Cavaco em calções

Fiquei a saber, pelo DN, que Cavaco Silva só usa calções Vilebrequin.

Penso que esta informação é de vital importância para o futuro da democracia portuguesa.

Os Vilebrequin são calções que ficam na história por encobrirem as partes pudendas de muitos políticos portugueses, de Manuel Pinho a Marcelo Rebelo de Sousa, passando pelo inevitável Santana Lopes.

Vantagens?

Muitas.

Secam rapidamente. O Presidente pode ir dar um mergulho que, 10 minutos depois, já tem o rabiosque seco.

E, por dentro, há uma excelente cueca de algodão, que aconchega os testículos presidenciais, de modo a evitar impingens e irritações desnecessárias (bem basta as provocadas pela cooperação estratégica).

Mas espanta-me que Cavaco, que exortou os portugueses a passarem férias cá dentro, pague 160 euros por uns calções franceses, em vez de comprar umas truces de fabrico português.

Ajudava a economia nacional e ficava muito mais apessoado.

Saudades da paróquia!

Estive uma dúzia de dias ausente e que saudades que eu já tinha!

Saudades do ministro da Economia, Cavaco Silva, sempre a acentuar a próxima bancarrota do país a que ele preside – se a situação é insustentável, por que razão não dissolve a Assembleia e convoca eleições antecipadas?

Saudades da discussão em redor das Scut: quando as Scut foram criadas, todos criticaram o governo por não ter criado portagens; agora, os que não queriam portagens, já as querem e os que eram a favor, são contra. E depois, ainda há a história do ex-assessor do secretário de Estado das estradas, que agora está na empresa que fornece os chips que serviriam para a cobrança electrónica! E alguém acredita que o PSD está preocupado com a privacidade dos cidadãos, ao ser contra os chips? Enredo de telenovela…

Saudades de manchetes como a do Público de ontem: «cortes na cultura ameaçam os artistas independentes». Então, se eles são independentes por que razão estão preocupados com os cortes no Orçamento do Estado? Independentes, dependentes de subsídios?

Saudades de um país que tem um primeiro-ministro, Sócrates, a ser queimado em lume brando e outro primeiro-ministro, Passos Coelho, já na calha, que se reúne com o futuro primeiro-ministro espanhol, Aznar, que praticamente já está a governar, mas que não tem coragem para fazer passar uma moção de censura ao governo e provocar eleições antecipadas, a fim de se tornar primeiro-ministro, de facto.

Saudades de um primeiro-ministro, Sócrates, que, pelos vistos, deve ser o único português que ainda acredita no país, ao ponto de afirmar: “muitas vezes sinto-me sozinho a puxar pelo país!»

Pois deve ser por isso – por estar sozinho a puxar – que o país não sai do mesmo sítio…

Houve tempos em que ele, o país, até partiu, í  descoberta, qual jangada de pedra, mas o Saramago morreu, a crise instalou-se e o país não sai da cepa torta.

Que saudades que eu já tinha da minha paróquia!

Poupar no 10 de Junho

As comemorações do 10 de Junho reflectem a crise. Por determinação da Presidência da República, este ano não haverá o tradicional concerto e os cerca de 600 convidados, em vez de irem de carro para Faro, vão de comboio, que se lixam. Além disso, o desfile militar que, no ano passado contou com 1600 elementos, este ano não passou dos 1100.

É pouco.

