrilhantar a cerimónia da assinatura do Tratado.
Ah! Estou bem mais tranquilo agora que sei que não sou o único a achar que a Dulce Pontes se deslumbrou na berraria. Oh momento de tortura, em que se mostrou ao resto da Europa que se não os podemos enfrentar com armas nem com a economia, temos bem pior que isso, uma ave rara que grita e moi que se farta.