Outra razão para impedirmos a Manuela de ser primeira-ministra

Há muitas razões para não deixarmos a Manuela Ferreira Leite ser primeira-ministra, mas hoje vamo-nos ficar por esta:

A Dona Manuela está com perturbações da memória.

Ela esqueceu-se do que Santana Lopes fez como presidente da Câmara de Lisboa, ela esqueceu-se que esteve contra Durão Barroso quando este cedeu o seu lugar so Sr. Lopes, ela não se lembra das coisas que ele disse dela, quando ela concorreu contra ele, nas últimas eleições no PSD.

Agora, a Dona Manuela apoia devotadamente o Sr. Lopes – o homem dos túneis.

A Dona Manuela é capaz até de rezar pelo Sr. Lopes – ele, que pediu a ajuda de Deus para ganhar as eleições autárquicas, como se Deus não tivesse já tanto que fazer com as vítimas da gripe, das manifes no Irão e das quedas do airbuses.

Se a MFL ganhar as eleições em Setembro (livra!) é muito capaz de se esquecer que Dias Loureiro (outra grande vítima do Alzheimer) é arguido no caso BCP e convidá-lo para ministro da Administração Interna, cargo que ele ocupava no governo de Cavaco Silva, quando aconteceu o bloqueio da ponte 25 de Abril (será que alguém se lembra disto?)

Que ninguém o pare!

Houve duas coisas de que gostei muito na noite eleitoral.

Uma, foi a maneira sentida, vibrante, máscula, í  homem, como Paulo Portas, com uma lágrima no canto do olho, se abraçou a Nuno Melo.

Por momentos, pensei que iam arrancar o braço um ao outro, tal o vigor aplicado naquele abraço.

Os homens a sério vêem-se neste gestos(*).

A outra, foi ver Paulo Rangel a ocupar metade do palanque e rodeado por 152 jovens pê-esse-dês, imberbes, a gritarem: “Ninguém pára o Rangel! Ninguém pára o Rangel! Ninguém pára o Rangel, olé-ó!”.

Concordo plenamente.

Posto a rolar, em direcção a Bruxelas, espero bem que ninguém o pare e que o deixe rolar, Europa fora, até aos Urais.

(*) – Os homens? A sério?! Vêem-se nestes gestos?

Os homens!… A sério que se vêem nestes gestos?

Os homens a sério vêm-se nestes gestos?

A reflectir

Desde as 9 da manhã que estou sentado no sofá da sala.

A reflectir.

Amanhã vou votar e ainda não decidi para quem vai o meu voto.

Se escolhesse o meu sentido de voto pela aparência dos candidatos, votaria em branco.

Ninguém se safa.

NO PS não votaria porque o Aví´ Cantigas me parece deslocado nestas eleições; aquele bigode e aquele cabelo parecem não pertencer í quela pessoa e a voz fica muito melhor a um professor primário de Mangualde do que a um deputado europeu.

No PSD também não votaria porque o cabeça de lista parece, de facto, o Manelinho, da Mafalda, com o cabelo cheio de gel e aquele corpo em forma de pêra, qual sempre-em-pé.

Na CDU, muito menos. A Dona Ilda aparece com aquele casaco verde, que parece uma grande alface frisada e troca os vês pelos bês e diz coisas que já ninguém diz em nenhum país da Europa, excepto, talvez, o Azerbeijão (que, por acaso, fica na ísia).

O meu voto também não iria para o CDS porque o Nuno Melo também não se parece nada com um eurodeputado, dando mais a impressão de ser o gerente de um loja de roupa para homens modernaços, mas pouco, tipo Cortefiel ou Dielmar. E, depois, traz o Portas sempre atrás…

No Bloco, também não. O Miguel Portas tem aqueles olhos sempre franzidos, como se tivesse obstipação crónica e agora anda com uma calmeirona sempre atrás dele, com olhos de carneira-mal-morta e ar de matadora. Perigosa, aquela senhora…

O meu voto também não iria para nenhum dos outros candidatos, por razões várias.

Para a Laurinda Alves, do MEP, não, porque é demasiado católica. Para a Manuela Magro, do Partido Humanista, também não, porque não. Para o Partido da Terra, só se fosse adubo. Para aquela coisa que se chama MMS, também não, por razões óbvias (MMS?!…). Para o MRPP, nunca, porque tem Lenine a mais. Para a Carmelinda, do RUE (ligado ao POUS, que não tem nada a ver com a OCMLP, nem com a FSR, muito menos com o PCM-ML), também não, porque estou farto de siglas.

Sendo assim, poderia escolher o meu sentido de voto depois de ler as propostas de cada um dos candidatos.

E, neste caso, tirando o tal RUE (ligado ao POUS), que propõe a ruptura com a União Europeia, todos os outros candidatos querem uma Europa melhor e mais justa, mais igual e mais fraterna, mais humana e mais amiga do ambiente, mais moderna e mais aberta e mais honesta e mais bonita e mais limpinha e mais asseada e mais, e mais, e mais…

Já passa do meio-dia, já estou a reflectir há mais de 3 horas e cada vez estou mais confuso.

