Playboy portuguesa desilude

Apesar da crise, sai amanhã o primeiro número da edição portuguesa da revista Playboy, com uma tiragem de 100 mil exemplares.

Penso que vai ser um fracasso.

Os responsáveis escolheram, para capa do primeiro número, uma tal Mónica Sofia (quem?!).

Eu estaria í  espera de uma Manuela Ferreira Leite, uma Maria de Belém, uma Helena Roseta, ou até um Paulo Portas.

Nus, claro.

Agora, uma desconhecida, que fez parte de uma banda chamada Delírium, é uma desilusão.

Não vou comprar.

Sócrates, 30 anos depois

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No passado dia 20 de Fevereiro, fez 30 anos que Sócrates é nosso primeiro-ministro.

A meio do seu sétimo mandato, Sócrates encontra-se numa encruzilhada. Depois de Manuela Ferreira Leite se ter retirado da política e de o PSD ter desaparecido por implosão interna, não resta a Sócrates outra oposição que a do segundo homem mais velho do planeta, Manuel Alegre, que continua a gritar que ninguém o cala, a dizer que, no PS, existe um clima de medo e que o partido se está a afastar das suas raízes de esquerda.

Entretanto, o homem mais velho do planeta, Mário Soares, já prometeu que se o próximo “check-up” médico lhe for favorável, não se importa de concorrer í  presidência da República.

Como se sabe, o nosso presidente, o venezuelano naturalizado português, Hugo Chavez, já está tão velho que, na última cerimónia pública, urinou na tribuna presidencial.

O ministro da Economia do governo de Sócrates, Francisco Louçã, admitiu que partiria a cara ao líder da Oposição, Paulo Portas, se ele continuasse a exigir menos impostos para os agricultores, que não passam, hoje em dia, de cinco ou seis famílias que detêm umas hortas em Loures.

Na Assembleia da República, o PCP, hoje reduzido a Jerónimo de Sousa, dois habitantes do Seixal e um cão, nascido em Grândola, continuam a sua greve de fome, a favor da continuação do inquérito ao caso BPN, exigindo que Dias Loureiro seja presente í  comissão de inquérito pela 57ª vez, porque ainda há umas verbas perdidas que não estão bem explicadas.

Na próxima semana, deve ser aprovado o casamento entre todos os homossexuais, seguido da dissolução da igreja católica que, aliás, se encontra na falência, desde que se descobriu que o Vaticano tinha a massa toda investida no esquema piramidal do Freeport.

Finalmente, novos valores na política!

Fartos dos velhos políticos portugueses?

Not anymore!

O PSD anunciou ontem o seu candidato í  Câmara de Lisboa: trata-se de Pedro Santana Lopes, um jovem e talentoso político que começa, agora, a dar os primeiros passos na cena portuguesa, e logo como candidato a um cargo tão importante como este.

A escolha de Pedro Santana Lopes foi uma decisão unânime de todos os membros da comissão política nacional, portanto não se pode falar em insanidade temporária de Manuela Ferreira Leite, quanto muito, poderá dizer-se que toda a comissão política está passada dos cornos por escolher um rapaz tão novo e tão verde (sim, é do Sporting… não se pode ser perfeito…)

Claro que este Santana Lopes não tem nada a ver com o outro Santana Lopes, o do túnel, aquele que abandonou a presidência da Câmara de Lisboa para ir fazer figuras tristes como primeiro-ministro e, depois, voltou para a Câmara, com o rabinho entre as pernas, desalojando o outro senhor de óculos, cujo nome já nem me lembro (Carmona? Craveiro Lopes?).

Não – este Santana Lopes é novo e não tem nada a ver com o outro Santana Lopes, que pagou 2,5 milhões de euros ao Frank Gehry para o gajo fazer um orçamento para o Parque Mayer e vir comer uns almoços ao Bairro Alto.

Este Santana Lopes é muito diferente, como se pode comprovar pelas imagens em baixo. í€ direita, o jovem Pedro Santana Lopes, agora candidato í  Câmara de Lisboa; í  esquerda, o outro Pedro Santana Lopes, o que deixou um buraco formidável nos cofres da Câmara. As diferenças são notórias…

Parabéns PSD!

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Ferreira Leite, Santana Lopes style

—Saudades do Santana Lopes e das suas calinadas?

Não tenhas!

Agora há: MANUELA FERREIRA LEITE!

Tão divertida como Lopes, com a vantagem de ser do sexo feminino, embora, no caso dela, bem… adiante…

Depois de dizer que o TGV e o aeroporto iriam resolver o problema do desemprego na Ucrânia e em Cabo Verde, Dona Leite, na passada 4ª feira, bateu o recorde das afirmações absurdas.

1ª Chalaça da Manuela: “os líderes políticos, numa sociedade democrática, têm que saber fazer passar a sua mensagem através da comunicação social (…), não pode ser só a comunicação social a seleccionar o que se diz.”

