Título do DN:
“Juiz prende pela primeira vez director de uma polícia”
aqui desde 1999
Factos: a Polícia Judiciária desmantelou uma quadrilha de 12 elementos que assaltava e roubava apartamentos; os bandidos apresentavam-se de uniforme da polícia e exibiam mandados de busca, falsos, claro; depois, entravam nos apartamentos e roubavam ouro, jóias, diamantes e outros objectos de valor.
Da quadrilha faziam parte três polícias, que tinham acesso a informação privilegiada sobre os locais a assaltar.
Depois de presentes ao juiz, oito elementos da quadrilha ficaram em prisão preventiva, incluindo os três polícias.
Acho mal!
Se os funcionários da TAP têm descontos nos voos e os empregados da Carris podem viajar í borla, os polícias também deviam ter alguma vantagem corporativa.
Talvez se pudesse resolver a coisa com uma reprimenda ou um par de estalos, não acham?…
Um simpático adepto do Benfica entrou em campo, em Guimarães, para recepcionar uma camisola que um jogador lhe queria fazer o obséquio.
Um intrépido agente da autoridade achou que aquele gesto era um acto criminoso, uma vez que não é legal enveredar pelo terreno do jogo, ultrapassando as quatro linhas, a menos que se seja intérprete do jogo.
Vai daí, o intrépido agente atirou-se ao adepto, interceptando-o, no que foi auxiliado por outros agentes, igualmente intrépidos.
Jorge Jesus não gostou dessa atitude e tentou interditar a acção dos agentes de autoridade, interpusendo-se entre eles e o adepto, colocando até a sua integridade corporal em jogo – diz-se que até perdeu o relógio na refrega.
Ora, toda a gente sabe que as autoridades não gostam de ser postas em contrariedade e ficaram um pouco aturdidas com a atitude do treinador do Benfica, pelo que o acusaram de agressão e resistência.
Felizmente, Jorge Jesus tem um excelso advogado, de seu nome, Miguel Henrique, que já veio amansar os adeptos, dizendo que os incidentes “estão a ser extrapolados” – do verbo “extrapolar” («tirar uma conclusão com base em dados reduzidos ou limitados», segundo os dicionários).
E para quem acha que o advogado não foi suficientemente explicitado, ele acrescentou: que os incidentes tiveram origem “num conjunto de situações de algo que se queria como uma coisa boa – uma festa no final do jogo – e que se transformou noutra coisa menos positiva”.
É assim como quando a gente vai para uma grande jantarada e acaba a vomitar o resto da noite!
Cada treinador tem o advogado que merece…
O secretário de Estado do Interior britânico, Nick Herbert esclareceu: se, para o bom andamento de uma investigação, um polícia infiltrado tiver que dar uma queca, assim seja!
Ultimamente, tem havido, no Reino Unido, alguma polémica í volta da interpretação a dar í lei sobre os poderes e limitações das investigações, a qual permite aos agentes infiltrados, infiltrarem-se ainda mais e terem relações sexuais como parte do trabalho.
Assim sendo, os investigadores infiltrados serão a segunda profissão a ganhar dinheiro para darem quecas!
Toda esta polémica foi desencadeada por um tal Mark Kennedy, um polícia undercover que teve relações sexuais com duas activistas ambientais, durante uma investigação…
Logo duas activistas, Mark?
Não terá sido excesso de zelo, pá?
Acrescente-se que a lei é conhecida como Regulation of Investigatory Powers Act 2000 – também conhecida como RIPA.
É caso para citar o outro e exclamar: RIPA na rapaqueca!
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) mostra que a crise também se faz sentir nas forças da ordem.
De facto, a PSP, a GNR, a PJ e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, em conjunto, realizaram, em 2011, apenas 71 898 detenções – menos 16 280 do que em 2010.
