Onde está o Cavaco?

Wembley Legends Join Where  O desemprego atingiu a maior percentagem de sempre.

A economia recua 2%, o dobro do que o Gaspar disse que previa.

Afinal, vamos ficar  mais um ano agarrados í  troika, depois do Coelho dizer que nunca pediria nem mais tempo nem mais dinheiro.

Os ministros são interrompidos e impedidos de falar, ao som da Grândola Vila Morena.

Há um sentimento de desespero e de pessimismo que passa por toda a sociedade.

A emigração já está ao nível dos anos 60 do século passado.

Perante tudo isto, onde está o homem que praticamente forçou Sócrates a demitir-se?

Onde está o homem que disse várias vezes que os portugueses não aguentavam mais?

Onde está Cavaco?

Caladinho que nem um rato.

Efeitos colaterais de alguma medicação?

Bolas, homem: deixa a medicação por uns dias e diz qualquer coisa, nem que seja um disparate!

De qualquer modo, já estamos habituados a eles!

 

 

Grande amigo dos reformados!

Dona Susete, Senhor Umbelino, quanto recebeis de reforma?

alentejanosSe for mais que 293 euros mensais, tendes que começar a declarar IRS.

Nem mais!

O Gaspar manda, o Coelho obedece!

E tendes que preencher o impresso através da intermete.

Não tendes computador? Não sabeis o que é isso da intermete?

Azar!

Tereis que pagar a um contabilista ou ides levar com uma coima.

De qualquer das maneiras, ides pagar!

Como diz aquele gajo do banco: aguentas? Ai aguentas, aguentas!…

Ai de ti se adoeces!

«Por mais impostos que possamos cobrar aos cidadãos, o SNS, mais tarde ou mais cedo, será insustentável. Não basta só cobrar impostos. É preciso que as pessoas façam alguma coisa para que recorreram menos aos serviços».

(- Francisco Leal de Costa, secretário de Estado da Saúde)

Hoje estava mesmo a apetecer-me apanhar uma gripe.

Conheço uma pessoa que está na cama com gripe. Ia lá a casa e pedia-lhe para tossir directamente para a minha cara. Várias vezes.

Depois, quando começasse a ter dores no corpo e febre, ia ao SAP para que o médico me receitasse muitos medicamentos, pedia-lhe alguns dias de baixa e enfiava-me na cama a ler tio patinhas.

Mas depois lembrei-me da entrevista do nosso secretário de Estado da Saúde e desisti da ideia.

Já avisei os meus netos que, este ano, não podem ter otites, nem amigdalites, e se se atreverem a ficar ranhosos, a única que lhes vou fazer é assoá-los e caso estejam a pensar ficar com diarreia, podem contar com uma rolha!

Não podemos ficar doentes, senão o Passos Coelho tira-nos, também, o Serviço Nacional de Saúde!

Pedro, o medíocre triste

A mensagem de Natal que Pedro Passos Coelho colocou no Facebook, não é um simples fait diver.

Aqueles três parágrafos revelam muita coisa – revelam que Passos Coelho, além de medíocre, é triste.

Começa ele por nos dizer que «este não foi o Natal que merecíamos». E porquê?

Porque «muitas famílias não tiveram na Consoada os pratos que se habituaram». Por outras palavras: habituados a morfarem perus obesos, cabritos informes e manadas de bacalhaus, as famílias tiveram que se contentar com uma sardinha e pão com azeitonas.

Comíamos acima das nossas possibilidades!

Mas Pedro diz mais: «Muitos não conseguiram ter a família toda í  mesma mesa». E porquê?

Aqui, as dúvidas são muitas: a família aumentou e a mesa é mais pequena e não cabem todos í  mesa e alguns tiveram que comer em pé? A família não aumentou mas a mesa encolheu? A mesa é a mesma, mas alguns elementos da família seguiram o conselho do Pedro e emigraram? As famílias decidiram fazer cisões e os avós sentaram-se uma mesa, enquanto os filhos e os netos se sentaram a outra mesa?

Pedro não esclarece, mas acrescenta: «E muitos não puderam dar aos filhos um simples presente.»

Quer dizer: armaram-se ao pingarelho e, em vez de darem um simples presente, deram um presente complicado!

A seguir, Pedro diz algo de muito estranho: «Já aqui estivemos antes».

