Ir í  bola

Ver futebol sentado no sofá é, desde há muito tempo, um dos meus desportos favoritos.

Mas não há nada que chegue a ver um jogo em directo, sentado nas bancadas do magnífico Estádio da Luz.

Ontem fomos ver o Benfica ganhar ao Paços (só com um ésse) por 4 a 1.

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Ver mais de 30 mil pessoas a agitar os cachecóis vermelhos e a gritar Benfica! Benfica! supera – em muito – o facto de não podermos ver as repetições dos golos…

Além disso, da bancada, parece que o árbitro se engana mais vezes, o que nos permite chamar-lhe vários nomes, entre os quais se destacam o de gatuno, palhaço e Alberto João…

Jesus sem maioria absoluta

No ano passado, Jorge Jesus tinha a maioria absoluta. Todos se renderam ao futebol do Benfica, foram apanhados desprevenidos, baixaram a crista e deixaram a coisa andar. O futebol praticado era bonito – todos o diziam -, a equipa marcou mais de 100 golos, viva o Benfica, deixa lá os gajos serem campeões, disseram os tipo que mandam nisto…

Mas este ano…

Este ano, Jesus não tem maioria absoluta e tem que enfrentar diversas forças de bloqueio.

Ontem, foi o Olegarinho, o famoso árbitro que não viu Baía tirar uma bola de dentro da baliza, chutada por Petit. Desta vez também não viu dois penaltis contra o Guimarães e viu  dois fora-de-jogo que não existiram.

Não faz mal.

Damos 9 pontos de avanço!

E ainda vai dar mais gozo que no ano passado!

írbitros e anestesistas

A partir do próximo dia 1 de Janeiro, os hospitais públicos vão ter que cumprir a determinação do ministério da Saúde: médico contratado só pode ganhar 35 euros por hora.

Os “media” chamaram a atenção para o facto de existirem médicos a ganharem 100 euros í  hora, nomeadamente, anestesistas que, nesse caso, num banco de 12 horas, poderiam ganhar 1200 euros.

Ora bem: segundo o Diário de Notícias, um árbitro da Primeira Liga de futebol, pode ganhar, por jogo, 1090 euros, o que representa um aumento de cerca de 10%, em relação ao que se pagava no ano passado.

Não há dúvida que decidir se a mão do Miguel Vitor foi, ou não, decisiva para invalidar o golo do Benfica, é muito mais importante do que anestesiar uma vítima de um acidente de viação, para que possa ser operada de emergência.

O mais engraçado de tudo isto é que os jornalistas ficam mais incomodados com os 1200 euros ganhos pelo anestesista do que pelos 1090 ganhos pelo árbitro…