Passos Coelho foi ao Congresso do PSD-Madeira.
Alberto João Jardim, apesar de ser contra o “regime do contenente”, recebeu o primeiro-ministro condignamente, sem insultos nem bocas foleiras, embora alguns congressistas tenham ensaiado uns apupos tímidos.
Só hoje percebi a razão que levou Jardim a portar-se tão bem: é que recebeu a garantia de que, mais uma vez, os contribuintes vão abrir os cordões í bolsa para o financiar.
Com efeito, podem ler, por exemplo aqui http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=63228, que lá vão mais mil e cem milhões para as jardinices…
Portanto, acalmada a fera, foi com aquele sorriso palerma que Passos Coelho subiu ao palco para se insurgir contra os que “protestam vocalmente contra o governo”.
Vocalmente?!
Este Passos Coelho não deixa de me surpreender com a sua verve!
Portanto, os que protestam arremessando pedras, fazendo gestos obscenos com os dedos médios ou quebrando montras, são poupados – mas os que gritam, vociferam ou cantam slogans, são admoestados por Coelho.
Diz a criatura:
«Não tenho nenhum problema em enfrentar a impopularidade, posso bem com aqueles que pensam diferente de mim e posso bem com aqueles que acham que estamos a seguir um caminho de austeridade excessiva».
Coelho pode bem com os que pensam de maneira diferente e pode bem com os que acham que há austeridade a mais.
Isto é, Coelho pode bem com milhões de portugueses.
Coelho é Poder.
Cada vez mais isolado.
Cada vez mais orgulhosamente só.
E o homem concluiu:
«Confio muito na inteligência dos portugueses».
Se o dissesse com o típico sotaque beirão ainda seria mais tenebroso.
Estamos mesmo tramados!
PS – Coelho au Madeira: esfole-se o coelho, lave-se muito bem, regue-se o bicho com vinho da Madeira e leve-se ao forno, com batatas e rodelas de cenoura; deixe-se alourar para ficar ainda mais burro e beba-se o Jameson. Todo!