í“ ílvaro, posso tratar-te por pá?

O novo ministro da Economia, ílvaro (o apelido não interessa) é muito solto, muito sorridente, muito saltitante!

É natural – ele esteve Lá Fora, ele foi professor em faculdades Lá Fora.

Foi Lá Fora que ele aprendeu que até a reles secretária tratava o professor universitário por Mark.

í“ Mark, a que horas dás a próxima aula? í“ Mark, queres que eu te leve um café? í“ Mark, tira daí a mão, que os alunos estão a ver!…

Toda esta familiaridade entre a reles secretária e o super-génio é natural Lá Fora.

Cá Dentro, é Sr. Professor para a direita, Sr. Doutor para a esquerda (para a esquerda, não! Lagarto, lagarto! Que o ílvaro – o apelido não interessa – quer a esquerda bem longe!)

Então, o novo ministro da Economia visitou ontem uma feira de artesanato, o que é significativo. Com a crise, voltamos a fazer tudo í  mão…

E o ílvaro pediu aos artesãos para espetarem uma bandeira de Portugal junto aos seus produtos. Um bandeira de Portugal no pastel de natal, no galo de Barcelos, na cavaca das Caldas!

Boa, ílvaro, tu é que sabes!

Estiveste Lá Fora, deves saber como é que se espevita a economia!

Os pés pela cabeça

Passos Coelho foi visitar a Docapesca.

í€ entrada, deram-lhe algo que é obrigatório usar quando se visitam locais como aquele.

Passos começou a desembrulhar a coisa e, como estava a ser filmado e quer parecer simpático e popular e tal, disse: “vou enfiar a minha primeira touca da campanha”.

Espirituoso, o homem…

Só que, ao desenrolar a coisa, Passos verificou que a coisa, afinal, eram duas!

Duas pantufas para envolver os sapatos, de modo a que o visitante não contamine o chão com as porcarias que traz da rua.

“Ah! Isto é para os pés!” – concluiu, brilhante.

No final da visita, Passos informou:

“Já tenho o governo na cabeça.”

í“ homem, não será nos pés?!…

PSD propõe PEF contra PEC do PS

O DN publica hoje o as LG (linhas gerais) do PG (programa do governo) do PSD (esta sigla não sei bem o que quer dizer, social-democrata?…duvido…).

O PG foi elaborado por uma equipa chefiada por EC (Eduardo Catroga) e diz que foi construída a partir de trabalhos do GEN, da CRI e do IFSC.

Percebi perfeitamente.

Diz o documento que o PG está assente em 5 pilares.

É pouco. Aposto que vai cair…

O Pilar 2 propõe um PEF e uma ACCE.

Já o Pilar 3, visa o SPA e o SEE, incluindo as PPP.

Também se fala em IPSS, no Pilar 4 e no espaço da Lusofonia, no Pilar 5.

Conversa de chacha.

Estamos lixados!

Greve ao sexo? Pois claro!

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A deputada social-democrata belga, Marleen Temmerman propí´s que as mulheres dos políticos façam greve í s relações sexuais até que todos cheguem a um acordo e haja, finalmente, governo (a Bélgica está sem governo há 240 dias!)

Esta estranha iniciativa merece-me os seguintes dois comentários:

Primeiro: tanta gente que diz estar a ser fodida pelo governo e há belgas que propõem deixar de foder porque não há governo!

Segundo: basta olhar para a cara da Marleen para aderir í  greve que ela propõe!

Já!

AD outra vez? Não, obrigado!

A propósito do 30º aniversário da morte de Sá Carneiro, voltou a falar-se da AD.

De quê? De quem?

Da Aliança Democrática, uma coisa que parece que foi inventada por Sá Carneiro e que, segundo muitos especialistas da nossa praça, poderia salvar o país do atoleiro.

Em primeiro lugar, esta história de mitificar o Sá Carneiro já cheira mal. Convém recordar que Sá Carneiro foi deputado na Assembleia Nacional, nos tempos do Marcelo Caetano. Era daqueles que queria minar o sistema por dentro. Depois do 25 de Abril, foi um dos fundadores do PPD e, na altura em que morreu no tal acidente/atentado, apoiava um general obscuro para Presidente da República. Era o general Soares Carneiro e Sá (também) Carneiro sonhava com um governo, uma maioria e um presidente.

