Provérbios politicamente incorrectos

A PETA (não, não quer dizer aldrabice, quer dizer People for the Ethical Treatment of Animals), propõe alterar os provérbios, de modo a que a dignidade dos animais seja respeitada.

Suspeito que não tolerem coisas como “it’s raining cats and dogs” – e proponham que a frase seja mudada para “it´s raining like pitchers” (adaptação livre do nosso “está a chover a cântaros”).

O PAN (People And Nature, perdão, Pessoas, Animais e Natureza), decidiu seguir o exemplo do PETA e propõe que se alterem provérbios mais antigos que o cagar de cócoras.

Propõe, por exemplo, que “pegar o touro pelos cornos” se transforme em “pegar uma flor pelos espinhos” (os vegetarianos não estarão de acordo…).

Propõe, também, que “matar dois coelhos com uma só cajadada”, passe a ser “pregar dois pregos de uma só martelada (os carpinteiros, serralheiros e ofícios correlativos, irão protestar…).

E propõe, ainda, que “mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”, passe a ser “mais vale dois pássaros a voar do que um na mão” (o que vai contra o negócio de todas as tabernas que ainda continuam a oferecer passarinhos fritos nas suas ementas).

Estou em desacordo.

Os provérbios são, por natureza, politicamente incorrectos.

Por exemplo: “quanto mais se baixa, mais se vê o cu”, é incorrecto por várias razões – porque só se aplica a quem usa saias (mulheres e escoceses) e porque não há mal nenhum em se ver o cu, desde que seja dos que merecem ser vistos; por outras palavras, depende do cu.

Em geral, os provérbios são exagerados, não têm correspondência na realidade, são absurdos e valem tanto como frases feitas, como “isto cada vez está pior”, que se aplica mesmo quando tudo está, de facto, melhor.

Por exemplo: “grão a grão, enche a galinha o papo” já não faz sentido, desde a introdução das rações multivitaminadas na alimentação do galináceos.

“Dá Deus nozes a quem não tem dentes” é absurdo. Nem Deus dá nada a ninguém (muito menos nozes), nem os desdentados pedem nozes, o que pedem é saúde oral no Serviço Nacional de Saúde, de preferência, gratuita.

Resumindo: os provérbios estão desactualizados, não são para levar a sério e não vale a pena modificá-los, para bem dos animais.

De qualquer modo, não fazia mal nenhum alterar alguns deles.

Proponho os seguintes provérbios de animais, actualizados:

– Mais vale um pássaro na mão que bois a voar, coitadinhos

– A cavalo de lado não se olha de frente, porque parece mal

– Cão que ladra também morde, mas não faz de propósito

– A galinha da vizinha é mais bonita que a minha, mas eu gosto de ambas

Quem protege as lombrigas?

A Ordem dos Advogados aponta várias fragilidades aos projectos de decretos-lei destinados a aumentar a protecção dos animais, diz o Público.

O projecto do PS visa mudar o estatuto dos animais de companhia, de modo a que alcancem um estatuto jurídico intermédio, algures entre os objectos e as pessoas. Porque, neste momento, em termos jurídicos, um cão ou um gato não passa de uma coisa.

Ora, as advogadas encarregadas de elaborarem um parecer, Alexandra Reis Moreira e Sónia Cristóvão, dizem que “as evidências científicas apontam que, até em matéria de faculdades cognitivas, as capacidades de um cão ou um gato têm sido suplantadas por porcos”.

Portanto, por que razão a lei só abrange os animais de companhia?

No entanto, as advogadas também criticam o projecto do PAN, por alargar a protecção dos animais até aos invertebrados – e dizem, no seu parecer, “animais como as moscas ou vermes receberiam tutela penal contra maus tratos físicos”.

Por outras palavras: seria o fim da indústria dos mata-moscas e dos desparasitantes!

Da próxima vez que eu apanhasse a minha neta a coçar o rabiosque, teria que a repreender e dizer: querida, deixa lá as lombrigas em paz!

O touro Marreta, o seu dono Farinhoto e os amigos do Facebook

As redes sociais são tão boazinhas!

E cómodas.

A gente senta-se no sofá, com o portátil no colo ou o smartphone na mão, e ajudamos crianças desaparecidas, pessoas com cancro, cães abandonados e até touros fugitivos!

Sem termos que pegar nas crianças ao colo, ou mexer no cancro ou fazer festas aos cães.

No princípio de maio, o Sr. Manuel Farinhoto ia levar os seus dois touros para o matadouro, lá para os lados de Viana do Castelo, quando os bichos conseguiram fugir para parte incerta.

Farinhoto começou a ver a vida a andar para trás, ao ver os futuros bifes do lombo a desaparecerem no horizonte.

Além disso, os bichos estavam zangados, e não era para menos, e podiam começar a dar cornadas a quem aparecesse pela frente.

Chamou-se a GNR que começou a palmilhar o terreno, em vão.

Chamaram-se vacas que, apesar de charmosas e boazonas, não conseguiram atrair os touros.

Talvez não se interessassem por vacas…

Entretanto, no omnipresente Facebook, foi criada uma página, intitulada Touro em Fuga, destinada a conseguir demover o Sr. Farinhoto da sua estranha vontade de mandar ou touros para o matadouro.

Cerca de 2800 pessoas contribuíram com 1300 euros e Farinhoto aceitou ceder os direito do Marreta, que assim vai para uma herdade em Aveiro, onde poderá correr em liberdade até ao fim dos seus dias.

Gesto bonito, o destes cidadãos anónimos.

