í€s armas, professores!

Donald Trump, na sua imensa sabedoria, descobriu a solução para os tiroteios nas escolas norte-americanas: armar os professores.

Segundo a trumplógica, se um professor daquela escola da Florida tivesse uma concealed weapon, assim que o rapaz entrasse na escola e começasse a disparar, o sí´tor sacava da arma e dava-lhe um tiro. Em vez de morrerem 17 miúdos, teriam morrido, digamos, cinco ou seis.

A menos que o sí´tor falhasse e o atirador matasse também o professor.

Mas Trump também tem solução para isso: os sí´tores, para usarem armas escondidas, terão, primeiro, que frequentar uma espécie de curso de atiradores.

Imaginem o sí´tor de Matemática a enunciar o teorema de Pitágoras:

“O quadrado da hipotenusa é igual í  soma… Desculpem, queridos alunos, já continuo a lição, mas agora tenho que matar um sacana de um ex-colega vosso que acaba de entrar na sala com uma AK-47!”

E o sí´tor saca da sua concealed weapon, dispara e acerta bem na testa do atirador.

E continua, tranquilo:

“…é igual í  soma dos catéteres…” (*)

No chão, o atirador contorce-se, ainda com sinais de vida.

Entra, então, o auxiliar de acção educativa que lhe dá o tiro de misericórdia, limpando depois o sangue com uma esfregona.

Deste modo, toda a gente beneficiaria: menos mortos nas escolas e mais armas vendidas.

A National Rifle Association agradece!

(*) Um pouco nervoso, o sí´tor disse “catéteres” em vez de “catetos”…

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Os amigos sauditas

Os governos de Washington sempre gostaram muito da Arábia Saudita.

Devem gostar dos trajes.

Só assim se compreende que as relações comerciais entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita continuem de vento em popa, apesar do poder saudita se estar cagando para os direitos humanos.

Enfim, parece que a partir de 2018, as mulheres sauditas já poderão tirar a carta de condução.

Deve ter sido Trump – esse grande democrata! – que convenceu o rei Salman a liberalizar um pouco a coisa.

Mas não convém abusar: amanhã, as mulheres começam a conduzir e, no dia seguinte, começam a exigir sexo oral!

Toda a gente sabe como as gajas podem ser exigentes!

Mas as relações entre a administração norte-americana e a monarquia saudita nunca esteve tão bem como agora, com Trump a comandar.

Se bem se lembram, a primeira saída de Trump para o estrangeiro foi para visitar a Arábia Saudita e selar um contrato de milhões de dólares em armas.

Agora, foi a vez dos EUA venderem aos sauditas um sistema anti-míssil de última geração, pela módica quantia de 15 mil milhões de dólares.

Se o sistema anti-míssil for tão bom como a passadeira dourada que avariou e obrigou o pobre do rei Salman a descer as escadas do avião, a pé, na sua recente visita í  Rússia, os sauditas estão all fucked up!

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Mortos, sim – surdos, nunca!

Na mesma semana em que um norte-americano matou, a tiro, 59 pessoas, até ver… o Congresso preparava-se para aprovar uma lei para simplificar a venda de silenciadores.

Para que os tiros não incomodem tanto os atiradores.

A votação da lei foi adiada, mas está na calha.

Foi proposta pelo republicano Jeff Duncan e leva por título “Hearing Protection Act”.

Por outras palavras, é uma lei para proteger a audição dos atiradores.

Diz a patriota National Rifle Association que a aprovação daquela lei que permite a venda mais facilitada dos silenciadores, é “fundamental para reduzir a surdez parcial ou total dos sócios”.

O tal Jeff Duncan, que assina a lei, acrescenta: “pratico tiro desde criança, quando caçava pombos com o meu pai. Perdi parte da audição devido aos disparos. Com silenciadores teria protegido a minha saúde e a de milhões de americanos”.

O tipo que matou 59 pessoas, Stephen Paddock, devia ter a mesma opinião.

Ficou tão doido com os milhares de tiros que teve que dar para matar e ferir aquela gente toda, que acabou por se suicidar.

Se tivesse um silenciador, talvez pudesse ter morto mais gente e evitar o suicídio, que é sempre uma chatice.

Imagino como ficou a alcatifa da suite…

Trump contribui para a paz mundial

Na sua primeira visita de Estado a um país estrangeiro, Donald Trump escolheu a democrática Arábia Saudita.

Enquanto a sua esposa, Melania, exibia os seus longos cabelos í s mulheres sauditas que, como se sabe, sofrem de alopécia hereditária, Trump fechava negócio com os xeiques, vendendo-lhes armas no valor de 110 mil milhões de euros (dava para a malta pagar o resgate ao FMI e ainda sobravam uns trocos para fazer as 20 estações de metro propostas pela Dona Assunção).

Este é, sem dúvida, o primeiro grande contributo de Trump para a paz mundial.

O que vai a Arábia Saudita fazer a tantas armas se, praticamente, não tem inimigos?

Com sorte, algumas dessas armas ainda vão parar í s mãos do Daesh que, como agradecimento, são muito capazes de atacar a Coreia do Norte.

Haverá maior infiel que Kim-Jong un?

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Quem quer dar tiros com a Lusa?

Fiquei hoje a saber que a metralhadora portuguesa foi um fracasso nos Estados Unidos.

Antes de mais, quem diria que existia uma metralhadora portuguesa!?

—Concebida e desenvolvida pelas Indústrias Nacionais de Defesa de Portugal (INDEP), a criação da metralhadora portuguesa terá custado 10 milhões de euros desde 1983 e, face ao seu fracasso comercial, acabou por ser comprada por um grupo de empresários norte-americanos por 40 mil euros! (onde é que eu já vi isto?)

A dita metralhadora tem uma velocidade de disparo de 790 metros por segundo (seja lá o que isso for) e um alcance de 400 metros mas, em dois anos, apenas se venderam 2 mil unidades, nos EUA.

Qual a razão deste fracasso?

Segundo a notícia do DN, a principal razão é o nome da metralhadora: Lusa.

De facto, imaginem mercenários norte-americanos, atacando um grupo da Al Qaeda e um diz para o outro:

– Watch out! Pick up the Lusa and shoot them!

– Pick up what?!

– The Lusa, you motherfucker!

– What’s the hell is that shit?!

De facto, no meio de um tiroteio, o termo Lusa tira qualquer tusa!