Não reconheço aquele Egito

Vejo os telejornais e pergunto-me: onde ficará aquele país? Egito? Nunca ouvi falar!

Mas depois reparo no canto superior do écran e topo com outra palavra que desconheço: “Direto”.

Direto?!

O que é que isso quer dizer?

E o jornal, de repente, fica ilegível.

“Atualmente, é um fato político que qualquer ato público que seja objeto dos mais singulares adjetivos, apenas serve para faturar dividendos que se anteveem lucrativos.»

O quê?!

Já não sei escrever, já não sei ler e vai-me custar muito separar-me daquelas consoantes quase mudas, mas que fazem toda a diferença.

No Coiso, óptimo continua a ser com pê

Recentemente, o Expresso resolveu adoptar o novo acordo ortográfico braso-luso-brasileiro. No entanto, como é um jornal muito democrático, permite que alguns dos seus colaboradores continuem a usar a ortografia “antiga”.

Assim, no final da crónica semanal de Miguel Sousa Tavares, surge o seguinte: “MST escreve de acordo com a antiga ortografia”.

Palmas para MST!

Aqui, no Coiso, também se usa a antiga ortografia. Ninguém me vai obrigar a escrever ato, fato, ótimo, ação e outras brasileirices.

Eu bem sei que, em tempos que já lá vão, farmácia era com “ph” e também sei que a língua vai evoluindo, incorporando estrangeirismos, modificando grafias, criando neologismos. Mas não me apetece deixar cair o pê de óptimo, só porque não se lê e porque é assim que se escreve no Brasil.

Ora ou hora é indiferente? É que o agá também não se lê…

Por isso – e porque me apetece – a ortografia antiga permanece.

í“ptimo!