Agora, 30 anos depois da sua morte, ao mesmo tempo que põem o homem nos píncaros, chegando a dizer que, se ele não tivesse morrido, Portugal não estaria como está hoje, tentam ressuscitar esta história de “um governo-uma maioria-um presidente”.

Partindo do princípio que o Cavaco ganha as eleições presidenciais, basta que o PSD e o CDS, juntos, obtenham a maioria absoluta, para formarem um governo de coligação.

E assim renasce a Aliança Democrática!

E a malta que faz este raciocínio, incluindo ilustres jornalistas, fazem por se esquecer que, entre 2002 e 2004, tivemos um governo Durão Barroso-Paulo Portas e que, entre 2004 e 2005, tivemos um governo Santana Lopes-Paulo Portas.

Foi apenas há 5 anos, rapaziada!

A direita teve, então, um governo e uma maioria – só não tinha um presidente, mas também não foi por causa de Jorge Sampaio que Durão Barroso não levou o seu governo até ao fim da legislatura, pois não?

Portanto, deixem a AD sossegada, lá no sítio onde Sá Carneiro repousa.

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Uma coligação do camandro!

O ministro Amado (haverá ministros amados neste governo?…) propõe que se forme um governo de coligação, já!

É numa entrevista ao Expresso de hoje. E Sócrates concorda.

Subentende-se que essa coligação seria entre o PS e o PSD.

Acho pouco.

A crise é tão profunda que Portugal precisa de uma coligação mais alargada, que abarque todas as forças políticas, sem olhar a credos, raças ou clubes de futebol.

Claro que o Novo Governo de Salvação Nacional seria chefiado por um português de reconhecido mérito, famoso em todo o mundo e que até já se disponibilizou para ajudar Portugal, caso o seu actual patrão não se opusesse. Refiro-me, claro, a José Mourinho.

Do elenco ministerial fariam parte diversas figuras incontornáveis, como Paulo Portas, í  frente do Ministério da Lavoura, Santana Lopes, como ministro da Economia (mas pouco) e Oliveira e Costa, como ministro das Burlas e Finanças.

Para acabar de vez com os desfiles na Avenida da Liberdade, Mário Nogueira ficará í  frente do Ministério dos Professores e, vá lá, da Educação e Carvalho da Silva será ministro dos Trabalhadores.

Louçã, que até propí´s que vendêssemos os submarinos, ficará com o Ministério das Forças Armadas, Garcia Pereira será ministro da Justiça Popular, António José Seguro fica com o ministério das Polícias, Manuel Maria Carrilho vai para os Negócios Estrangeiros e Medina Carreira fica com a Segurança Social.

César Peixoto fica í  frente do Ministério dos Coxos, Manuela Moura Guedes fica com o ministério da Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, Carlos Queiroz vai para o ministério da Dopagem e Linguagem Obscena e Marcelo Rebelo de Sousa vai para o ministério dos Comentadores Dominicais.

Para Sócrates não ficar a chorar, dá-se-lhe o ministério do Ensino de Inglês Técnico e Passos Coelho vai para Vila Real e fica lá muito bem.

Com este Governo é ver os juros da dívida soberana começar a descer como o caraças!

O Ornamento do Estado

Começa hoje, por volta das 15 hortas, a primeira reunião para discutir o Ornamento de Estado mais importante do sexo 21.

De um lado, Peixeira dos Santos, ministro da Ecomania; do outro lado, Eduardo Catrefa, por parte do PSD.

O Presente da República, Cavado silva, já disse que é fundamental aprovar este Ornamento e todos os especialistas em Ecologia e Faianças dizem o mesmo, mas os principais paridos parecem mais interessados em discussões estéreis ou histéricas, já não sei bem.

Teixeira dos Prantos diz estar pronto para negociar, mas o aumento dos impressos não é bem aceite pelos sexuais-democratas.

O PSD, í  última orla, tirou um Coelho da Catroga e o duelo é inevitável.

Quem ganhará?…

Veremos…

Como dizem os cegos…

Novo Governo – dicas para os jornalistas

O novo governo, que amanhã toma posse, permitirá aos jornalistas engraçadinhos, inúmeros trocadilhos fáceis e títulos giríssimos.

