O relatório da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários revelou que há gestores que têm lugar nos conselhos de administração de mais de 30 empresas.
Revelou, também, que até existe um gestor que administra 73 empresas!
Chama-se Miguel Pais do Amaral e achou piada a esta revelação. Confessou que não sabia que era o gestor português com assento em mais conselhos de administração. E comentou: «contar o número de conselhos de administração a que pertenço não é a primeira coisa que faço no dia».
Pergunta: será a segunda coisa?
Eu, a primeira coisa que faço no dia é desligar o despertador.
A segunda coisa que faço no dia é colocar os óculos.
A terceira coisa é abrir o estore do quarto.
A quarta coisa é fazer chi-chi.
Pensando bem, nunca conto o número de conselhos de administração, ao longo de todo o dia.
Mas Miguel Pais do Amaral deve fazê-lo. Só que não é a primeira coisas que ele faz no dia.
Ser administrador de 73 empresas é tão excessivo que fica para lá da compreensão. Pais do Amaral é assim uma espécie de Michael Phelps da gestão.
E as coisas extraordinárias são isso mesmo – extraordinárias.
Mas que dizer dos 17 gestores que administram 30 empresas cada um?
E que dizer do facto de 21 administradores terem recebido, em 2010, mais de um milhão de euros cada um?
Ora! – dirão todos e cada um dos referidos administradores – contar os euros que ganho nas empresas que administro não é a primeira coisa que faço no dia!