Cinco sugestões:

1 – em vez dos trinta e tal condecorados, condecorava-se só o João Garcia que é, de facto, o português que subiu mais alto;

2 – desfile militar só com soldados baixinhos, com menos de 1 metro de 70; nada de patentes altas, tipo coronéis ou majores ou coisas assim;

3 – o Sócrates escusava de se incomodar em ir assistir í s comemorações; para ser vaiado, não precisava de ir a Faro – ia a qualquer sítio mais perto e era vaiado na mesma. Em sua substituição, podia ir o Passos Coelho que, para todos os efeitos, pelo menos na comunicação social, só não é primeiro-ministro porque ainda não foi eleito; mas isso é um pormenor…

4 – o Cavaco escusava de ter levado a esposa; o presidente é do Algarve e de certeza que já levou a mulher a Faro várias vezes; ela ficava em Belém e via as comemorações pela televisão;

5 – o Presidente não devia fazer dois discursos: gasta mais palavras, mais papel e mais tempo aos jornalistas, que vão tentar decifrar, nas entrelinhas, recados ao governo e insinuações sobre a possível recandidatura de Cavaco.

Com a massa que se poupava talvez já o Passos Coelho não tivesse que cortar nas reformas dos políticos. A propósito: coitado do Santana Lopes! Depois do que sofreu na Câmara de Lisboa, só ficou com um reforma de pouco mais de 3 mil euros.

Injustiças!…

Vá para dentro, cá fora

O ministro da Economia, Anibal Cavaco Silva, incitou os portugueses a ficarem por cá, nas férias: «neste tempo difícil que atravessamos, os portugueses devem fazer turismo no seu próprio país, pois é uma ajuda preciosa para ultrapassar a situação difícil em que o país se encontra», disse.

A estas declarações, reagiu o ministro da economia, Vieira da Silva, dizendo: «eu só espero que outros chefes de Estado de outros países não façam o mesmo apelo, porque se não perdemos uma fonte importante de divisas em Portugal.»

Perante isto, o ministro da Economia Cavaco Silva, retorquiu: «férias passadas no estrangeiro são importações e aumentam a dívida externa portuguesa. Sei muito bem daquilo que falo, porque conheço os números».

Toma!

E não: os dois ministros da Economia não estavam a discutir, na mesma sala. O primeiro Silva estava em Albufeira, Algarve, e o segundo Silva estava em Xangai, China.

O diálogo foi possível graças í  calhandrice dos jornalistas, este constante leva-e-traz que consiste, por exemplo, em perguntar a um ministro qualquer qual é a opinião dele sobre, digamos, a eutanásia e, depois, ir a correr ter com outro ministro qualquer e bufar a opinião do primeiro, para ouvir a reacção do segundo; com sorte, a reacção do segundo ministro pode dar azo a uma declaração engraçada e, depois, é só voltar ao primeiro ministro e atirar-lhe com a afirmação do segundo ministro. E está lançada mais uma confusãozinha, que já dá para encher mais alguns minutos do telejornal.

Mas voltando aos ministros Silva: se eu fosse pela opinião do ministro da Economia, Cavaco, no próximo sábado, em vez de ir gastar euros para o Báltico, ficava a gastá-los em Almada. Mas também é verdade que, se todos seguissem esse exemplo, deixaríamos de ter estrangeiros a deixar cá os euros deles.

Juro que estou confuso.

Como é possível? Temos dois ministros da Economia e, mesmo assim, estamos em crise!

A importância do nome

Alegre, Nobre ou Cavaco?

Alguém conhece um alegre e nobre cavaco?

Mais vale nobre que alegre?

Antes alegre que cavaco?

Um cavaco nobre? Nunca vi.

Um cavaco alegre é um contrassenso.

Um nobre na presidência? Ainda se fosse uma monarquia…

Um presidente alegre? Uma tristeza…

Um presidente feito num cavaco? Já temos.

Um cavaco pode tornar um nobre alegre?

Nobrete mas alegrete.

Alegrar, enobrecer, encavacar.

Do alegre se fez triste, do nobre se fez pobre e do cavaco já nada se consegue fazer.

Alegria, Nobreza, Cavacança!

Da Islândia, com enxofre

A Islândia continua a lixar o resto da Europa.

Não bastava ter ido í  bancarrota e ter realizado um incrível referendo, em que decidiu que não pagava o que deve aos bancos europeus – agora, tem um vulcão em erupção, cujas cinzas poluem os céus da Europa, impedindo os aviões de voarem.

