psd
Passos, sabes o que é esquizofrenia?
O Bloco anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao governo.
Ai que medo!…
E o PSD? Votará a favor ou contra?
Diz Passos Coelho:
«Não penso que Portugal precise de andar esquizofrenicamente todas as semanas a viver e a especular sobre sentimentos de crise política e não creio que seja isto de que o país precisa».
Por favor, leiam a frase com atenção.
Começando por dizer que não pensa, Passos confirma isso mesmo ao inventar um adjectivo (“esquizofrenicamente”), a partir do nome de uma doença.
O que quererá o gajo dizer com “esquizofrenicamente”?
Se a esquizofrenia é uma perturbação mental caracterizada por uma alteração do contacto com a realidade, com delírios e alucinações, será que Passos Coelho acha que as críticas ao governo de Sócrates são delírios? Que quem chama mentiroso ao primeiro-ministro está a alucinar?
Depois, toda a construção da frase é de um pobreza confrangedora: «Portugal não precisa de andar todas as semanas a viver e a especular sobre sentimentos de crise política»?
O que raio serão «sentimentos de crise política»?
E quer este gajo ser primeiro-ministro!…
Sporting Clube de Angola
Ainda não parei de rir!
Depois de comprar o Expresso, como acontece todos os sábados, desde 1973, olhei para a 1ª página e não pude deixar de soltar uma gargalhada!
Então os lagartos vão ser comprados por capital angolano?!
Diz o jornal que um tal Braz da Silva, líder de um grupo económico chamado Finertec, se prepara para se candidatar í presidência daquele clube, injectando, depois, largos milhões nos cofres leoninos.
Diz-se ainda que a Finertec, que tem como administrador Miguel Relvas, o secretário do PSD e braço direito de Passos Coelho, tem ligações fortes com esse grande democrata, que é o presidente angolano, José Eduardo dos Santos!
Quer dizer: Angola prepara-se para se vingar da guerra colonial.
Primeiro, compra o Sporting.
Depois, quando o PSD ganhar as eleições, há-de fazer lóbi ao Miguel Relvas e ao Passos Coelho.
E claro que, com capitais angolanos, o Sporting há-de comprar todos os diamantes do futebol e sagrar-se campeão.
Se não resultar, pode sempre ir da 2ª Circular para Luanda e disputar o campeonato angolano.
O Benfica até lhe pode emprestar o Mantorras…
AD outra vez? Não, obrigado!
A propósito do 30º aniversário da morte de Sá Carneiro, voltou a falar-se da AD.
De quê? De quem?
Da Aliança Democrática, uma coisa que parece que foi inventada por Sá Carneiro e que, segundo muitos especialistas da nossa praça, poderia salvar o país do atoleiro.
Em primeiro lugar, esta história de mitificar o Sá Carneiro já cheira mal. Convém recordar que Sá Carneiro foi deputado na Assembleia Nacional, nos tempos do Marcelo Caetano. Era daqueles que queria minar o sistema por dentro. Depois do 25 de Abril, foi um dos fundadores do PPD e, na altura em que morreu no tal acidente/atentado, apoiava um general obscuro para Presidente da República. Era o general Soares Carneiro e Sá (também) Carneiro sonhava com um governo, uma maioria e um presidente.
Agora, 30 anos depois da sua morte, ao mesmo tempo que põem o homem nos píncaros, chegando a dizer que, se ele não tivesse morrido, Portugal não estaria como está hoje, tentam ressuscitar esta história de “um governo-uma maioria-um presidente”.
Partindo do princípio que o Cavaco ganha as eleições presidenciais, basta que o PSD e o CDS, juntos, obtenham a maioria absoluta, para formarem um governo de coligação.
E assim renasce a Aliança Democrática!
E a malta que faz este raciocínio, incluindo ilustres jornalistas, fazem por se esquecer que, entre 2002 e 2004, tivemos um governo Durão Barroso-Paulo Portas e que, entre 2004 e 2005, tivemos um governo Santana Lopes-Paulo Portas.
Foi apenas há 5 anos, rapaziada!
A direita teve, então, um governo e uma maioria – só não tinha um presidente, mas também não foi por causa de Jorge Sampaio que Durão Barroso não levou o seu governo até ao fim da legislatura, pois não?
