Marcelo Sem Cunha de Sousa

Marcelo não meteu nenhuma cunha.
Não senhor!
Limitou-se a receber o mail do Dr. Nuno Rebelo de Sousa e a encaminhá-lo para o Chefe da sua Casa Civil.
Será possível fazer alguma coisa quanto a isto? ““ perguntava.
Tratem disto como se o Dr. Nuno não fosse meu filho.
Não quero cunhas, é só para saber…
A Casa Civil reenviou para o gabinete do Primeiro-Ministro.
O Presidente da República quer saber se se pode fazer alguma coisa.
Mas nada de cunhas ““ é só para saber. E não foi o filho que pediu.
Mas o mail é do filho do Presidente?
É do filho do Presidente, mas é como se fosse outra pessoa qualquer.
Compreendi-te!
O Gabinete do Primeiro-Ministro reenviou para o Ministério da Saúde: o Presidente está interessado nisto. Foi o filho que pediu, mas como se não fosse.
Sem cunhas, sem cunhas!
O Ministério da Saúde reenviou para a Administração do Hospital de Santa Maria.
Assunto delicado: o Presidente faz questão, aliás, é o filho do Presidente, mas faz de conta que é outro cidadão qualquer ““ mas nada de cunhas, ok?
A administração acatou a sugestão.
E assim se fechou o círculo.
Sem cunha nenhuma!
Não percebo por que estão tão ofendidos.

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Teorias da Conspiração

Está-se mesmo a ver que Marcelo Rebelo de Sousa e a Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República (para quem, daqui a uns meses, pergunte quem é essa?), combinaram, entre si, o modo de queimarem rapidamente o primeiro-ministro. Marcelo perguntou a Lucília se ela tinha alguma coisa que pudesse lixar o António Costa e ela respondeu que havia uma investigação sobre o lítio, o hidrogénio verde e ofícios correlativos que talvez pudesse envolver o Costa, mas que era uma coisa muito ténue. O Presidente da República disse logo para ela desenvolver o caso, que aquilo era o suficiente. Estava farto do Galamba e da impertinência do Costa! Vamos lixá-lo!

Ou então, não foi nada disso.

Foi o Ministério Público que, desde o tempo do Sócrates, quando acabou com as férias judiciais de três meses, que estava deserto para lixar os governos do PS. Assim que apareceu esta investigação, sugerida pela Dona Sandra Felgueiras, aproveitou e montou toda esta narrativa, de acordo com os apaniguados do André Ventura, porque toda a gente sabe que as polícias estão infiltradas pelo Chega.

Ou então, nada disto é verdade.

A verdade é que António Costa estava farto desta treta e não sabia como se havia de libertar. A mulher dele já lhe tinha dito que há que tempos que ele não lhe tocava e que não aturava mais reuniões de trabalho. Foi então que ele se lembrou de pedir ao Galamba para aceitar uns almoços e uns jantares pagos pelo data center de Sines, de modo a provocar o Ministério Público. Foi, aliás, o próprio Costa que meteu umas notas de 50 euros em quatro ou cinco envelopes e os escondeu no gabinete do Escária, de maneira a causar toda esta polémica. Ficou, assim, livre para ir namorar com a mulher.

Ou então, também não foi nada disto.

Se calhar, a verdade tem a ver com a força popular conseguida por Montenegro e Rui Rocha. Ambos, juntos, estão a entusiasmar multidões, de tal maneira, que o próprio Ministério Público achou que era altura de divulgar este processo escandaloso de corrupção, em que foram pagos jantares que ascenderam a 100 euros, de modo a fazer cair, finalmente, este governo corrupto até aos ossos e deixar que Montenegro e Rocha possam, enfim, liderar um governo, juntamente com Ventura.

Que lindo será o futuro de Portugal!

Um Presidente sem cuecas

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Marcelo está de férias. Na praia, no Algarve.

No entanto, aparece todos os dias nos telejornais, comentando a actualidade. Aceita que os jornalistas o perseguiam no areal, corram atrás dele até ao toldo. Enfia o bonezinho na cabeça e responde í s suas perguntas, sem um enfado. Pela-se por aparecer. Um vaidoso do camandro! Incapaz de desaparecer de cena, nem que seja por uma semana ou duas. Diz que tem muitos decretos para promulgar, ou vetar. E sujeita-se a imagens ridículas: um presidente a tirar o fato de banho e a limpar os testículos da água salgada.

Um insulto í  República!

Um presidente que acredita na indigestão

Marcelo desmaiou!

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Estava na faculdade de Ciências e Tecnologia, a inaugurar um laboratório, quando alguém lhe ofereceu um moscatel. Quente.

O presidente não resiste a um copo ““ seja de moscatel, de ginjinha, de cerveja ou de qualquer outro líquido com uma percentagem de álcool aceitável.

Ignorando o facto ““ grave! ““ de já ter engolido o conteúdo de uma embalagem de Fortimel, Marcelo bebeu o Moscatel.

Estava quente!

Toda a gente sabe o mal que faz um cálice de moscatel quente.

Assim que o moscatel entrou no estí´mago presidencial, iniciou-se uma reação química com o Fortimel que ainda lá estava, a sobrenadar.

Consultando as precauções que constam da embalagem do Fortimel, podemos ler que só deve ser usado como suplemento, não sendo adequado como fonte alimentar única.

Ora, o presidente não almoçou e usou o Fortimel como fonte alimentar única. Ainda por cima, emborcou um cálice de moscatel. Quente!

Desceu-lhe a tensão!

Estava-se mesmo a ver.

Aliás, todos os médicos receitam moscatel quente aos hipertensos. É conhecida a sua ação hipotensora.

