Um livro vale, também, pelo seu leitor. Quero com isto dizer que o “estado de alma” do leitor pode influenciar o valor do livro. Um tipo que esteja com uma grande depressão vai ficar ainda pior ao ler, por exemplo, “As Benevolentes” e vai dizer que o livro é uma tristeza, do princípio ao fim, sendo incapaz de encaixar alguns capítulos sem uma náusea profunda.
Serve isto para dizer que, apesar de Ian McEwan ser um dos meus escritores favoritos, este “Solar” nunca conseguiu entusiasmar-me e li-o aos repelões, sem nunca conseguir fixar a minha atenção.
Culpa minha, que estava com a cabeça noutro lado ou culpa do romance, que não consegue “agarrar” o leitor?
“Solar” conta-nos a história do físico Michael Beard, galardoado com o prémio Nobel, que é um sujeito fisicamente insignificante, o que não o impede de ser um mulherengo compulsivo.
Além disso, Beard não é muito honesto no seu trabalho científico, usando-se do esforço e do trabalho de outros, para se auto-promover. No entanto, no final, não será recompensado.
Não me entusiasmou, repito.