No que respeita í emancipação feminina, também neste capítulo pouco se evoluiu. Segundo o RASI, apenas 11,5% dos detidos em 2011 eram do sexo feminino, enquanto 88,5% eram homens.
Não há dúvida que as autoridades têm que fazer um esforço para prender mais mulheres.
Cumprindo o conselho do primeiro-ministro, 2 481 portugueses decidiram ser presos no estrangeiro, poupando, assim, muitos milhares de euros ao erário público nacional.
Também as buscas diminuíram em 2011, em relação ao ano anterior – 9 172 e 10 156, respectivamente. O RASI não revela as razões desta diminuição, mas pode estar relacionada com o corte de horas extraordinárias aos agentes da lei, que assim tiveram menos tempo para andar í procurar dos bandidos.
Mas o mais preocupante, sem dúvida, é a diminuição do número de detenções.
Notem que em 2011, a média diária de detenções foi apenas de 196.
Já viram quantos anos vão ser precisos para prender todos os ladrões portugueses?
Euclides Santos, apesar do nome, não tem nada a ver com geometria.
Ou, se calhar, tem…
Euclides Santos é comandante de Polícia Municipal de Coimbra e passaria anonimamente por este mundo, se não fosse a sua péssima relação com as novas tecnologias.
É que o senhor comandante, em vez de enviar postais de boas festas aos familiares e amigos, como fazia antigamente, decidiu enviar mails, porque é mais modernaço.
Vai daí, e segundo o judicioso DN, enviou este mail aos trabalhadores da câmara municipal:
Consta que a menina Genoveva, que trabalha na tesouraria da câmara há 30 anos e é uma das mais empedernidas virgens de Coimbra, ficou tão escandalizada com os votos de “relações sexuais incríveis”, que decidiu, logo ali, enviar um mail ao cardeal patriarca, pedindo a excomunhão do senhor comandante Euclides.
Só que a pobre senhora, também ela, tem alguma dificuldade em manejar as novas tecnologias e, sem querer, claro, enviou ao cardeal, este anexo.
E viveram todos felizes para sempre, o comandante Euclides, a D. Genoveva, o cardeal Patriarca e o Passos Coelho que, embora não tenha nada a ver com isto, leva por tabela, que é para ver se deixa de nos lixar as reformas!
1. O superintendente-chefe Guedes da Silva, director nacional da Polícia de Segurança Pública, viajou até Luanda, para participar numa reunião da CPLP. E foi em executiva.
O chefe da GNR também.
Segundo o Sindicato da polícia, a viagem da comitiva portuguesa custou 10 mil euros.
2. Cavaco Silva foi í Cimeira Ibero-Americana, no Paraguai e levou 22 pessoas com ele.
Hoje vi, nos telejornais, uma conferência de imprensa dada na capital paraguaia por Cavaco, Passos Coelho e Paulo Portas. Todos em Asuncion, carago!
Presumo que a Assunção (coincidência…) Esteves ficou a presidir ao país. E quem terá ficado no lugar do primeiro-ministro?
Podíamos ter aproveitado para tomar o Poder!
Mas estava um dia de sol, tão bonito!…
Enfim, foi preciso uma viagem í América Latina para vermos aqueles três passarões juntos, na mesma conferência de imprensa.
Claro que a minha irritação máxima vai para a pesporrência de Aníbal. Quando questionado sobre o teor das conversas que tem, í s quintas-feiras, com o primeiro-ministro, respondeu que foi ele o inventor da “cooperação estratégica” (que dificuldade que o homem tem a dizer palavras com érres!) e que quando, daqui a muitos anos, foram tornados públicos os registos dessas conversas, então sim, vamos todos perceber o quão iluminado era o nosso querido Presidente! Porque ele sempre nos avisou de tudo o que está a acontecer, e não teve culpa de nada e nunca tem dúvidas e raramente se engana!