Aqui, onde, pá?

E acrescenta: «Já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos, já demos aos nossos filhos presentes menores porque não tínhamos como dar outros»

Ah! estás a fazer poesia, Pedro!…

Falas em sentido figurado… «já nos sentámos em mesas em que a comida esticava para chegar a todos»… e estamos a voltar a esses tempos em que éramos pobres mas honrados, em que estávamos orgulhosamente sós, em que, em qualquer casa portuguesa, bastava pão e vinho sobre a mesa. E, no fundo, tu achas que isso foi bom, formou o nosso carácter, ensinou-nos a não sermos exigentes, a contentarmo-nos com pouco.

No terceiro parágrafo, Pedro diz: «peço apenas que procurem a força para, quando olharem os vossos filhos e netos, o façam não com pesar mas com o orgulho de quem sabe que os sacrifícios que fazemos hoje, as difíceis decisões que estamos a tomar, fazemo-lo para que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor»

Por outras palavras: Pedro pede-me para, quando eu olhar para os meus filhos e netos, não olhe com pesar, mas com orgulho.

E não poderei olhar com pesar e orgulho?

Porquê a conjunção adversativa “mas”, entre “pesar” e “orgulho”?

O resto da frase não faz qualquer sentido: «o orgulho de quem sabe que os sacrifícios que fazemos hoje… fazemo-lo para que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor»?

Os sacrifícios fazemo-lo?!

Depois da patética mensagem de Natal transmitida pela televisão, Pedro quis emendar a mão e fazer de conta que é muito bonzinho e está muito preocupado com as famílias.

Fez mal.

O texto que publicou no Facebook é uma redacção medíocre e até tem erros gramaticais.

O meu professor da Escola Primária ter-lhe-ia dado 4 valores, numa escala de 20.

A simplificação excessiva de assuntos complexos

Acidente vascular cerebral na sequência de embolia por fibrilhação auricular.

Por outras palavras: deu-lhe um treco.

Sofreu contusão do occipital ao cair do escadote, com traço de fractura.

Que é como quem diz: partiu a mona.

Incapacidade súbita para controlar o esfíncter anal, com consequente emissão de fezes líquidas.

Isto é: borrou-se todo!

“Portugal e Irlanda, de acordo com o princípio de igualdade de tratamento, serão beneficiados pelas condições abertas no quadro do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira” (Vitor Gaspar, na Assembleia da República, na semana passada).

Que é o mesmo que dizer: “foi alimentada uma considerável confusão no debate público em Portugal”, a propósito da possibilidade do pacote de medidas negociadas para a Grécia serem extensíveis a outros países sob programa de ajustamento (Vitor Gaspar, ontem).

Portanto, o Eurogrupo aliviou os juros e os prazos de pagamento í  Grécia e Gaspar disse que isso seria extensível a Portugal.

O ministro das Finanças alemão afirmou que seria “terrível” que Portugal pedisse, para si, as mesmas regras e Gaspar mudou logo o discurso.

E acrescentou esta frase extraordinária: «a simplificação excessiva de assuntos complexos conduz inevitavelmente a mal-entendidos que infelizmente tendem a persistir ao ponto de serem considerados verdades»!

Gaspar: vai mergulhar o canis vulgaris em água e esfregá-lo com algum pedaço de sabão aromatizado!

Ou, simplificando excessivamente um assunto complexo: GASPAR, VAI DAR BANHO AO CíƒO!

Merkel e a teoria dos 50%

Angela Merkel disse hoje, em Lisboa:

Â«É preciso declarar, sim, que acreditamos naquilo que dizemos. Não podemos ter dúvidas: 50% da política económica é psicologia».

Com esta pequena frase, a chanceler mostrou-nos como Freud continua a influenciar o pensamento alemão.

A crise está dentro de nós.

O desemprego, as falências, os cortes nos salários, os cortes nos subsídios e nas pensões, os aumentos de impostos – todas as medidas que fazem parte desta política de austeridade são, em grande parte, um estado de espírito.

É tudo uma questão psicológica.

Só estás meio desempregado, só estás meio enrascado, só estás meio aflito – o resto, a outra metade, é psicológico.

Obrigado, Angela!