Portanto, deixem a AD sossegada, lá no sítio onde Sá Carneiro repousa.
Sempre a aprender…
Ao fim de todos estes anos, é difícil ouvir falar de qualquer coisa de que nunca tenha ouvido falar.
Posso não saber o que é, mas já ouvi falar…
No entanto, confesso que nunca tinha ouvido falar da “dívida soberana” e das “agências de rating”, senão de há uns tempos para cá, desde que se descobriu que Portugal podia ir í falência. É o mesmo que não saber o que é o nervo facetário. E muitos médicos não sabem…
Enfim, o bloqueio do nervo facetário é uma técnica muito difundida na medicina brasileira e que é usada nos doentes com fibromialgia e que também começa a ser usada, agora, em Portugal, para melhorar a dor crónica.
Ora bem: há quem diga que a fibromialgia nem sequer existe, mas as agências de rating e a dívida soberana, sim, existem!
Parece que o dinheiro que Portugal deve, está na mão de especuladores financeiros. Mas quem serão esses especuladores?
Segundo Louçã, é fácil: os responsáveis são Ricardo Salgado, Carlos Santos Ferreira e Fernando Ulrich, que pedem “empréstimos de curto prazo ao BCE [Banco Central Europeu], a um por cento” e depois reciclam “esse dinheiro comprando títulos do seu próprio país a quase sete por cento”.
Em breve, Louçã vai poder juntar í queles três vampiros, o nome do líder do maior país comunista do mundo. Parece que a China está interessada em comprar parte da dívida externa portuguesa. Aliás, a China já é detentora de dois terços da dívida externa norte-americana…
Mas Louçã também não gosta da China. Para ele, o modelo de sociedade perfeita encontra-se, encontra-se… encontra-se…
Ou não se encontra…
Voltando í s coisas que aprendi ultimamente…
Aprendi que os portugueses se transformaram em especialistas em Orçamentos.
É vê-los, sentados í mesa do restaurante, a discutir onde cortavam na despesa, onde iam buscar na receita – eles, que nem o orçamento lá de casa são capazes de gerir!
Fazem-me lembrar aquele rapaz, o Passos Com Três Ésses Coelho que, infelizmente, é líder do maior partido da Oposição.
E digo infelizmente porque se o tipo ganha as eleições – como é natural que o faça, com tanta ajuda de toda a comunicação social – vamos ficar ainda mais tramados do que já estamos!
E porquê?
Porque o tipo não percebe nada do que se passa í volta dele. Aliás, um líder político que tem como seu mentor um fulano como í‚ngelo Correia, que foi ministro da Polícia nos anos 80, alvo da chacota geral, nomeadamente de muitos textos do Pão Comanteiga em que o ministro era o centro da brincadeira e do gozo – um político assim, não merece qualquer credibilidade…
Um político que deixa que se publique a sua biografia nos termos em que o jornal Sol o faz, num texto da Felícia Cabrita que faz chorar as pedras da calçada. Eis o resumo:
«Filho de pais apanhados pela tuberculose, viveu a infância no Caramulo e em Angola. Na ex-colónia fintou a morte e ganhou uma irmã adoptiva. O regresso a Portugal foi para ele um pesadelo – até ao momento em que descobriu ílvaro Cunhal. A sua professora de canto diz que podia ser um grande barítono. Mas desde cedo enveredou pela política. Começou no PCP, transferiu-se para o PSD, teve conflitos com Cavaco e chegou í liderança. É casado em segundas núpcias com Laura, de quem tem uma filha”.
É este filho de tuberculosos que diz que os políticos deviam ser responsabilizados civil e criminalmente se não cumprirem o Orçamento.
Disse e reafirmou.
Seguindo esta lógica, Santana Lopes, por exemplo, com a jiga-joga do Frank Ghery, devia ter sido condenado a prisão perpétua.
E Teixeira dos Santos, se falhar a descida do déficit, não lhe resta senão a forca.
Democracia musculada, a do Passos…
Eu não vos disse que ele não passava de um ínhuca?…
O que eu aprendi com a negociação do Orçamento
Que Sócrates e Passos Coelho querem fazer de conta que pouco têm a ver com a discussão em torno do Orçamento.
