“A Sombra do que Fomos”, de Luis Sepúlveda (2009)

—A contra-capa deste pequeno livro diz tudo:

«Num velho armazém de um bairro popular de Santiago do Chile, três sexagenários esperam impacientes pela chegada de um quarto homem. Cacho Salinas, Lolo Garmendia e Lucho Arencibia, antigos militantes de esquerda derrotados pelo golpe de estado de Pinochet e condenados ao exílio, voltam a reunir-se trinta e cinco anos depois, convocados por Pedro Nolasco, um antigo camarada sob cujas ordens vão executar uma arrojada acção revolucionária. Mas quando Nolasco se dirige para o local do encontro é vítima de um golpe cego do destino e morre atingido por um gira-discos que insolitamente é lançado por uma janela, na sequência de uma desavença conjugal.»

É isto. “A Sombra do que fomos” é uma historieta. Tem graça, está bem escrita, mas sabe a pouco.

Algumas passagens fizeram-me recuar aos tempos do PREC. Exemplo:

«Na assembleia, Coco Aravena sentia-se eufórico porque a comissão de agitação e propaganda do Partido Comunista Revolucionário Marxista-Leninista, pensamento Mao-Tsé Tung, tendência Enver Hodxa, bastante diferente da camarilha liquidacionista que se fazia chamar Partido Comunista Revolucionário Marxista-Leninista, pensamento Mao-Tsé Tung, tendência bandeira vermelha, o tinha escolhido para a leitura de uma resolução do Comité Central destinada a mudar a história.»

É o segundo livro de Sepulveda que leio e não me entusiasma.