Foram mais 420 km para regressar a casa.
Antes de nos metermos na auto estrada, demos um salto a Póvoa do Lanhoso, que tem um castelo bem preservado, no cimo de um penhasco granítico, no Monte do Pilar.
A construção é tão antiga como Dona Urraca e tem histórias curiosas como a de Rodrigo Gonçalves, um dos seus inquilinos que, ao descobrir que a sua mulher dormia com um frade do Bouro, fechou a malta toda dentro do castelo e pegou-lhe fogo.
Consta que o frade e a esposa do Gonçalves nunca mais pecaram.
Parámos, depois, em Braga que, tal como Viana, merece uma visita mais prolongada.
Demorámos um pouco até encontrar o Bom Jesus, graças aos letreiros enganadores e í minha teimosia em não aderir ao GPS, mas lá demos com ele.
O Bom Jesus é uma daquelas construções barrocas que nos espantam pela paciência dos seus autores.
Datado de 1874, o conjunto arquitectónico destaca-se pela profusão de estátuas, escadaria acima, sempre com fontes centrais, deitando água, sucessivamente, pelos ouvidos, pelo nariz, pelos olhos – e só não deita água pela traqueostomia, porque Carlos Amarante, o arquitecto, não se lembrou.
Lá de cima, o panorama não é tão bonito como em Viana, porque não há rio, muito menos Oceano – só prédios de uma cidade que está cada vez maior.
No centro de Braga – cheio de adeptos do Portsmouth que, nessa mesma noite, haveriam de levar 3-secos do Sporting de Braga – demos uma volta pela Praça do Município, o Largo do Paço e a Praça da República, só para abrir o apetite para futura visita.