Ao fim de todos estes anos, é difícil ouvir falar de qualquer coisa de que nunca tenha ouvido falar.
Posso não saber o que é, mas já ouvi falar…
No entanto, confesso que nunca tinha ouvido falar da “dívida soberana” e das “agências de rating”, senão de há uns tempos para cá, desde que se descobriu que Portugal podia ir í falência. É o mesmo que não saber o que é o nervo facetário. E muitos médicos não sabem…
Enfim, o bloqueio do nervo facetário é uma técnica muito difundida na medicina brasileira e que é usada nos doentes com fibromialgia e que também começa a ser usada, agora, em Portugal, para melhorar a dor crónica.
Ora bem: há quem diga que a fibromialgia nem sequer existe, mas as agências de rating e a dívida soberana, sim, existem!
Parece que o dinheiro que Portugal deve, está na mão de especuladores financeiros. Mas quem serão esses especuladores?
Segundo Louçã, é fácil: os responsáveis são Ricardo Salgado, Carlos Santos Ferreira e Fernando Ulrich, que pedem “empréstimos de curto prazo ao BCE [Banco Central Europeu], a um por cento” e depois reciclam “esse dinheiro comprando títulos do seu próprio país a quase sete por cento”.
Em breve, Louçã vai poder juntar í queles três vampiros, o nome do líder do maior país comunista do mundo. Parece que a China está interessada em comprar parte da dívida externa portuguesa. Aliás, a China já é detentora de dois terços da dívida externa norte-americana…
Mas Louçã também não gosta da China. Para ele, o modelo de sociedade perfeita encontra-se, encontra-se… encontra-se…
Ou não se encontra…
Voltando í s coisas que aprendi ultimamente…
Aprendi que os portugueses se transformaram em especialistas em Orçamentos.
É vê-los, sentados í mesa do restaurante, a discutir onde cortavam na despesa, onde iam buscar na receita – eles, que nem o orçamento lá de casa são capazes de gerir!
Fazem-me lembrar aquele rapaz, o Passos Com Três Ésses Coelho que, infelizmente, é líder do maior partido da Oposição.
E digo infelizmente porque se o tipo ganha as eleições – como é natural que o faça, com tanta ajuda de toda a comunicação social – vamos ficar ainda mais tramados do que já estamos!
E porquê?
Porque o tipo não percebe nada do que se passa í volta dele. Aliás, um líder político que tem como seu mentor um fulano como í‚ngelo Correia, que foi ministro da Polícia nos anos 80, alvo da chacota geral, nomeadamente de muitos textos do Pão Comanteiga em que o ministro era o centro da brincadeira e do gozo – um político assim, não merece qualquer credibilidade…
Um político que deixa que se publique a sua biografia nos termos em que o jornal Sol o faz, num texto da Felícia Cabrita que faz chorar as pedras da calçada. Eis o resumo:
«Filho de pais apanhados pela tuberculose, viveu a infância no Caramulo e em Angola. Na ex-colónia fintou a morte e ganhou uma irmã adoptiva. O regresso a Portugal foi para ele um pesadelo – até ao momento em que descobriu ílvaro Cunhal. A sua professora de canto diz que podia ser um grande barítono. Mas desde cedo enveredou pela política. Começou no PCP, transferiu-se para o PSD, teve conflitos com Cavaco e chegou í liderança. É casado em segundas núpcias com Laura, de quem tem uma filha”.
É este filho de tuberculosos que diz que os políticos deviam ser responsabilizados civil e criminalmente se não cumprirem o Orçamento.
Disse e reafirmou.
Seguindo esta lógica, Santana Lopes, por exemplo, com a jiga-joga do Frank Ghery, devia ter sido condenado a prisão perpétua.
E Teixeira dos Santos, se falhar a descida do déficit, não lhe resta senão a forca.
Democracia musculada, a do Passos…
Eu não vos disse que ele não passava de um ínhuca?…