Licor de Relvas

Pior que ílvaro Santos Pereira, só Miguel Relvas.

Um cromaço!

Das autarquias í  RTP, do futebol í s polícias secretas, tudo passa pelas mãos do super-Relvas.

Agora, vê-se envolvido na polémica das secretas. Recebeu mails e sms de Silva Carvalho, o 007 de pacotilha, a sugerir-lhe nomes para postos-chave.

Uma jornalista do Público, tem assinado vários artigos sobre este assunto e Relvas não gostou. Parece que ameaçou divulgar detalhes da vida privada da jornalista, se ela publicasse um determinado artigo sobre o mesmo assunto.

Revelador…

Os deputados quiseram ouvir Relvas sobre o seu eventual envolvimento na questão das secretas.

E ele foi.

Com aquele seu sorriso sacaninha, disse: «não posso transformar o que não é sequer uma tempestade num copo de água, numa tempestade num copo de licor».

O quê? Não se importa de repetir?

Tempestade num copo de licor?

ílvaro Santos Pereira quer ultrapassar o coiso, Relvas quer uma tempestade num copo de licor.

Temos o governo que merecemos…

Mirem-se no exemplo de Falciano del Massico

Falciano del Massico é uma pequena localidade, a 50 km de Nápoles, com apenas 3700 habitantes, mas sem cemitério.

Como forma de protestar contra esta falha, o presidente da câmara local, Giulio Fava, publicou um decreto municipal que proíbe os munícipes de morrerem.

Leram bem: em Falciano del Massico é proibido morrer.

Só que, esta semana, dois cidadãos resolveram infringir a lei e morreram mesmo.

Fava não sabe o que há-de fazer.

Que castigo se aplica a dois cidadãos que não cumprem a lei, mas que estão falecidos?

Esta singela história mostra bem como há sempre ovelhas negras na melhor das democracias.

Que melhor forma de se protestar contra o facto de não termos um cemitério, se não recusarmos morrer?

E, mesmo assim, tinha que haver dois palermas a furarem o protesto!

Claro que em Portugal, isto seria impossível, já que o ministro Miguel Ervas nunca permitiria que uma comunidade com apenas 3700 habitantes tivesse direito a ter um presidente da Câmara – quanto mais um cemitério!

Relva não é erva?

Vitor Gaspar foi peremptório, no que respeita aos cortes salariais na função e nas empresas públicas: não há excepções!

A TAP, onde não haverá cortes, é a excepção que confirma a regra.

A Caixa Geral de Depósitos, onde também não haverá cortes, será a a excepção que confirma a excepção da regra.

Muito provavelmente, a ANA também não terá cortes, passando a ser a excepção da excepção da excepção que confirma a regra.

E o mesmo se vai passar com os CTT, com a NAV (controladores aéreos) e, quem sabe?, com a RTP.

O excelente ministro Relvas já explicou – com aquele ar de xico-esperto a quem apetece dar umas estaladas – que o caso da TAP e da CGD não é uma excepção, mas sim uma adaptação…

Que inteligência! Que perspicácia!

Relvas deve ser o orgulho da família!

A maneira como ele nos mostra uma maçã e nos tenta convencer que é uma laranja!

Afinal, uma adaptação não é uma excepção, não é Miguel Ervas?…

ílvaro sem pasta

Andou o homem a estudar para isto!

Vem ela lá de tão longe para fazer esta figura de corpo presente!

Deram-lhe a pasta da Economia, mas tiraram-lhe o emprego jovem, as privatizações, as PPP e, agora, até os fundos estruturais!

O emprego jovem foi para o Miguel Ervas, que já tem a RTP, as autarquias, o Parlamento e Angola – e o resto, foi para o Gaspar que, cada vez mais rima com Salazar (Numa casa portuguesa fica bem/pão e vinho sobre a mesa/A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente)

—
O Passos bem podia prescindir do ílvaro.
Sempre poupava um ordenado…

Otelo poupa no Orçamento

Ficaram todos muito chocados quando o Otelo disse que lhe bastariam 800 homens para derrubar o governo.

O homem estava a ser poupado, caramba!

Só para despentear o ministro da Defesa, Aguiar Branco e calar o Miguel Relvas serão precisos dois exércitos!

O Otelo estava a querer poupar dinheiro aos contribuintes.

Obrigado Otelo – e não te esqueças de tomar as gotas, pá!

Mar encrespado

Miguel Relvas não convidou Mário Crespo para correspondente da RTP em Washington.

Aliás, nem podia, porque Crespo é funcionário da Sic e o governo não interfere com a RTP que, aliás, vai ser privatizada e seria demasiado escandaloso Miguel Relvas arranjar um tacho na RTP ao jornalista que mais bateu no Sócrates e que mais fretes fez ao PSD/CDS, um pouco antes da mesma RTP ser privatizada.

Podia dar a ideia de que o governo PSD/CDS estava a pagar um favor ao Crespo, coisa impensável, porque Relvas é puro como a Divina Graça e Crespo nunca seria capaz de fazer o que andou a criticar este tempo todo.

Felizmente, nada disso se passou.

Parece que, afinal, Relvas apenas sondou Crespo – o que é algo de completamente diferente!

E Crespo, embora não tenha aceite o convite que, aliás, nunca existiu, já avisou que até acha que tem muito jeito para correspondente em Washington, até fala bem americano e tudo!

De facto, não há dúvida que as moscas mudaram…