Felizmente, Marcelo recuperou bem. Depois de ter feito exames no Hospital, teve alta í s 8 horas, mesmo na abertura dos telejornais!

Marcelo afirmou aos jornalistas que, muito provavelmente, o Moscatel interferiu com a digestão do Fortimel.

Um presidente que acredita nas indigestões, é mesmo o que todos nós merecemos!

O estranho caso da hóstia diabólica

Marcelo Rebelo de Sousa anda numa roda viva e o saltitar dos fusos horários estão a dar-lhe cabo dos nervos.

Foi o funeral do Eduardo dos Santos em Luanda e o da rainha Isabel, em Londres, foi o périplo pela Califórnia e o stress do jogo de beisebol, foram os tapetes de Arraiolos em Malta e a missa em Nicósia.

í€ chegada a Lisboa, os jornalistas perguntaram-lhe qual era o seu comentário aos mais de 400 casos de abuso sexual de menores por parte de senhores eclesiásticos.

Marcelo disse que até nem era um número particularmente levado.

Quantas criancinhas teriam de ser abusadas para que o presidente considerasse o número aceitável?

Na minha opinião, a culpa foi da hóstia cipriota, que devia estar possuída pelo demónio e assim turvou o pensamento do nosso querido presidente.

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O Protagonista

Estava a preparar um segund0 mandato repleto de casos políticos. Esperava um governo minoritário que lhe permitisse uma maior intervenção – uma verdadeira magistratura de influ`ência.

Lixou-se!

Ficou zangadinho com a divulgação pela comunicação social do elenco ministerial, como se nunca tivesse protagonizado uma fuga de informação…

Tem, portanto, que aproveitar todas as pequenas notícias para se fazer notado.

Crise sísmica? Lá vou eu!

Atrapalho a protecção civil local? Paciência! Tenho que fazer selfies em S. Jorge!

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Marcelo – take it easy, pá!

O nosso presidente não sabe estar quieto.

Pior, não sabe estar calado.

Este fim de semana perdeu a oportunidade de estar quieto e de estar calado.

Por um lado, podia ter ficado calado, não contribuindo para aumentar a confusão criada pela DGS quanto í  vacinação das crianças dos 12 aos 15 anos.

E por outro, em vez de ir ao Brasil, podia ter ficado quietinho, no Palácio de Belém e organizar mais uma daquelas semanas dos livros. Segundo ele, a pandemia já passou a endemia e todos temos que nos habituar a conviver com o vírus. Sendo assim, por que razão não organizou a habitual Festa do Livro, em Belém?

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Controlava as entradas com o certificado digital da vacinação e escusava de ir fazer figura de parvo para o Brasil.

Foi a S. Paulo inaugurar o reconstruído Museu da Língua Portuguesa e Bolsonaro nem se dignou ir recebê-lo.

Recebeu-o, depois, no Palácio do Planalto. Sem máscara, claro.

Para o Bolsonaro, a pandemia não passou de uma gripezinha, portanto, máscara, só para o parolo do português.

Marcelo esqueceu-se de um bastonário

O presidente Marcelo não sabe estar quieto. Nunca soube.

Quando era “…jornalista”, aborrecido pela rotina, criava factos políticos, inventava acontecimentos e, depois, comentava-os.

Tornou-se assim o comentador-mor, primeiro na rádio, depois na televisão.

Aos domingos, religiosamente, Marcelo e a sua homilia.

Agora, sendo presidente de um regime que não é presidencialista, faz tudo o que pode para manter o estatuto de comendador.

Será que se vai candidatar a um segundo mandato?

Claro que sim!

Mas só o saberemos quando não houver alternativa, quando ele for obrigado, pela lei, a anunciar que é candidato.

Entretanto, sendo presidente, pode continuar a fazer campanha.

E mete-se em tudo.

Na pandemia, claro.

Agora que a segunda vaga atinge Portugal e toda a Europa, Marcelo decidiu ouvir diversos sectores ligados í  saúde.

Começou pelo actual e por antigos bastonários dos médicos. Miguel Guimarães, que ficaria muito bem como ministro da Saúde do PSD, que, ao longo destes meses, tem criticado as decisões da DGS e do governo, sem apresentar alternativas, foi acompanhado pelos ex-bastonários, quase todos anciãos curvados sobre si próprios ““ um clube de senadores que quer sopas e descanso e que, muito provavelmente, tem apenas uma vaga ideia do que são os serviços de saúde actualmente em Portugal. Gentil Martins, com 90 anos e Carlos Ribeiro, com 94, ambos ex-bastonários, não fazem ideia do que é ser médico na comunidade. nos dias que correm, sobretudo junto dos bairros sociais construídos quando eles já se estavam a reformar.

Depois de ouvir as doutas opiniões destes anciãos, Marcelo ouviu, também, a bastonária dos enfermeiros, aquela senhora que usa apenas um brinco e que gosta de dar beijos ao líder do Chega, e a bastonária dos farmacêuticos.

Mas Marcelo esqueceu-se de um bastonário, quiçá o mais importante: o bastonário dos auxiliares, daqueles que dão a comida í  boca dos acamados, dos que despejam as arrastadeiras, dos que levam para o lixo as algálias.

Qual será a opinião dessa malta sobre a pandemia?

Estou a brincar?

Não me parece.

Se tiveres algum familiar internado e quiseres saber informações sobre o seu estado clínico, a quem pedes informações?

Se falares com um médico ou uma enfermeira, vão responder-te que não podem dar informações sobre doentes internados.

No entanto, se falares com a porteira do teu prédio, que é prima de uma moça que é auxiliar no hospital, posso garantir que vais ter informações sobre o teu familiar.

Marcelo devia ter falado com o bastonário dos auxiliares.

Só assim seria verdadeiramente democrático…