Syrizemos, pois!

O Syriza está na moda.

A comunicação social, sempre com aquela tendência tabloidizante, inunda-nos de informações irrelevantes sobre a actualidade grega, e pouco ou nada nos diz sobre as questões de fundo.

O que interessa é sabermos que o Tsipras não quis jurar sobre a bíblia, para além de teimar em não usar gravata; informam-nos, também, que o governo cessante, o de Samaras, abandonou o Palácio governamental, deixando tudo vazio, nem sequer deixou a password para o wi-fi e, nas casas de banho, nem sabonetes havia!

Como se vê, tudo informações importantes para perceber o fenómeno Syriza.

Afinal, o que quer o Syriza de diferente?

Segundo o nosso inteligente primeiro-ministro, o que eles queres é um “conto de crianças“, assim uma espécie de história da Carochinha porque, disse Coelho, como “é possível que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de os seus parceiros garantirem o financiamento sem contrapartidas?”.

Por outras palavras: segundo o Coelho, o programa do Syriza será não pagar dívidas, aumentar os salários e baixar os impostos.

E isso é mau?

O que Coelho tem é inveja!

Portanto, o que há a fazer é Syrizar Portugal.

Apear o Passus Coelhanis, transformar o PS, o Bloco e o Livre, não em Syriza, mas em Cereja (Coligação da Esquerda Realista Embora Já Anquilosada), eleger o Antonius Costakis e convidar o Louçanikis para ministro das Finanças.

Merkel teria o enfarte.

Jardim mostra o caminho

Notícia do DN:

«A ausência de “entusiasmo” e de “pressão imprescindível de Lisboa” junto da Comissão Europeia para resolver o impasse do Centro Internacional de Negócios da Madeira, cujo fim poderá estar para breve, “justifica uma reflexão sobre a nossa saída”, leia-se Madeira, “do âmbito da União Europeia, se necessário, a exemplo de outros territórios autónomos noutros Estados soberanos europeus”, avisou ontem Alberto João Jardim.»

O Jardim quer sair da União Europeia?

É para já!

Pode sair imediatamente e juntar-se í  Grécia.

Após dois ou três meses de convívio com Jardim, era ver os gregos a pedir, de joelhos, o reingresso na União Europeia!

Como a Grécia escolhe os governos

Vamos lá ver como é que a Grécia escolhe os governos.

Primeiro, fazem-se eleições.

Depois, o Presidente grego convida o líder do partido mais votado a formar governo.

Se ele não conseguir, o Presidente convida o líder do segundo partido mais votado a formar governo.

Se ele também não conseguir, o Presidente convida o líder do terceiro partido mais votado a formar governo.

E assim sucessivamente, até ao líder do partido menos votado.

Se ninguém conseguir formar governo, o Presidente vai í  janela e grita para o primeiro grego que passar na rua:

– É pá! Sim, tu! Foste escolhido para formar governo! Despacha-te!

Os gregos são como a pescada

Numa altura em que era preciso uma atitude firme e decidida, os gregos pulverizaram as suas opções eleitorais: 110 deputados da Nova Democracia, 50 do Syriza (extrema-esquerda), 42 do Pasok (socialistas), 32 dos Gregos Independentes (seja lá o que isso for), 26 do KKE (juro que não sei o que é) , 21 da Aurora Dourada (nome lindo para um partido nazi) e 19 da Esquerda Democrática.

Há que assinalar o bom gosto de alguns partidos gregos: é mais elegante dizer Syriza do que Bloco de Esquerda; é mais bonito (e mais enganador), dizer Aurora Dourada do que Partido Nacional-Socialista.

A pescada, antes de o ser, já o era.

Pescada.

Os gregos antes de se verem, já se viram.

Gregos.

O referendo grego

O problema central não é o primeiro-ministro grego ter decidido fazer um referendo, mas sim que pergunta fazer nesse referendo.

