Malcol Gladwell nasceu em Inglaterra em 1963, cresceu no Canadá e vive actualmente em Nova Iorque, sendo colunista da revista The New Yorker.
Este curioso livro reúne alguns dos seus ensaios publicados naquela revista ““ ensaios muito variados, desde por que razão há muitas variedades de mostarda e apenas uma de ketchup, o que é que o inventor da pílula não sabia sobre a saúde das mulheres, os perigos da informação a mais, a mamografia e o poderio aéreo, por que associamos o génio í precocidade, etc.
Gladwell pega em um ou dois exemplos práticos para, depois, nos explicar a sua opinião sobre o assunto em discussão, socorrendo-se, sempre, da opinião de diversos especialistas e de estudos científicos publicados.
Na página 299, por exemplo, é citado um estudo muito curioso:
“…No início da década de 1970, um professor de psicologia da Universidade de Stanford, chamado David L. Rosenhan, juntou um pintor, um estudante universitário finalista, um pediatra, uma dona de casa e três psicólogos. Pediu-lhes que fossem a diferentes hospitais psiquiátricos com nomes falsos e se queixassem de que andavam a ouvir vozes.”
De resto, estes voluntários deveriam responder a todas as perguntas sem mentir e manter comportamentos normais. Estiveram internados, em média, 19 dias, e houve um que ficou quase dois meses internado.
Rosenhan dirigiu-se depois aos hospitais visados e explicou que estava a fazer uma experiência e que, em breve, voltaria a enviar voluntários que se fingiriam doentes.
Dessa vez, dos 193 admitidos nos hospitais, 41 foram considerados saudáveis ““ mas, mais uma vez, os hospitais enganaram-se, já que Rosenham não tinha enviado ninguém.
É com experiências deste género, surpreendentes, que Gladwell ilustra os seus ensaios, o que os torna interessantes, mesmo quando o tema é pouco atractivo.