Dias Loureiro – um herói do nosso tempo

Finalmente, a justiça foi feita!

Dias Loureiro, esse grande símbolo da transparência nos negócios, nomeadamente no que respeita ao BPN, foi reabilitado perante a opinião pública, pela voz do nosso formidável primeiro-ministro.

Quando visitava Aguiar da Beira, terra natal do Sr. Dias, Coelho disse:

“(Dias Loureiro) conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos”

dias loureiroPortanto, se queremos vencer na vida, o que temos que fazer é, em primeiro lugar, estar no Partido certo, depois, conseguir ser ministro, cultivar as amizades certas e, depois de sair do Governo, continuar a ser tratado por “monsieur, le ministre”, nomeadamente em Marrocos, onde conseguiremos, desse modo, um grande negócio de fornecimento de água, graças ao qual poderemos ganhar o nosso primeiro milhão.

Depois, é só comprar acções de um banco, tipo BPN, a um preço muito em conta, e, quando rebenta a bernarda, não ter mais do que 5 mil euros na nossa conta.

Temos que ser metódicos, como diz o Coelho.

E por isso, os imóveis e outros bens estarão, sempre, em nome de familiares – mas isso é crime?

Não, é exigência.

Dias Loureiro, segundo Passos Coelho, viu mundo.

Nós, quando muito, vemos Braga por um canudo.

No lixo, mas a crescer!

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque anuncia que temos os cofres cheios.

O primeiro-ministro, Passos Coelho, em visita ao Japão, garante que Portugal poderá vir a ser “uma das nações mais competitivas do mundo”.

O presidente Cavaco não se cansa de “difundir a evolução positiva da economia portuguesa”, que, segundo ele, poderá crescer 2%.

E, no entanto, a agência Fitch continua a classificar a nossa dívida como lixo.

Ora, não é possível que uma ministra. um primeiro-ministro e um presidente estejam – todos! -enganados.

Conclui-se, portanto, que é a Fitch que não percebe nada de economia.

Sugiro que a Maria Luís pegue na massa que acumulou nos cofres e compre a agência Ficth.

Depois, pode deitá-la no lixo…

Um primeiro-ministro que bebe laranjada

Vi hoje, num telejornal: Passos Coelho, num almoço qualquer, a beber laranjada, daquela ranhosa, tipo marca branca do Minipreço.

Ora, o que se pode esperar de um primeiro-ministro que bebe laranjada ao almoço?

Mas também não é razão para o crucificarmos só porque ele não “tinha noção” que era preciso contribuir para a Segurança Social.

Afinal, os funcionários da TAP não têm direito a viagens í  borla?

E os funcionários dos transportes públicos por acaso pagam bilhete?

Sendo assim, Passos Coelho, que inventa os impostos, devia estar isento de os pagar.

Lógico.

Ao fim e ao cabo, Passos faz o que qualquer português tenta fazer: fugir aos impostos.

Quem nunca recusou factura para não pagar IVA, por exemplo, que atire a primeira pedra ao primeiro-ministro.

Aliás, em qualquer caso, atirem a pedra.

Muitas.

Afinal, Passos Coelho não é perfeito!

Foi um balde de água fria!

Afinal, o nosso primeiro-ministro não é perfeito!

Vive em Massamá, viaja em executiva, não favorece os amigos e não enriquece com a política, mas não é perfeito.

E porquê?

Porque não sabia que tinha que descontar para a Segurança Social e porque estacionou mal o carro algumas vezes.

Parece que também se esqueceu de qualquer coisa relacionada com o IRS, além de ter pedido exclusividade como deputado quando, afinal, trabalhava para a Tecnoforma.

Em resumo: o homem tem defeitos!

Mas como ele muito bem disse, não se aproveitou do cargo para favorecer amigalhaços, como fez o Outro.

Claro que o Outro esperneou e lá dos confins da terra da Florbela Espanca, enviou uma cartinha, onde diz que “o primeiro-ministro está próximo da miséria moral”.

í“ Sócrates, que falta de imaginação!

Então com os cortes, a crise, o défice e a dívida, querias que o Coelho tivesse uma moral rica?

