Bifexit

Em Junho de 2016, os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia.

A esse movimento original – já que foi a primeira nação a querer sair da UE – decidiram chamar Brexit. Os anglo-saxónicos sempre tiveram jeito para dar nomes í s coisas.

Estamos em março de 2019, quase três anos depois do referendo, e os ingleses não conseguem sair da União Europeia.

Em vez de Brexit temos Britstuck.

Os ingleses sempre deram ares de emproados, com a sua monarquia, a sua moeda própria, as suas séries da BBC. Nunca gostaram muito de misturas com os europeus do continente e, na verdade, nunca se sentiram como fazendo parte da Europa.

A Grã-Bretanha sempre teve a mania das grandezas, até pelo nome. Enquanto o palerma do Trump “wants to make America great again”, a Britain sempre foi Great, ao contrário da Bretanha francesa que, por oposição, tem que ser pequena.

No entanto, tirando o Churchill, a Diana e os Beatles, poucos mais nomes sabemos de cor. Todos os outros, são irlandeses (Samuel Beckett, Oscar Wilde, James Joyce, Bernard Shaw…)

Aqui, em Portugal, era costume apelidarmos os ingleses de “bifes”, talvez porque preferissem carne, em vez de peixe – o que não deixa de ser curioso, já que, vivendo numa ilha, seria natural que gostassem mais de peixe.

Mas essa particularidade já demonstrava uma certa bizarria no comportamento – consubstanciada agora com esta dificuldade em sair de um sítio onde nunca quiseram estar.

A pobre da Theresa May já se submeteu a três votações naquele parlamento que nem lugar tem para todos os deputados, e quye é liderado por um tipo que grita “ORDER!” e usa gravatas ridícdulas, e perdeu sempre.

Conseguiu, agora, que a UE prolongasse o prazo da saída por mais um mês, mas o resultado vai ser o mesmo: os deputados britânicos querem sai da Europa, mas não querem sair da Europa.

É pena os Monty Python já estarem reformados… quantos  sketchs fariam eles í  conta deste Bifexit!…