Jesus sem maioria absoluta

No ano passado, Jorge Jesus tinha a maioria absoluta. Todos se renderam ao futebol do Benfica, foram apanhados desprevenidos, baixaram a crista e deixaram a coisa andar. O futebol praticado era bonito – todos o diziam -, a equipa marcou mais de 100 golos, viva o Benfica, deixa lá os gajos serem campeões, disseram os tipo que mandam nisto…

Mas este ano…

Este ano, Jesus não tem maioria absoluta e tem que enfrentar diversas forças de bloqueio.

Ontem, foi o Olegarinho, o famoso árbitro que não viu Baía tirar uma bola de dentro da baliza, chutada por Petit. Desta vez também não viu dois penaltis contra o Guimarães e viu  dois fora-de-jogo que não existiram.

Não faz mal.

Damos 9 pontos de avanço!

E ainda vai dar mais gozo que no ano passado!

Robertos e fantoches

Quando era miúdo, era frequente, nas praias da Costa da Caparica, assistir a espectáculos de fantoches, a que a malta chamava robertos, não faço ideia porquê (ver PS).

Vinham dois homens com uma espécie de biombo de pano branco; montavam aquilo no meio do areal e um dos homens ia lá para dentro, enquanto o outro ficava cá fora, a anunciar o espectáculo.

Primeiro, havia um diálogo entre o primeiro roberto e o homem cá de fora; depois esse roberto ia-se embora e vinha outro, que era o totó.

Depois, o primeiro roberto reaparecia e dava uma sova no outro, com um pau, que fazia um ruído característico de cada vez que batia na tola do roberto totó.

O Benfica tem, agora, na baliza, um Roberto totó…

PS - Depois de breve pesquisa no Google, descobri a origem do termo “roberto ( “A prevalência deste nome está, por ventura, ligado a uma comédia de cordel com grande repercussão, intitulada “Roberto do Diabo” ou a um conhecido empresário de teatro de fantoches, Roberto Xavier de Matos”)

Ideias idiotas

O jornal A Bola está a vender, em pequenas caixas de plástico, pedaços de relva, supostamente arrancados ao do Estádio da Luz.

Vou comprar quatro ou cinco caixas daquelas e só espero que, numa delas, encontre um pouco de expectoração do David Luiz!

E por que não venderem, também, frasquinhos com suor de Jesus?!

Seria algo de sagrado!

Benfica impõe nova regra

A partir de agora, passa a ser assim, no Campeonato: 1 ponto por cada golo.

O Benfica marcou 70 golos – tem 70 pontos.

Ora, como cada vitória só vale 3 pontos, o Benfica tem que marcar 9 golos ao Olhanense, ao Porto e ao Rio Ave.

A divisão dos golos por cada uma destas três equipas, é lá com eles.

Mas eu não me importava nada que o Benfica só marcasse 2 golitos ao Olhanense e outros dois ao Rio Ave, não acham?

Por que razão o Sporting só levou 2 na pá

Ficou combinado que, neste Benfica-Sporting, só marcariam golos aos lagartos os jogadores encarnados com as seguintes características:

– Que falassem espanhol

– Que tivessem nascido a sul do Equador

– Que tivessem orelhas de tamanho normal

Esta decisão teve a ver com o facto de todos os jogadores do Benfica quererem marcar um golo ao Sporting, o que iria dar uma embrulhada das antigas: por um lado, seria um engarrafamentoÂ í  entrada da grande área dos lagartos, tudo a querer rematar í  baliza; por outro, teríamos uma goleada que punha a cabeça do Costinha a prémio – e nós ainda temos muito para gozar com o Costinha como director desportivo de Alvalade…

Portanto, vistos os actos e ponderados os factos, só o Cardozo, que nasceu no Paraguai e o Aimar, que é argentino, cumpriam aquelas condições – e foram eles que marcaram golo.

O Javi ainda tentou, mas todos lhe disseram: ok, tu falas espanhol, mas nasceste bem a norte do equador; não podes marcar.

Quanto ao Di Maria, com aquelas orelhas í  Dumbo, nem tentou.

O Máxi e o Saviola reuniam as condições para meter a bola no fundo da baliza do Sporting, mas o uruguaio estava castigado e o argentino, lesionado e não puderam jogar.

E foi por isso que o Sporting, ontem, só perdeu por 2-0.

Mais barato que ir ao cinema…

Era ir í  bola, em 1971.

Podíamos assistir a um excelente jogo de futebol pagando, apenas, 15 paus, enquanto que, por uma soirée no Politeama, tínhamos que desembolsar 19 paus (para quem não sabe, a cotação é como segue: 1 euro = 200 paus).

E foi um grande jogo, este a que assisti no dia 31 de Julho de 1971. Foi a festa de despedida do José Torres, esse grande ponta-de-lança í  moda antiga, que muitos golos marcou pelo Benfica e pela selecção.

Nesse dia, o Benfica defrontou o Arsenal, de Londres, e venceu por 2-0, com golos do “maluco” do Vítor Batista e do inevitável Eusébio.

2-0 era um bom resultado para amanhã, contra o Liverpool…

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Grande ponto!

A palavra ponto é uma das mais versáteis da língua portuguesa, tendo em conta os seus múltiplos significados.

Deixando de lado os pontos que fazíamos no liceu, nos anos 50 e 60, e que já passaram de moda, podemos utilizar a palavra ponto na culinária, dizendo que um assado está no ponto, na medicina, suturando uma ferida com pontos, na moda, vestindo-nos de ponto em branco, no teatro, com o ponto a sussurrar as deixas aos actores ou na geografia, enumerando os pontos cardeais.

Com a industrialização, surgiram as fábricas e os operários a picarem o ponto; noutro ramo de actividade, pode dizer-se que uma prostituta que vagueia pela rua, anda ao ponto; não há contador de histórias que não saiba que quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto; todos gostamos do ponto alto de um espectáculo, mas nem todos sabem dar uns pontos numa meia rota, muito menos bordar em ponto de cruz.

Há por aí quem diga que também há um ponto G, e vão-se secando í  sua procura, enquanto outros gozam noutros pontos…

Como se sabe, um ponto nunca vem só. Quando vem em grupos de três, diz-se que estamos perante reticências. Outras vezes, acompanhado, temos o ponto e vírgula. E temos o ponto de exclamação e o ponto de interrogação mas, antes do ponto final, ainda restam outros pontos…

O ponto de congelação ou de ebulição, o ponto de rebuçado, o ponto negro que se espreme, o grande ponto que faz rir, o ponteado basófilo para biólogos, o ponto verde para os ecologistas, o ponto de equilíbrio, os pontinhos pequeninos e o Sumo Pontífice.

E depois, há os 6 pontos que o Benfica leva de avanço, claro!

E ponto final, parágrafo!

Bom treino!

Estas paragens no Campeonato Nacional são benéficas para as equipas que, graças aos jogos de treino, têm assim possibilidade de pí´r em prática as jogadas ensaiadas.

Ontem, aquele jogo-treino do Benfica contra aqueles rapazes equipados de azul-e-branco (não me ocorre, agora, o nome da equipa), foi um bom exemplo disso mesmo.

Jesus teve a hipótese de ensaiar novos arranjos na equipa, meter o Airton e o Kardek, dispensando o Javi Garcia e o Cardoso e, tranquilamente, experimentar alternativas.

E ainda se marcaram três golitos!

Bom treino, não há dúvida!…