Ajudem-me, por favor!

Vernáculo parlamentar

Para quem não sabe: os deputados da Nação discutiam um plano governamental de benefícios fiscais para a compra de painéis solares.

José Eduardo Martins, deputado do PSD, afirma que o plano foi desenhado para beneficiar duas empresas, a Martifer e a Vulcano.

Em tom irónico, o deputado do PS, Afonso Candal, diz: “Sei que a sua preocupação são os contribuintes.. Eu sei… Eu sei… Sei que, piamente, esses são os seus interesses… São os contribuintes…”

Suspeitando que Candal estaria a insinuar que José Eduardo Martins, que é advogado na área ambiental, poderia estar a querer defender interesses dos seus clientes, o deputado do PSD vira-se para Candal e declara:

“Vai para o caralho!”

Candal ficou obviamente confuso. A que caralho estaria Martins a referir-se?

É que, na frase «vai para o caralho», o deputado do PSD utilizou o termo “caralho” como advérbio de lugar onde (Para onde vais? Para o caralho.)

Ora, sendo Candal deputado do PS, será de supor que Martins o estava a mandar para o caralho do PS.

Mas como em política, nem sempre o que parece, é, podia muito bem ser o caralho do PSD ou outro caralho qualquer.

O grande problema, sempre que se usa o termo “caralho”, é saber se o utilizamos como substantivo, adjectivo, advérbio, unidade de medida, ou como qualquer outra das múltiplas formas como se pode usar o caralho.

Por exemplo, no futebol, “caralho” é muito usado como nome próprio. De facto, mais de 60% dos jogadores de futebol se chamam Caralho. Daí, as expressões: “Passa a bola, Caralho!”, “Remata, Caralho, remata!”, “Vai-te embora, ó Caralho!”

O caralho é também usado como pontuação.

Como virgula: “Ouve lá, caralho, quando é que pagas o que me deves?”

Como ponto de exclamação: “Olha que tu não me tornas a fazer isso, caralho!”

Como ponto final parágrafo: “Não faço nem mais um caralho”.

O grande Millor Fernandes já tinha chamado a atenção para a utilização do caralho como unidade de medida: “grande comó caralho”, “longe comó caralho”.

No entanto, no ambiente de um Parlamento, “vai para o caralho” é uma novidade.

Há antecedentes, claro.

Em 1982, por exemplo, e segundo o DN, o velho Sousa Tavares, dirigindo-se ao “operário” Jerónimo de Sousa que, já nesse tempo, era deputado, disse:

“Olhe, vá í  merda! Idiota! Mandrião! Vá trabalhar, que foi aquilo que nunca fez na vida! Calaceiro!”

E recuando mais dois anos, para 1980, o então deputado do PS, Raul Rego, virando-se para o mesmo Sousa Tavares, deputado do PSD, sibilou:

“Vá para a puta que o pariu!”

Percebe-se, portanto, que existe uma espécie de tradição de os deputados do nosso Parlamento se mandarem uns aos outros para sítios curiosos: para a merda, para a puta que os pariu e, agora, para o caralho!

Em resumo: não se sabe se Afonso Candal seguiu o conselho do seu colega Martins e se foi mesmo para o caralho.

Sr. deputado: quando lá chegar, diga-nos qualquer coisa.

Sócrates, 30 anos depois

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No passado dia 20 de Fevereiro, fez 30 anos que Sócrates é nosso primeiro-ministro.

A meio do seu sétimo mandato, Sócrates encontra-se numa encruzilhada. Depois de Manuela Ferreira Leite se ter retirado da política e de o PSD ter desaparecido por implosão interna, não resta a Sócrates outra oposição que a do segundo homem mais velho do planeta, Manuel Alegre, que continua a gritar que ninguém o cala, a dizer que, no PS, existe um clima de medo e que o partido se está a afastar das suas raízes de esquerda.

Entretanto, o homem mais velho do planeta, Mário Soares, já prometeu que se o próximo “check-up” médico lhe for favorável, não se importa de concorrer í  presidência da República.

Como se sabe, o nosso presidente, o venezuelano naturalizado português, Hugo Chavez, já está tão velho que, na última cerimónia pública, urinou na tribuna presidencial.

O ministro da Economia do governo de Sócrates, Francisco Louçã, admitiu que partiria a cara ao líder da Oposição, Paulo Portas, se ele continuasse a exigir menos impostos para os agricultores, que não passam, hoje em dia, de cinco ou seis famílias que detêm umas hortas em Loures.

Na Assembleia da República, o PCP, hoje reduzido a Jerónimo de Sousa, dois habitantes do Seixal e um cão, nascido em Grândola, continuam a sua greve de fome, a favor da continuação do inquérito ao caso BPN, exigindo que Dias Loureiro seja presente í  comissão de inquérito pela 57ª vez, porque ainda há umas verbas perdidas que não estão bem explicadas.