Aliás, alguns já iniciaram o uso desses trocadilhos com a ministra da Educação, Isabel Alçada que, como também é escritora, e autora da colecção infanto-juvenil “Uma Aventura…”, uma espécie de “aventuras dos Cinco” í  portuguesa, permite coisas brilhantes como “Uma aventura no Ministério da Educação”, ou ainda “será que a nova ministra tem argumentos?”; ou também: “os professores sob a Alçada de Isabel”.

Mas há muito mais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado tem, no seu apelido, uma forma do verbo “amar”, que pode ser glosado de muitas maneiras (o ministro bem ou mal amado, etc).

A nova ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, para além de ter um apelido que permite diversos trocadilhos e muitas rimas, é pianista – facto que pode ser usado para perguntas tolas, como: será que a ministra é solista ou saberá tocar em concerto? vai tocar sempre na mesma tecla? preferirá as teclas brancas e não excluirá as pretas?

O ministro da Ciência e do Ensino Superior, é Gago – mas com os gagos não se br…br…brinca…

O facto da nova ministra do Trabalho, Helena André, ser sindicalista, dá pano para mangas: traidora da classe operária, aliada do patronato ou, pelo contrário, uma infiltrada dos trabalhadores no governo burguês.

O ministro da Agricultura e Pescas chama-se António Serrano. Serrano? E a malta que vive nas planícies e no litoral? Um serrano percebe alguma coisa de pescas?

Para o Ambiente, Sócrates escolheu Dulce Pássaro. Doce pássaro? E os mamíferos, o lince da Malcata, por exemplo? Não ficarão prejudicados por esta preferência pelas aves? Dulce voa alto? Bate as asas e desaparece no horizonte?

Assim como os jornais desportivos não se cansam de insistir no milagre da Luz, desde que Jesus desceu no Benfica, preparem-se para os títulos inteligentes com os nomes dos ministros deste governo.

Mas afinal, quem ganhou as eleições?

Olhando para os jornais, assim de repente, até parece que foi o Paulo Portas!…

E, afinal, o CDS não teve mais do que 10% dos votos, o que corresponde a 21 deputados. Quer dizer que o Partido do táxi vai ter que comprar um mini-bus.

Mas 10% é uma miséria! Se o estádio da Luz estiver cheio, com 60 mil pessoas (e isso, agora, é cada vez mais frequente…) apenas 60 terão votado no Portas, considerando que as crianças até aos 18 anos não votam, mas gostam muito do Benfica…

Ridículo!

Então, se não foi o Portas que ganhou, parece que terá sido o Louçã, o que ainda é mais ridículo, pois o Bloco nem sequer chegou aos 10%!

É preciso contar mais de 90 portugueses para encontrar o primeiro que tenha votado no Bloco.

Insignificante!

No que respeita ao PCP, já se sabe que ganha sempre, ou porque tem mais votos, ou porque os votos são mais bonitos, ou porque teve mais jovens a votar ou porque o Jerónimo sua mais que os outros candidatos.

Mas – 7%?!

Tenham dó!

Portanto, quem ganhou as eleições, com 36% dos votos, foi o Sócrates!

Sem espinhas!

Agora tem é que fazer alianças e nisso os políticos portugueses são muito esquisitos.

Ainda há pouco tempo, na Noruega, três partidos de esquerda, incluindo comunistas, se coligaram para formar um governo maioritário.

Ontem mesmo, a Angela Merkel ganhou as eleições, mas vai governar coligada com o Partido Liberal – mas também podia ser com o SPD, só que estes tiveram um resultado miserável.

Em Portugal, não.

O Louçã já disse que, com o Sócrates, nunca!

O Manuel Alegre já disse que coligações, só com a esquerda!

Mas se o Louçã não quer o Sócrates e p o Sócrates é que ganhou as eleições, coligações í  esquerda, só se fí´r com o Jerónimo.

Mas com o Jerónimo não chega para formar governo maioritário…

Nesse caso, mais vale o PS formar um governo minoritário e governar sozinho.

Está-se mesmo a ver que vamos ter que aturar o Portas no governo, outra vez.

Se eu fosse ao Sócrates, dava, ao CDS, as pastas da Agricultura, da Segurança Social e da Educação.

Sempre gostava de ver ministros do CDS a distribuir subsídios pelos agricultores, a cortar com o rendimento mínimo aos ciganos e a avaliar professores!…

Faz isso, Sócrates… não és homem, não és nada!…