Há três dias que os aeroportos de toda a Europa, com excepção de Portugal, Espanha, Itália e… Islândia, estão encerrados e milhões de passageiros não puderam seguir viagem.

Cavaco Silva foi também apanhado. Em visita í  República Checa, está lá ainda, quando já devia ter regressado.

Sugestão: que venha a pé até Fátima.

Sempre faz exercício físico e, se estugar o passo, ainda chega a tempo de ver o Papa.

Jesus converte-se ao islamismo

Cavaco Silva decidiu condecorar Santana Lopes com a Ordem de Cristo.

Vou repetir:

Cavaco Silva decidiu condecorar Santana Lopes com a Ordem de Cristo.

Jesus afirmou: «Não aceito fazer parte de uma religião que usa o meu nome para condecorar gajos como o Santana Lopes!»

Depois da conversão de Cat Stevens e de Abel Xavier, o Islão ganha, em Jesus, um novo e poderoso aliado.

Ai Cavaco, Cavaco – arriscas-te a ir para o Inferno…

Por que razão Cavaco não queria discursar no 5 de Outubro

“CS – Maria! Escrevi um discurso muito bonito para ler no 5 de Outubro. É sobre e-mails, spam e hackers…

MCS – Tu livra-te, Aníbal! Não dizes nem mais uma palavra sobre essas coisas! Isso são coisas do Demo! Vais mas é ficar caladinho!

CS – Mas Maria… é o 99º aniversário da implantação da República! Se eu não falo, o rei vai dizer que o Presidente vai nu!…

MCS – Eu quero lá saber o que D. Duarte diz ou deixa de dizer! Está decidido: não discursas! E agora vem tomar o Sargenor, que está na hora…”

Nota: excerto das escutas da Presidência da República. Conversa captada no dia 2 de Outubro, pelas 14h 13 minutos. O microfone está por baixo daquela terrina da Companhia das Índias, que está no aparador da cozinha.

Agradecemos a colaboração do Agrupamento de Escutas de Vila Velha de Vintém.

Cavaco confuso

Estava eu sentadinho na minha casa do Algarve, já com as pantufinhas calçadas e uma mantinha sobre os joelhos, a estudar os decretos-lei que o malvado do Sócrates me obrigou a levar para férias, quando apareceu a minha Maria, a dizer:

– Estão lá fora duas pessoas importantes do PS a dizer que tu estás a ajudar o PSD a elaborar o programa do Governo.

– E como sabes tu que elas são duas pessoas importantes do PS? – perguntei.

E ela: “porque os contei – um, dois -, porque são altos e porque trazem rosas ao peito.

Percebi automaticamente que o PS me queria manipular, encostando-me ao PSD, para disso tirar dividendos eleitorais.

Regressei a correr a Lisboa e, mal entrei no meu gabinete da Presidência da República achei que alguém me tinha mexido no computador porque o naperon que a Maria tinha posto por cima da impressora, por causa do pó, estava um bocadinho desviado.

Liguei o computador e fui ver os mails e achei-os um pouco vulneráveis. De tal maneira, que hoje mesmo liguei para a Zon e já cá veio um brasileiro que me configurou o meu programa de mails, de modo a só receber mails de pessoas decentes.

Por isso, portugueses, sou forçado – repito: sou forçado – a tornar pública a minha indignação e repetir que ninguém está autorizado a falar em meu nome, nem mesmo a minha mulher.

Se algum dia ela vier a público dizer que eu estou desmemoriado ou confuso, ou baralhado, ou confuso outra vez, podem ter a certeza que falará em seu nome pessoal porque, em meu nome, ninguém fala, a não ser o chefe da Casa Civil e o chefe da Casa Militar e, talvez, eu próprio, embora não tenha bem a certeza disso.

Boa noite e agora vou para dentro, pensar como raio é que vou arranjar uma maneira de não indigitar Sócrates como primeiro-ministro.