Pois se o homem garantiu que não enriqueceu!

Syrizemos, pois!

O Syriza está na moda.

A comunicação social, sempre com aquela tendência tabloidizante, inunda-nos de informações irrelevantes sobre a actualidade grega, e pouco ou nada nos diz sobre as questões de fundo.

O que interessa é sabermos que o Tsipras não quis jurar sobre a bíblia, para além de teimar em não usar gravata; informam-nos, também, que o governo cessante, o de Samaras, abandonou o Palácio governamental, deixando tudo vazio, nem sequer deixou a password para o wi-fi e, nas casas de banho, nem sabonetes havia!

Como se vê, tudo informações importantes para perceber o fenómeno Syriza.

Afinal, o que quer o Syriza de diferente?

Segundo o nosso inteligente primeiro-ministro, o que eles queres é um “conto de crianças“, assim uma espécie de história da Carochinha porque, disse Coelho, como “é possível que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de os seus parceiros garantirem o financiamento sem contrapartidas?”.

Por outras palavras: segundo o Coelho, o programa do Syriza será não pagar dívidas, aumentar os salários e baixar os impostos.

E isso é mau?

O que Coelho tem é inveja!

Portanto, o que há a fazer é Syrizar Portugal.

Apear o Passus Coelhanis, transformar o PS, o Bloco e o Livre, não em Syriza, mas em Cereja (Coligação da Esquerda Realista Embora Já Anquilosada), eleger o Antonius Costakis e convidar o Louçanikis para ministro das Finanças.

Merkel teria o enfarte.

Uns açoites no Coelho

Quanto mais te baixas, mais se te vê o cu – lá diz o velho ditado…

Passos Coelho e sus muchachos tudo fizeram, ao longo destes três anos, para satisfazer os credores e a Comissão Europeia.

Eles diziam mata, o Coelho dizia esfola, mesmo que isso fosse uma enorme contradição (um coelho a defender o esfola é o mesmo que uma marta a pugnar por uma estola…).

Mas nada deste esforço é reconhecido.

Eis que, depois de tantos cortes, a Comissão Europeia vem dizer que o «Governo perdeu “apetite político” nas reformas mais ambiciosas», como titula hoje o DN.

Entre essas reformas, a Comissão Europeia destaca a das pensões.

Com efeito, o Governo subiu a idade da reforma para os 66 anos, mas é pouco!

Ainda hoje a Direcção Geral de Saúde revelou os números das causas de morte e parece que, finalmente, o cancro ganha vantagem e está quase a ultrapassar as doenças cardiovasculares.

Ora, toda a gente sabe que, com os avanços da medicina, o cancro se está a transformar numa doença crónica.

Portanto, se começarmos a morrer mais de cancro do que de enfarto de miocárdio, a esperança de vida poderá aumentar ainda mais.

É perfeitamente aceitável que um tipo continue a trabalhar aos 67 ou 68 anos, mesmo com um cancro da próstata, ao contrário de um palerma que morra aos 50 com enfarto – esse, sim, nunca mais vai trabalhar na puta da vida!

Tudo isto tem sido discutido entre o nosso formidável Presidente e os seus conselheiros.

Quando a gente pensa que Cavaco se está cagando para a prisão de um ex-primeiro ministro, para o descalabro da PT ou para a requisição civil da TAP, a verdade é que o homem está a pensar estas coisas importantes e ainda ontem disse esta frase essencial: «é uma ilusão pensar que os problemas do país estão resolvidos».

Vejam bem a dimensão deste pensamento, o alcance desta frase, a profundidade desta ideia: Cavaco diz-nos que os problemas do nosso país não estão resolvidos!

Porra, Cavaco! que grande desarrincanço!

É preciso ser um grande Presidente para chegar a essa conclusão!

Enfim, com um primeiro-ministro e um presidente destes, de que é que estávamos í  espera?

O sexto homem e outras cenas

Não se passa nada.

Neste país em que os ministros pedem desculpa e continuam tranquilamente a ocupar os seus lugares, não se passa nada.

No PS, o Seguro deu í  Costa.

Levou uma abada de 70 a 30%, meteu-se no carro com a família e nunca mais apareceu no emprego.

