Paulo Rangel é patético!
Não só parece, fisicamente, uma personagem de banda desenhada, como se comporta como uma.
O discurso de apresentação da sua candidatura a presidente do PSD – transmitido, em directo, pelos canais de televisão de um país onde, segundo ele, a liberdade de expressão está seriamente ameaçada – é algo de ridículo.
Dizer que o PSD é o partido da ruptura é, no mínimo, ignorância histórica: um partido que sempre foi o mais situacionsita possível que, no post-25 de Abril, temendo afirmar-se como liberal e de direita, se auto-intitulou Partido Popular Democrático; que, quando percebeu que, afinal, os socias democratas, em Portugal, eram os do PS, foi a correr mudar o nome para Partido Social Democrata; que sempre esteve no Poder ou lá perto – ruptura com quê, ó Rangel?!
Estás a gozar com quem?
E tantos adjectivos, pá!
Andaste í cata deles, no dicionário?
 “Candidatura desprendida”, “circunstâncias excepcionais e até dramáticas”, “intensidade perturbante”, “desgaste continuado”, “obras faraónicas”, “investimentos megalómanos”, e mais, e mais…
Que prosápia! Que pesporrência!
Mas quem julgas tu que és?
O salvador da pátria?
Então um gajo praticamente sem currículo, que surgiu do nada há pouco mais de dois anos, tem a lata de nos vir dizer que não estava a pensar candidatar-se mas, como a situação do país é muito grave, achou que era seu dever avançar.
Porquê? Que tem ele de tão especial, de tão messiânico, de tão sebastiânico?
E é ele, com aquela barriguinha sedentária, que andou pela campanha com um grupo de jovens laranjas a gritar ninguém-pára-o-rangel atrás, sempre em risco de tropeçar, cair e ir a rebolar pela ribanceira abaixo – é ele, com aquele sentido de estado que o levou a denunciar, no Parlamento Europeu que, em Portugal se vive um clima de asfixia da comunicação social, é ele, que nem no seu próprio partido consegue consenso, é ele que nos vai salvar?
Ora abóbora, Rangel!
Por que não dizes, de caras, que te queres candidatar ao tacho, como todos os outros, estás farto de Bruxelas, não gostas do clima, queres subir no partido, és ambicioso, o cargo de deputado europeu abre menos portas – tudo, menos este desígnio nacional de nos salvar!
Vai salvar outros, pá!
E, já agora, vai dar banho ao cão!