Portugal está em crise.
Segundo o INE, em 2050, seremos apenas 7,5 milhões – isto, se se mantiver a actual taxa de natalidade.
Todos ficaram muito preocupados.
Eu, não.
E, pelos vistos, o Nobel Saramago, também não – ele, que prevê que Portugal passe a ser mais uma província espanhola.
Que temos nós, de bom, para oferecer?
O clima?
Já houve tempo.
O vinho?
Foi chão que deu uvas.
As praias?
Só para quem nunca foi ao Tahiti.
Os navegadores?
Morreram todos há 500 anos.
E o que faz a classe dirigente?
Finge que vive noutro país. Aliás, finge que vive num país a sério. Até temos um governo com maioria absoluta, um presidente, uma oposição.
Mas alguém quer saber?
O novo presidente da Câmara da capital, ganhou as eleições com menos de 60 mil votos. O candidato que ficou em segundo lugar, é arguido num processo de corrupção e teve menos de metade dos votos do vencedor. O candidato do maior partido da oposição teve 30 mil votos (menos do que a população residente na freguesia do Monte de Caparica, onde trabalho).
A malta está-se borrifando para estes personagens.
Manuel Monteiro, candidato pela Nova Democracia, teve 1187 votos.
Se a nova democracia é isto, e a velha é aquilo – começamos a preferir a ditadura?
Mas Monteiro disse algo de notável: «as pessoas consideram-me um político do passado. Temos de ter a coragem de perceber que estamos gastos. (…) O país está cansado de Marcelos Rebelos de Sousa, de Paulos Portas, de Monteiros, de Marques Mendes».
Tens razão, ó Monteiro.
O arcebispo Marcelo, então, já o conheço desde, pelo menos, 1973! Há 34 anos que anda a cagar sentenças!
Portanto, o Sócrates pode dormir descansado – até pode dar uma de Hugo Chávez, pondo na rua professores ou directores de centros de saúde que lhe mandem umas bocas.
Será que alguém liga?
Zapatero, por favor, invade-nos já!
E hoje li que o Santana se prepara para criar um novo partido!
Como diria o George Carlin: “Who gives a fuck?”