Mas Costa tem as costas largas e já arranjou cargos para alguns dos apoiantes de Seguro.

O PS é uma grande família feliz, só lhe falta o arroz chow chow.

Por outro lado, o Bloco está a desbloquear-se.

Aos poucos vai-se desfazendo em pequenos bloquinhos.

Quanto í quele advogado que é dois, Marinho & Pinto, parece que vai fundar um novo Partido amanhã, para comemorar o 5 de Outubro, enterrando o da Terra.

Eleito para o Parlamento Europeu, quer é as legislativas ou até ser Presidente, Dono Disto Tudo!

Por falar em DDT, o ex-presidente do BES, Salgado, apimentou esta semana com a revelação de cenas que se passaram em reuniões do Grupo Espírito Santo.

Segundo revela o i, a empresa que vendeu os submarinos a Portugal, untou a família Espírito Santo e não só.

Foram 30 milhões ao todo, mas 10 milhões ficaram nas mãos dos advogados.

Dos restantes 20 milhões, 5 milhões ficaram com a família ES (um milhão por cada um dos cinco ramos) e os restantes 15 foram repartidos pelos três administradores alemães e por uma sexta pessoa.

Claro que toda a gente quer saber quem é esta sexta pessoa que não é o Paulo Portas.

Nem pode ser o Portas porque a Comissão de Inquérito do Parlamento já chegou í  conclusão de que não houve nada de ilegal na compra de material de guerra, incluindo os submarinos.

A relatora da Comissão, Mónica Ferro, apresentou-se aos jornalistas com um calhamaço de mais de 400 páginas e garantiu que nenhum membro do governo se abotoou com nenhuma gorjeta nesta história toda.

A Mónica é de Ferro!

Sobre isto, Portas nada diz.

Anda ocupado a pensar como há-de convencer Passos Coelho a descer o IRS, mas Passos tem andado ocupado a procurar os recibos do ordenado que não recebia quando não trabalhava para a Tecnoforma, no tempo em que não estava em exclusividade no Parlamento.

Enfim, em Portugal não se passa mesmo nada!

Universidade Passos Coelho

Está tudo muito incomodado pelo facto de o nosso primeiro-ministro ter recebido uns dinheiros do Centro Português para a Cooperação – uma ONG (Organização Não Golpista) financiada pela Tecnoforma.

Pelos vistos, Passos Coelho era deputado em regime de exclusividade e não podia receber dinheiro por fora ou, afinal, podia receber porque talvez não estivesse em exclusividade, mas não declarou esse dinheiro, o que também não tem grande importância porque o crime, se existiu, já prescreveu.

Confuso, não?

Quando lhe perguntaram directamente se tinha recebido 5 mil euros por mês quando era deputado em exclusividade, Passos Coelho disse que não se lembrava – o que não me espanta porque ainda hoje, só quando cheguei í  minha garagem e deparei com dois Maseratis é que me lembrei que os comprei há uns anos, embora prefira conduzir o Honda…

Além disso, em 1991, ainda não havia euros e Passos Coelho não conseguiu converter os 5 mil euros em escudos assim de repente. Nunca foi muito bom em contas, como temos comprovado nestes últimos três anos…

Depois, Passos Coelho foi para casa, consultou os dossiers onde guarda as recordações, os recortes de jornais em que aparece de barba ao lado de uma das Doce e as fotos com o Relvas, e hoje foi ao Parlamento explicar que nunca recebeu nenhuma remuneração do Centro Português para a Cooperação – mas apenas despesas de representação.

Portanto, eles foram uns almoços, elas foram umas deslocações ao Porto e a Bruxelas e até a Cabo Verde.

Pelo vistos, uma das iniciativas da prestimosa ONG de Coelho, foi a criação de uma Universidade em Cabo Verde.

É por isso que proponho que, como castigo por nos estar a dar cabo da vida há três anos, Passos Coelho seja condenado a frequentar um curso de representação na Universidade que fundou em Cabo Verde.

Um curso de quatro anos.

Seguido de mestrado.

E doutoramento.

Só voltaremos a ouvir falar dele em 2022…

passos coelho nariz