Deputado liberal nu, em teletrabalho

Uma notícia do DN de hoje deixou-me receoso.

O deputado canadiano William Amos pertence ao Partido Liberal e representa o distrito de Pontiac (Quebec), desde 2015. Há alguns dias, Amos apareceu todo nu numa reunião parlamentar online. Nessa altura, desculpou-se dizendo que a câmara do computador se tinha ligado acidentalmente.

A coisa passou.

Mas agora, o incidente foi mais grave.

William Amos foi apanhado a urinar quando participava nos trabalhos online da Câmara dos Comuns. Muito atrapalhado, o deputado disse que a sessão não era pública e que, quando estava a fazer xi-xi, não sabia que a câmara estava ligada.

Estes liberais!

Espero bem que o deputado Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, não se lembre de fazer o mesmo por cá, argumentando que o seu Partido defende a liberdade individual e ninguém tem nada a ver com isso.

“Les Invasions Barbares”, de Denys Arcand

—Um sessentão rezingão e mulherengo, Remy, está na fase terminal de um cancro, num quarto de um hospital de Montréal. A sua ex-mulher pede ajuda ao filho de ambos, um jovem homem de negócios com pouco em comum com o pai.

O filho é um tipo ambicioso e rígido, cumpridor das regras do jogo; o pai é um ex-esquerdista, que foi adepto de todas as modas políticas, que bebeu, fumou e fodeu sem grande tino. Aparentemente, pouco têm a dizer um ao outro, mas a aproximação da morte do pai, faz com que ambos acabem por se aproximar também.

Para além de diálogos muito divertidos e inteligentes, o filme mostra-nos o aparente caos em que vivem os hospitais do Canadá. Nunca imaginei que pudesse ser assim tão parecido com os hospitais portugueses. Sempre pensei que o Canadá, como país inventado que é, tivesse um bom serviço de saúde.

O filme faz também uma feroz crítica aos sindicatos, aos quais é preciso subornar para se obter o que se devia ter direito.

Finalmente, o filme faz um apelo indirecto í  eutanásia, já que Remy acaba por morrer com uma overdose de heróina, ministrada por uma das suas amigas.

O filme ganhou o óscar por melhor filme estrangeiro em 2004.