Jonet, o BAF e o bife

Eu sou do tempo em que as famílias mais abastadas tinham o seu pobre de estimação.

Eram para ele os restos do almoço, uma ou outra iguaria sobrante e dois tostões para o pão.

Chamava-se esmola.

Aos outros pobres, batia-se com a porta na cara.

Fossem trabalhar, que tinham bom corpo!

Com o advento do Estado Social, passámos a descontar para os pobres.

É mais asseado.

A pouco e pouco, os pobres deixaram de viver em barracas e, subsídio a subsídio, muitos deles até têm telemóvel e computador e grandes carros í  porta.

Felizmente, veio a crise e com ela, os pobres estão a voltar a ser pobrezinhos.

Neste cenário, o Banco Alimentar contra a Fome (BAF), tem um papel cada vez mais importante.

Podemos voltar a ter muitos pobrezinhos, mas não podemos regressar ao passado!

Isso de cada família mais abastada ter o seu pobrezinho de estimação está ultrapassado.

Não só porque os pobrezinhos são muitos, mas também porque cada vez há menos famílias abastadas…

Por isso, a caridadezinha tem que ser organizada.

—E  é aqui que entra o BAF.

A presidente do BAF, Isabel Jonet, não tem mãos a medir e fez questão de vaticinar que vamos, todos, empobrecer nos próximo tempos.

Ela própria dá o exemplo, não estoirando dinheiro no cabeleireiro.

E disse mesmo que “se não há dinheiro para comer bifes todos os dias, então não comemos bifes todos os dias”.

Os vegetarianos aplaudiram.

E até eu, que não sou vegetariano, estou de acordo com a Dona Jonet – í  medida que vou envelhecendo, cada vez gosto menos de bife.

Mas será que os pobrezinhos não têm direito a comer mais bife, por-amor-de-deus?

Sugiro í  Dona Jonet que, no próximo peditório do BAF, arranje uns sacos térmicos para os voluntários distribuírem, í  entrada dos supermercados.

Assim, nós podemos colocar as bolachas e o esparguete no saco habitual e dois ou três bifes da vazia no saco térmico.

Os pobrezinhos vão ficar tão contentes!…

A solução

A cidade japonesa de Izumisano está falida e tem uma dívida de cem mil milhões de ienes.

Como não tem modo de pagar essa enormidade, a Câmara decidiu vender o nome da cidade. Assim, quem decidir avançar com a massa para pagar a dívida da cidade, pode dar o seu nome í  mesma cidade.

Ora aqui está uma excelente ideia!

Aproveitando a visita da Merkel, o Passos Coelho podia convencê-la a comprar o nome do nosso país, a troco da nossa dívida soberana.

Merkolândia era um bom nome.

E matávamos 2 coelhos com um cajadada: a dívida soberana e a refundação do Estado, com nome novo e tudo.

Aliás, matávamos 3 coelhos, porque o Passos não resistiria a isto…

Afinal é revisitar, não é refundar!

A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, não gosta do termo refundar.

Nisso estamos de acordo.

Diz a senhora que prefere a expressão “revisitar as funções sociais do Estado“.

E confirmou que os cortes na Justiça, Administração Interna e Defesa, serão de 500 milhões.

Parece, portanto, confirmar-se o que se diz por aí: o governo, com a prestimosa ajuda dos técnicos do FMI, prepara-se para cortar os tais 500 milhões e mais 3500 milhões na Saúde, na Segurança Social e na Educação.

Depois dessas reformas concluídas, a ministra Paula já não poderá “revisitar as funções sociais do Estado”, pela simples razão de que não restará nenhuma!

Refundidos e mal pagos

—Mas que raio de ideia te trespassou, Passos!

Queres refundar o quê?

Fundar, refundar, fundir, refundir, afundar, transfundir, tresandar, tresmalhar, transmitir, retransimitir, formar, reformar, reformular, reorganizar, enfaralhar, enfarinhar!

Se fosses mas era refundar a tua prima!

Que aconteceu?

Acordaste um dia de manhã e pensaste: tenho que refundar isto!

Foi um tique? Foi um traque? Foi um flic-flac?

Foi o Relvas, foi o Gaspar, qual deles te fez avançar com esta ideia espectacular de querer refundar?

Refundar o memorando? Quando?

Vai refundar o raio que te parta!