McCartney III (2020)

A desculpa é a seguinte: Paul McCartney esteve confinado por causa da covid 19 e decidiu gravar um disco, em que toca todos os instrumentos, tal como já tinha acontecido no disco de 1970, o primeiro a solo, depois do fim dos Beatles, e no de 1980.

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Portanto, este é o McCartney III, o terceiro disco em que o ex-Beatle canta, faz os coros, toca todos os instrumentos e produz o disco.

Temos de dar algum desconto, porque o homem tem 78 anos e, com o passado que tem, pode fazer o que lhe apetece, mas o disco é banal e ouve-se sem nenhum sobressalto.

Como ele diz, na canção Seize the Day, “…dinossaurs and Santa Clauss will stay indoors tonight”.

É o que apetece, quando se ouve este disco, ficar em casa.

Por que raio este ancião lançou mais um disco?

Porque pode.

Acredito que lhe deve ter dado muito gozo, mas… o que já foi, não volta a ser…

The Art of Paul McCartney

art of paul mccartneyEu sei que não é politicamente correcto gostar de McCartney.

Se, gostar dos Beatles já é um sacrilégio para os intelectuais que se vêm com o palerma do Panda Bear, ser fã do McCartney deve equivaler a sofrer um AVC;

… Na eventualidade de gostarmos dos Beatles, que seja do Lennon ou, melhor ainda, do Harrison, que eram… enfim, eram…

Vão-se lixar!

O velho McCartney é responsável por algumas das melhores canções pop dos últimos 40 anos, quer queiram, quer não.

Este CD de tributo é disso prova.

Billy Joel interpreta “Maybe I’m Amazed” e “Live and Let Die”, Bob Dylan canta “Things We Said Today”, Harry Connick Jr. interpreta “My Love”, Willie Nelson canta “Yesterday”, um surpreendente Barry Gibb canta “When I’m Sixty Four”.

Tudo velhotes?

E depois?

Atentem no “Helter Skelter” do Roger Daltrey, do “Hello Goodbye”, dos Cure, do “Let i Be”, da Chrissie Hynde, ou no “On The Way”, do B. B. King e chamem velhos a outros!

Boa nota também para a versão do “Let’em In”, do Dr. John, ou do “Got to Get you in My Life”, do Perry Farrell.

Enfim, são 34 temas, mas podiam ser muitos mais!

Thanks Sir McCartney!