O DN trás, hoje, na primeira página, as fotos tipo-passe de 16 “personalidades” que afirmam recear que os seus telefones estejam sob escuta.
“Personalidades” tão diversas como António Capucho, Honório Novo, Mário Cláudio, Marinho e Pinto e António José Seguro.
Todos dizem evitar falar de assuntos sérios ao telemóvel.
Só contam anedotas, pelos vistos…
Vem isto tudo a propósito de os Serviços Secretos portugueses terem andado a escutar o telemóvel de um jornalista do Público.
O simples facto de existirem uns Serviço Secretos portugueses já dá vontade de rir… mas enfim… adiante.
Parece-me normal que, existindo um serviço secreto, os seus membros devam respeitar esse secretismo. Não me parece correcto que venham cá para fora, para os amigos e as namoradas, contar segredos do Cavaco ou do Sócrates, ou do Passos Coelho, por exemplo.
Ora se, de repente, começam a aparecer, escarrapachadas no Público, coisas que supostamente deviam ser secretas, é porque alguém lá de dentro está a bufar cá para fora.
Digam lá se não é obrigação dos Serviços Secretos descobrir o bufo?
Imaginem que estávamos em guerra e que o bufo dos Serviços Secretos passava ao jornalista informações cruciais sobre a Defesa do Estado?
Nesse caso, já seria aceitável montar uma escuta para descobrir o bufo?
Ou será que isto só é aceitável nos filmes do James Bond?
Agora, há por aí um coro de virgens envergonhadas porque os Serviços Secretos violaram a liberdade de imprensa!
Pois claro que violaram!
É para isso que eles servem!
Ou não?