“HHhH – Operação Antropóide”, de Laurent Binet (2009)

HHhHVencedor do Prémio Goncourt para primeira obra, este romance de estreia de Laurent Binet é, de facto, inovador.

Inovador no modo como Binet nos conta a história, lutando constantemente contra a tentação de romanceá-la.

A chamada Operação Antropóide consistiu no plano para assassinar Reinhardt Heydrich, o chefe dos Serviços Secretos nazis, da Gestapo, o inventor da “solução final” para extermínio dos judeus.

Heydrich era conhecido como o “Himmlers Hirn heibst Heydrich” (o braço direito de Himmler – daí o título do livro).

Depois de muito planearem, dois pára-quedistas, um checo e outro eslovaco, conseguem matar o “carrasco de Praga” mas, depois de muitas mortes de inocentes, acabam também por ser apanhados e suicidam-se, juntamente com outros companheiros da resistência checa, depois de oito horas de cerco.

Claro que isto dava para escrever um daqueles romances de 600 páginas sobre a 2ª Guerra Mundial, mas Binet tenta descrever os factos de uma maneira quase jornalística e, quando a escrita lhe foge para o romance, autocritica-se imediatamente.

A 2ª Guerra Mundial é uma fonte inesgotável de histórias e não é fácil escrever mais um livro sobre esse tema, e escrevê-lo de forma diferente.

Gostei.