Papandreu (pronuncia-se mais ou menos assim, mas escreve-se de maneira muito diferente) diz que o referendo não é sobre o euro, mas sim sobre as medidas de austeridade.

Mas também há a possibilidade de Papandreu desistir do referendo, a favor da formação de um governo de coligação entre os socialistas e o partido í  sua direita.

Nesse caso, Papandreu cederia o seu lugar a Papadamus (não tenho bem a certeza se é assim que se pronuncia…)

Fica claro que o problema grego é uma questão de Papas.

Por cá, o nosso Papa-Açorda anda a reboque, ora dizendo que não é preciso renegociar com a troika, ora afirmando que são precisos ajustamentos…

Voltando ao referendo e í  sua pergunta.

Poderá ser, simplesmente: «deve a Grécia manter-se no euro ou deve voltar ao dracma?»

Ou ainda: «deve a Grécia aceitar as medidas impostas pela troika ou deve fazer-lhes um manguito?»

Ou talvez: «deve a Grécia manter-se na Europa ou passar-se para a ísia, que fica já aqui ao lado?»

Ou, finalmente: «deve a Grécia pedir a extradição de Duarte Lima, conceder-lhe a cidadania e nomeá-lo primeiro-ministro e, depois, sair do euro?»

Eu votaria nesta última pergunta.

Gregos mortos-vivos

Continua o ataque desenfreado do FMI í s democracias europeias.

Agora, na Grécia, até decidiram tirar a reforma aos mortos!

Segundo a ministra do Trabalho grega, Luka Katseli (jeitosa, por sinal…), o Estado grego pagava pensões de reforma a 4500 gregos já falecidos.

E depois?

Lá por um grego estar morto, não quer dizer que não mereça continuar a receber a sua pensão de reforma. Toda a gente sabe que, por vezes, um gajo trabalha tanto e durante tantos anos que, para ser ressarcido, merecia receber reforma mesmo depois de morto!

Mas o FMI tinha que meter o bedelho e a Luka lá sacou as pensões aos gregos mortos!

Atenção portugas, mortos ou vivos: nem sabeis o que vos espera!

O café Doka, Grécia e Sarchi

Na Costa Rica só se cultiva o café de melhor qualidade. A planta, chamada coffea arabica, originária da Etiópia, foi introduzida no país em 1779.

A partir de 1830 e durante cerca de um século, o café foi a principal exportação da Costa Rica e proporcionou o desenvolvimento do país, a construção de muitos edifícios e do caminho de ferro.

As terras montanhosas, quentes e húmidas, da Costa Rica são excelentes para o cultivo do café arábico.

Nas terras altas centrais do país, mais de mil km2 são dedicados ao café.

A Doka é uma quinta onde se cultiva café há mais de 70 anos. Situada em Alajuela, perto de S. José, oferece a possibilidade de conhecermos todos os passos da produção do café, desde a planta até í  chávena, passando pela secagem dos grãos, ao sol.

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Depois de se visitar a quinta, ainda há tempo para ver o borboletário e espantamro-nos com dezenas de borboletas. A Costa Rica tem mais de 1250 espécies de borboletas.

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Grécia é uma pequena cidade fundada em 1864, nos arredores de San José e que se destaca por possuir uma igreja toda feita em chapas prefabricadas de aço, cor de ferrugem. A sua construção foi inspirada pela torre Eiffel.

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Sarchi é famosa pelo seu mobiliário de madeira e, sobretudo, pelas carroças profusamente decoradas. Hoje em dia, estas carroças já não são utilizadas no dia-a-dia, mas mantém-se a tradição e há desfiles todos os anos, com eleição da carroça mais bonita.

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Vale a pena visitar o Taller Eloy Alfaro, uma oficina muito antiga, onde estas carroças continuam a ser feitas como antigamente. Todas as máquinas da oficina (berbequins, serras, etc) são movidas pela força motriz da água, através de uma nora.