“Os jogadores mais influentes numa equipa detectam-se pela dimensão de espaço que eles ocupam nos seus movimentos habituais”.
– Luís Freitas Lobo, Expresso, 2 de outubro de 2010
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“Os jogadores mais influentes numa equipa detectam-se pela dimensão de espaço que eles ocupam nos seus movimentos habituais”.
– Luís Freitas Lobo, Expresso, 2 de outubro de 2010
2-0 ao Sporting é alguma coisa de especial?
Eu queria ver era o Benfica ganhar a grandes equipas como a Académica ou o Nacional ou o Guimarães – agora í queles coxos de verde e branco?! Até a equipa dos reformados da Carris ganhava!
Até o Cardozo, que precisa de rematar dez vezes para marcar um golo, ontem marcou dois e ia marcando outros tantos!
Até o Roberto, que tem um buraco em cada mão e costuma deixar passar a bola por entre os olhos, defendeu o pouco que houve para defender!
O Sporting teima em ser treinado por gajos chamados Paulo. Depois do Bento, veio o Sérgio. Têm que continuar í procura.
Ainda têm o Paulo Autuori.
E o João Paulo Segundo…
(ou esse já morreu?)
No ano passado, Jorge Jesus tinha a maioria absoluta. Todos se renderam ao futebol do Benfica, foram apanhados desprevenidos, baixaram a crista e deixaram a coisa andar. O futebol praticado era bonito – todos o diziam -, a equipa marcou mais de 100 golos, viva o Benfica, deixa lá os gajos serem campeões, disseram os tipo que mandam nisto…
Mas este ano…
Este ano, Jesus não tem maioria absoluta e tem que enfrentar diversas forças de bloqueio.
Ontem, foi o Olegarinho, o famoso árbitro que não viu Baía tirar uma bola de dentro da baliza, chutada por Petit. Desta vez também não viu dois penaltis contra o Guimarães e viu dois fora-de-jogo que não existiram.
Não faz mal.
Damos 9 pontos de avanço!
E ainda vai dar mais gozo que no ano passado!
Quatro milhões por aquela abécula?!
Nós pagámos quatro milhões ao Braga por aquele guarda-frangos que leva quatro do Chipre?!
Um milhão por cada frango?!
E mais um frango inacreditável frente í Noruega!
Bastou aquele norueguês típico, morenaço e tudo, chamado Carew, dois metros de escandinávia em cima do saloio do Minho e o gajo atrapalha-se, chuta a bola contra o calmeirão, deixa que ele lhe caia em cima e lhe esborrache os tintins e pronto: golo da Noruega.
Depois, foi cerca de uma hora de incompetência dos jogadores e do treinador, aquele tipo com um capachinho na cabeça e com um bigode que já não se usa.
Mas isso, é problema dos portugueses.
Agora nós, cá em Génova, não estamos a dormir e a margem de erro desse frangueiro do Eduardo é de 5 minutos – que é o tempo que a gente leva a colocar-lhe uma bomba no carro…
A entrevista de Carlos Queiroz í SIC, ontem, teve momentos de fino recorte literário.
Queiroz disse que está a ser atacado por um polvo ou uma nuvem, o que constitui uma imagem literária digna de outro Queiroz.
Aliás, a nossa selecção, no que respeita a treinadores, passou de um com nome de mestre escola (Scolari), para este, com nome de escritor (Queiroz) e, agora, provisoriamente, para um que tem nome de agência funerária (Funerária Agostinho Oliveira, enterra a selecção inteira).
Voltando í entrevista: o polvo de que Queiroz fala, afinal, não tem nada a ver com a Mafia. Todos nós, quando usamos o termo “polvo”, em sentido figurado, usamo-lo, sempre, relacionado com essa organização italiana com fins lucrativos.
Queiroz, não. Para Queiroz, polvo é sinónimo de nuvem e, no sentido figurado dele, é qualquer coisa que caiu em cima dele, assim que ele chegou de férias.
Ele até disse, especificamente: “quando cheguei de férias, o mundo caiu em cima de mim!”
Exagero, claro.
Queiroz não é assim tão importante, para que o mundo se dê ao trabalho de cair em cima dele.
E se, de facto, o mundo caísse mesmo em cima de Queiroz, ficávamos com o problema resolvido.
Até porque Queiroz disse ao Expresso que da selecção só sairia morto.
Quando era miúdo, era frequente, nas praias da Costa da Caparica, assistir a espectáculos de fantoches, a que a malta chamava robertos, não faço ideia porquê (ver PS).
Vinham dois homens com uma espécie de biombo de pano branco; montavam aquilo no meio do areal e um dos homens ia lá para dentro, enquanto o outro ficava cá fora, a anunciar o espectáculo.
Primeiro, havia um diálogo entre o primeiro roberto e o homem cá de fora; depois esse roberto ia-se embora e vinha outro, que era o totó.
Depois, o primeiro roberto reaparecia e dava uma sova no outro, com um pau, que fazia um ruído característico de cada vez que batia na tola do roberto totó.
O Benfica tem, agora, na baliza, um Roberto totó…
PS -Â Depois de breve pesquisa no Google, descobri a origem do termo “roberto“Â ( “A prevalência deste nome está, por ventura, ligado a uma comédia de cordel com grande repercussão, intitulada “Roberto do Diabo” ou a um conhecido empresário de teatro de fantoches, Roberto Xavier de Matos”)
Queiroz foi condenado a um mês de suspensão.
É pouco.
Devia ficar suspenso até ao final do Campeonato da Europa.
Suspenso sobre os estádios.
Lá de cima, tem-se uma melhor visão do jogo.
Eu sei que parece ingenuidade, mas reparem:
– o Bruno Alves foi vendido ao Zenit de São Petersburgo por 22 milhões de euros (obrigado, tovarich! os relvados portugueses vão ficar muito mais seguros!)
– o Miguel Veloso foi vendido ao Génova por 9 milhões
– o Sporting comprou Zapater por 2 milhões
– o Benfica vendeu o Ramires por 20 milhões ao Chelsea e comprou o Rodrigo, ao Real Madrid, por 6 milhões
– o Porto comprou o avançado Walter por 3,7 milhões
– o Braga vendeu o Eduardo ao Génova por 4,5 milhões.
Só aqui estão contabilizados mais de 60 milhões de euros.
Crise? Qual crise?
Esmifraram-se para marcar um golo ao Paraguai, torceram-se para marcar um golo í Alemanha e ontem, precisaram de 120 minutos para marcar um golo í Holanda.
E foram campeões do mundo?
Acho mal!
Futebol é aquilo? passar a bola para o lado direito, depois para o esquerdo, depois para o direito outra vez e, cerca de 15 minutos depois, tentar meter a bola na grande área e falhar 95% das vezes?
Tricotar jogadas?
Mariquices, é o que é!
Espanhóis sem gana…
Olha, o Gana – ele é que devia ter sido o campeão…