Na próxima semana, deve ser aprovado o casamento entre todos os homossexuais, seguido da dissolução da igreja católica que, aliás, se encontra na falência, desde que se descobriu que o Vaticano tinha a massa toda investida no esquema piramidal do Freeport.

Finalmente, novos valores na política!

Fartos dos velhos políticos portugueses?

Not anymore!

O PSD anunciou ontem o seu candidato í  Câmara de Lisboa: trata-se de Pedro Santana Lopes, um jovem e talentoso político que começa, agora, a dar os primeiros passos na cena portuguesa, e logo como candidato a um cargo tão importante como este.

A escolha de Pedro Santana Lopes foi uma decisão unânime de todos os membros da comissão política nacional, portanto não se pode falar em insanidade temporária de Manuela Ferreira Leite, quanto muito, poderá dizer-se que toda a comissão política está passada dos cornos por escolher um rapaz tão novo e tão verde (sim, é do Sporting… não se pode ser perfeito…)

Claro que este Santana Lopes não tem nada a ver com o outro Santana Lopes, o do túnel, aquele que abandonou a presidência da Câmara de Lisboa para ir fazer figuras tristes como primeiro-ministro e, depois, voltou para a Câmara, com o rabinho entre as pernas, desalojando o outro senhor de óculos, cujo nome já nem me lembro (Carmona? Craveiro Lopes?).

Não – este Santana Lopes é novo e não tem nada a ver com o outro Santana Lopes, que pagou 2,5 milhões de euros ao Frank Gehry para o gajo fazer um orçamento para o Parque Mayer e vir comer uns almoços ao Bairro Alto.

Este Santana Lopes é muito diferente, como se pode comprovar pelas imagens em baixo. í€ direita, o jovem Pedro Santana Lopes, agora candidato í  Câmara de Lisboa; í  esquerda, o outro Pedro Santana Lopes, o que deixou um buraco formidável nos cofres da Câmara. As diferenças são notórias…

Parabéns PSD!

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O PSD não tem emenda

—Segundo o Expresso, Manuela Ferreira Leite estará inclinada a deixar que Santana Lopes possa ser o candidato do PSD í  Câmara de Lisboa.

Este seria o presente envenenado de Manuela ao Sr. Lopes: ao dar-lhe uma nova oportunidade, calaria a oposição dentro do partido. Se Santana ganhasse (ah! ah!), Manuela também ganharia; se Santana perdesse, Manuela não poderia ser acusada de não ter tentado.

Esta baixa política só mostra como se mexem os partidos, o PSD, em particular. No artigo do Expresso, assinado por í‚ngela Silva, não se fala, em lado nenhum, do que poderia ganhar a cidade se Santana Lopes voltasse a ser presidente da Câmara. Não se conhece, da parte de Santana, nenhuma ideia nova sobre Lisboa (ele tinha 3 e já as esgotou: o túnel do Marquês, o Casino de Lisboa e o Parque Mayer). Nada disto interessa. O que interessa são os jogos dentro do partido.

Aliás, no PS, a treta é a mesma. Agora, por exemplo, António Costa e Helena Roseta chegaram a um entendimento, que foi muito saudado pelos comentadores. Então, mas afinal eles não pertencem ao mesmo partido? Não podiam ter chegado a esse acordo antes de concorrerem separadamente í  Câmara, evitando meses e meses de decisões adiadas porque não havia maioria nas votações?

Voltando ao Sr. Lopes: será que ele quer a candidatura í  Câmara de Lisboa?

Não acredito.

O Sr. Lopes quer a Presidência da República, quando o ciclo de Cavaco acabar.

Lá terei que votar no Mário Soares, outra vez, daqui a 10 anos…

Por que não falas, Manela?

Ficou célebre a frase do rei de Espanha, “por que no te callas”, dirigindo-se ao Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que não perde a oportunidade de botar faladura por tudo e por nada.

—Também entre nós começa a ficar célebre a frase dos militantes do PSD, dirigindo-se í  sua muda líder: “por que não falas, Manela?”

O país í  beira da falência, o Sócrates a anunciar empregos fictícios, o crime violento a aumentar de dia para dia, e a Manela caladinha que nem um rato, aliás, que nem uma rata…

Até parece que não tem mesmo nada para dizer.

Bem, ontem lá se reuniram os órgãos do partido e pariram um comunicado, pedindo a demissão do ministro da Administração Interna, só porque foram assaltados meia dúzia de bancos e uma carrinha da Próssegur.

O PSD devia ter vergonha na cara e dar atenção a coisas importantes, como esta notícia, publicada hoje no DN.

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Inacreditável!

Se o Governo não toma medidas, hoje são as lagartixas, amanhã são capazes de ser as rãs, os sapos e até as salamandras!

O PSD devia fazer uma oposição consciente e adulta e pedir a demissão imediata do ministro dos Répteis!

Que dizes a isto, Manela?

Nada, não é?…

Pois…