3. Os telejornais estão todos doidos com o caso Duarte Lima. A RTP, apesar da crise, apesar da dívida, tem já uma jornalista, enviada especial, lá no Brasil, para nos dizer, em directo, coisas que já sabemos, porque estão escarrapachadas na net.
Que eu saiba, a RTP tem um correspondente no Brasil, um jornalista que vive lá. Será que o tipo não é suficientemente competente para fazer as reportagens sobre este caso? É preciso mandar para lá mais uma jornalista (em económica?…)
Estes três exemplos mostram bem que, pelos vistos, a crise não chega a todos, da mesma maneira…
* O Hospital Miguel Bombarda fechou ontem as suas portas. Os últimos cinco doentes ali asilados, foram realojados na Moody’s
* Depois dos casos dos agentes da PSP de Vila do Conde, de Aveiro e da Pontinha, ficou claro que há uma nova exigência para se poder ser integrado na Polícia: não ter carta de condução
* A empresa que fazia a limpeza dos quartéis da GNR não viu o seu contrato renovado. Por isso, têm sido os soldados da GNR a fazer a limpeza. E estão revoltados. Não sei porquê. É a filosofia do utilizador-pagador. Sujam? Toca a limpar!
Fazia falta um código de conduta para os polícias portugueses.
Há muito tempo que estávamos fartos de polícias a cuspirem para o chão, a coçarem as partes, com a farda cheia de nódoas e o bigode mal aparado.
O Diário da República já publicou as novas regras pelas quais se devem reger os agentes da ordem.
Mas a coisa tem falhas.
Por exemplo:
Diz o novo código: “ao cruzar com superior em local apertado, (o polícia) facilita-lhe a passagem ou pede-lhe licença para passar se este estiver parado, evitando fazê-lo pela frente”.
Quer dizer que o polícia terá que passar por trás do seu superior. Pergunta-se: poderá dar-lhe um pequeno beliscão nas nádegas?
E se o local for verdadeiramente apertado, poderá o polícia saltar por cima do seu superior ou deverá agachar-se, de modo a que o superior passe por cima dele?
Questões prementes…
Outra regra de ouro: “quando um elemento da PSP acompanhar um superior hierárquico junto a uma parede ou num passeio, o subordinado deve ceder-lhe a posição interior”.
Compreende-se. Se, por acidente, um louco do volante invadir o passeio, terá mais hipóteses de atropelar o polícia, salvando-se o chefe da esquadra…
Claro que, se o passeio for muito estreito, deve seguir-se a regra anterior, isto é, o subordinado deve ir atrás do superior, embora um poucochinho desviado para fora, de modo a que o chefe sinta que vai por dentro.
Percebido?
Agora, quanto í magna questão de como devem entrar e sair os polícias de um carro…
Esta é, sem dúvida, uma das questões mais polémicas da nossa PSP. Várias vezes os bandidos conseguiram fugir porque os polícias se atabalhoaram a sair do carro, durante a perseguição.
Mas o novo código estabelece a regra: “a entrada em viatura da PSP inicia-se por ordem crescente de categoria ou função, fazendo-se a saída por ordem inversa”.
Simples e claro.
No caso de todos os polícias terem a mesma patente, suponho que devem sair do carro ao mesmo tempo, depois de dizerem em voz alta: “1 – 2 – 3!”
Há mais regras, mas estas três dão uma ideia da grandiosidade deste novo documento que orgulha a PSP e que deverá servir de exemplo a todas as polícias europeias!
Notícia de ontem, no DN:
“Uma mulher, alta e musculada, foi detida pela GNR depois de roubar e agredir duas menores junto a um centro comercial, em Albufeira. Já no interior do posto do destacamento de Albufeira, a suspeita de 30 anos voltou a fazer uso dos atributos físicos para agredir ainda quatro militares”.
Já viram bem a ousadia da malta?!
Agora até as gajas (altas e musculadas) dão porrada nos militares. E logo aos quatro de cada vez!
O governo fez muito mal em desistir dos blindados, carago!