Nesse caso, Manuela propõe o quê? A censura prévia? Um comissário político em cada redacção de cada jornal e de cada televisão, para “seleccionar o que se diz”?

2ª Chalaça da Manuela: “enquanto o sistema de justiça não for eficaz, o polícia faz figura de palhaço”.

Claro que os polícias não leram esta notícia, caso contrário teriam ido para a porta da sede do PSD, vestidos de palhaços, exigindo que a Manuela explicasse por que razão o PSD, que tem estado no governo tantos anos quantos o PS, não conseguiu tornar a justiça eficaz.

3ª Chalaça da Manuela: “a nova lei do divórcio, que ninguém pediu, é a destruição da família”.

De qual família, Manuela? Da família nuclear, em que o marido bate na mulher e não quer saber dos filhos? Da família alargada, em que os avós cuidam dos netos e ninguém sabe do pai ou da mãe?

Estas chalaças da Dona Leite foram todas proferidas num único discurso, mas quase ninguém reparou, porque anda tudo preocupado com os professores.

Com esta líder da Oposição, Sócrates bem pode dormir descansado…

Não te cales, Manuela!

—Já percebi por que razão Manuela Ferreira Leite esteve tanto tempo calada.

Manuela estava apenas a tomar balanço!

E agora, que começou a falar, é bom que não se cale, porque a senhora, apesar daquele ar sério, é de uma comicidade formidável.

Qual Buster Keaton, que fazia os maiores disparates sempre com aquele fácies fechado, Manuela diz, por exemplo, que a decisão de aumentar o salário minimo em 24 euros, “roça a irresponsabilidade” (e a conotação do verbo “roçar” é sempre curiosa…) – e diz, agora, que a construção das grandes obras públicas (aeroporto e TGV) contribuem para resolver os problemas do desemprego… de Cabo Verde e da Ucrânia!

í“ Manuela, a senhora é impagável!

Que boa piada!

Embora se tenha esquecido dos brasileiros. Os nossos irmãos brasileiros imigrados, apesar de preferirem a restauração, o turismo ou outras ocupações alternativas, também trabalham nas obras. Bem como os guineenses, alguns quenianos e mesmo um ou outro marroquino.

Por favor, Manuela – não se cale!

Desde os tempos áureos do Sr. Lopes que não me divertia tanto com a leitura de entrevistas políticas.

Leite e derivados

—Na concertação social (“concertação” com “cê”, porque vem de “concerto”; com “esse”, não, porque já não há “conserto”…), patrões, trabalhadores e governo chegaram a acordo: em 2011, o salário mínimo será de 500 euros.

Até lá, vai subindo devagarinho. Para o ano, será de 450 euros.

Manuela Ferreira Leite, distraída ou desconhecendo a decisão da concertação social, disse que Sócrates, ao fazer este aumento, “roça a irresponsabilidade”.

í“ Dra. Leite: é um aumentozinho de 24 euros mensais!

No que respeita ao leite, propriamente dito, e escolhendo o magro, tendo em atenção a doutora, 24 euros dá para comprar mais 27 litros de leite Matinal ultrapasteurizado por mês, partindo do princípio que cada litro custa 88 cêntimos. Quer dizer que o trabalhador, com o novo salário mínimo nacional, nem sequer vai poder comprar mais um litro de leite por dia, todos os dias do mês!

Quanto aos derivados: 24 euros dão para mais 40 iogurtes Longa Vida, a 2.19 cada pack de 4; ou mais 14 pacotes de 250 gramas de manteiga UCAL, a 1.69 cada um; ou 3 queijos e meio, tipo flamengo, da Agros, a 6.49 cada um.

A senhora acha que isto roça a irresponsabilidade?

Por que não falas, Manela?

Ficou célebre a frase do rei de Espanha, “por que no te callas”, dirigindo-se ao Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que não perde a oportunidade de botar faladura por tudo e por nada.

—Também entre nós começa a ficar célebre a frase dos militantes do PSD, dirigindo-se í  sua muda líder: “por que não falas, Manela?”

O país í  beira da falência, o Sócrates a anunciar empregos fictícios, o crime violento a aumentar de dia para dia, e a Manela caladinha que nem um rato, aliás, que nem uma rata…

Até parece que não tem mesmo nada para dizer.

Bem, ontem lá se reuniram os órgãos do partido e pariram um comunicado, pedindo a demissão do ministro da Administração Interna, só porque foram assaltados meia dúzia de bancos e uma carrinha da Próssegur.

O PSD devia ter vergonha na cara e dar atenção a coisas importantes, como esta notícia, publicada hoje no DN.

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Inacreditável!

Se o Governo não toma medidas, hoje são as lagartixas, amanhã são capazes de ser as rãs, os sapos e até as salamandras!

O PSD devia fazer uma oposição consciente e adulta e pedir a demissão imediata do ministro dos Répteis!

Que dizes a isto, Manela?

Nada, não é?…

Pois…