Que tal criarmos uma página semelhante, intitulada Governo em Fuga, e colaborarmos, todos, com um donativo, até conseguirmos uma verba aliciante que levasse estes gajos da manada do Passos Coelho para bem longe, para uma herdade qualquer, onde pudessem marrar í  vontade, em tudo que quisessem, menos em nós, carago!

Depardienine e Bardotvich

Gérard Depardieu acha injusto pagar tantos impostos ao Estado francês.

Em vez de fugir aos impostos, como os portugueses, decidiu requerer a cidadania russa e passar a pagar impostos ao Estado russo.

Putin, esse grande humorista, concedeu-lhe logo passaporte russo.

Depardieu – que deve mudar o nome para Depardienine, em memória desse grande democrata que foi Estaline – elogiou a Rússia, como pátria dos direitos humanos.

Além de gordo, o homem está demente.

Mas eis que Brigitte Bardot lhe segue o exemplo e ameaça requerer, também, a nacionalidade russa.

E não, não é por causa dos impostos, é por causa de dois elefantes com tuberculose.

Pausa para rir…

O tribunal de Lyon decidiu que os elefantes Baby e Nepal, ambos pertencentes ao circo Pinder e ambos sofrendo de tuberculose, terão que ser abatidos.

Bardot uivou: «se os que têm poder neste país são suficientemente cobardes e sem vergonha para matarem os elefantes, então decidi que vou pedir a nacionalidade russa para sair deste país, que se tem tornado num cemitério de animais».

Ora toma!

E lá se vai a Bardotvicth para a Rússia que, como se sabe, preserva os elefantes como ninguém – basta ver as trombas do Putin e do Medvedev…

O efeito gambá

O gambá é um marsupial omnívoro, que vive no continente americano, sobretudo na Amazónia.

Tem como característica muito curiosa, o facto de se fingir de morto quando pressente perigo.

Este idiossincrasia, foi utilizada no filme de animação da DreamWorks, Over the Edge (Pular a Cerca).

No entanto, não são só os gambás que adoptam este truque para se furtarem aos predadores.

Alguns árbitros de futebol fazem o mesmo.

Ontem, num jogo particular entre o Benfica e o Fortuna de Dusseldorf, o árbitro preparava-se para mostrar o segundo cartão amarelo ao Javi Garcia, quando o Luisão avançou para o juiz da partida. Aproximou-se dele, deu-lhe um ligeiro encontrão com o peito e o árbitro caiu no relvado, todo junto, fazendo-se de morto.

http://www.youtube.com/watch?v=S02IxFRIezs

As imagens não enganam ninguém: ao enfrentar o calmeirão do Luisão, Christian Fisher armou-se em gambá e atirou-se para o chão, fingindo que estava morto.

Darwin explicou tudo isto.

PAN PAN (queijo, queijo)

O PAN – Partido pelos Animais e pela Natureza – conseguiu eleger um deputado nas eleições da Madeira.

Obtendo o esmagador resultado de 3135 votos, o PAN juntou mais uma bizarria í  Madeira.

Não lhe bastava (í  ilha) ser governada pelo Alberto João desde a pré-história, é agora, também, detentora do único Parlamento com um representante dos animais.

Todos os que me conhecem sabem que eu gosto de animais e sou um defensor da natureza mas, francamente, penso que os animais e a natureza são assuntos sérios demais para serem tratados por um partido político.

É que o PAN, nas últimas legislativas, por pouco que não conseguiu eleger, também, um deputado por Lisboa.

Como se explica este fenómeno?

Encontrei a resposta nos jornais de hoje: as vendas de comida para animais nos hiper e supermercados, aumentou 7,1%, enquanto as vendas de nutrição infantil diminuiu 2%.

Estamos entregues í  bicharada!…

Chafurdam porque gostam

O que seria de nós sem os cientistas?

Marc Bracke é um cientista holandês que, segundo o DN, publicou um estudo no jornal Applied Animal Behaviour Science, estudo esse que revela que os porcos, quando chafurdam na lama, podem não estar só a refrescar-se!

Um tipo lê e não acredita.

Então, quando um porco chafurda na lama está a fazer o quê?

Segundo o cientista, os porcos não têm glândulas sudoríparas e, por isso, para regularem a temperatura do corpo, não têm outro remédio senão chafurdarem na lama.

Mas os porcos não enganaram Bracke. Ele topou que, quando chafurdam na lama, os bácoros querem também deixar a sua marca odorífera, de modo a atraírem parceiros para a reprodução.

No fundo, o que os porcos querem é mandar umas quecas.

E, para isso, digam lá se não a vale a pena um pouco de chafurdice…

A revolta dos animais

Eu avisei, em devido tempo.

Tudo começou com as lagartixas, no passado dia 23.

—

 

 

O Governo nada fez. Manuela Ferreira Leite nada disse. Até Paulo Portas se manteve calado. Todos indiferentes.

Ontem, foram as ovelhas.

—Como quem não quer a coisa. Disfarçadamente. Parece que estão a pastar mas, pela calada, vão-se aproximando das faixas de rodagem. Depois, não se sabe do que poderão ser capazes.

Também ontem, na Costa da Caparica, foram vistos dois tubarões. Talvez mais. As testemunhas viram “aquela barbatana, estranha demais para ser de um golfinho”. Era cinzenta. Tubarão, claro.

O Governo anda ocupado com as alterações í  lei das armas. A Oposição gasta energia a tentar demitir aquele ministro de pele glabra.

E os animais vão-se aproveitando.

Na semana passada, uma lagartixa.

Esta semana, três ovelhas e só-deus-sabe quantos tubarões.

Em breve, cavalos, andorinhas, espadartes, leopardos, ornitorrincos!

Seremos dizimados!…