Que aquilo é lá uma coisa entre aqueles dois ursos brancos.
Que, afinal, a aprovação do Orçamento só é importante para o PS e o PSD – para o Bloco, os comunistas, o Paulo Portas e o Alberto João, o melhor era chumbar o documento e… e…
Que todo este teatro só serviu para nós dizermos: «ufa! até que enfim que há acordo! que contente que eu estou pelo facto de o iva ter subido para os 23% e me irem sacar 10% do meu ordenado! Estava a ver que não conseguiam chegar a acordo! Assim, quando me forem ao bolso, sei que é por acordo entre os dois maiores partidos de Portugal!»
Que Paulo Portas já explicou que ele teria solução para todos os problemas orçamentais mas, como ficou de fora da negociação, junta-se ao problema, em vez de ajudar a uma solução.
Que Jerónimo de Sousa já teria resolvido isto há muito tempo, tomando as mesmas medidas que Vasco Gonçalves (quem?) tomou em 1976.
Que Louçã, apesar de tudo, anda muito arredado porque, no fundo, ele poderia propor sair da União Europeia, mas continua a gostar das camisas Gant.
Que, ao fim e ao cabo, como eu já disse, tudo se resumiu, afinal, ao IVA do leitinho com chocolate.
O PS, partido de esquerda, acha que leite com chocolate é para a burguesia endinheirada.
PSD, partido de direita liberal, acha que leite com chocolate é um direito adquirido da classe média.
Vitória da direita: o leitinho com chocolate ficou a 6%!
O Ornamento do Estado
Começa hoje, por volta das 15 hortas, a primeira reunião para discutir o Ornamento de Estado mais importante do sexo 21.
De um lado, Peixeira dos Santos, ministro da Ecomania; do outro lado, Eduardo Catrefa, por parte do PSD.
O Presente da República, Cavado silva, já disse que é fundamental aprovar este Ornamento e todos os especialistas em Ecologia e Faianças dizem o mesmo, mas os principais paridos parecem mais interessados em discussões estéreis ou histéricas, já não sei bem.
Teixeira dos Prantos diz estar pronto para negociar, mas o aumento dos impressos não é bem aceite pelos sexuais-democratas.
O PSD, í última orla, tirou um Coelho da Catroga e o duelo é inevitável.
Quem ganhará?…
Veremos…
Como dizem os cegos…
As 13 condições
O PSD reuniu-se e decidiu: só deixará passar o Orçamento se se verificarem as seguintes condições:
1 – que Jorge Lacão mande extrair aquele sinal que tem na bochecha direita
2 – que Teixeira dos Santos pinte o cabelo
3 – que Maria de Belém e Edite Estrela deixem de pintar o cabelo
4 – que Isabel Alçada nunca mais faça vídeos de boas-vindas
5 – que Francisco Assis rape a barba e perca 15 kg e deixe de ter aquele ar tão sério
6 – que Manuel Alegre desista a favor de Defensor de Moura
7 – que Defensor de Moura desista a favor de Atacante de Barrancos
8 – que o IVA dos néctares se mantenha a 6%, incluindo os tintos que são verdadeiros néctares (depois faço uma lista)
9 -Â que os benefícios fiscais passem a incluir bicos de silicone para amamentar, fundas para hérnias, pés elásticos, capas para telemóveis, tapetes para rato com apoio de pulso, caixas para óculos escuros, cuequinhas sexy com aberturas várias, gel lubrificante, bigodis, banquinhos para apoiar os pés quando estamos a ver televisão e meias elásticas de fantasia
10 – que o Mendonça das Obras corte o cabelo í escovinha
11 – que o Narciso Miranda seja readmitido e lhe seja dado um cargo importante, tipo chefe ou director ou responsável máximo de qualquer coisa
12 – que o Manuel Maria Carrilho fique como adjunto do Narciso Miranda
13 – que o Sócrates deixe de correr em público, deixe de usar gravatas de seda de uma só cor, deixe de abanar a mão direita, com o polegar encostado ao indicador, para cima e para baixo, quando está a discursar, porque parece outra coisa, deixe de ter aquele ar de que é primeiro-ministro de outro país qualquer e, já agora, que passe a discursar sempre em espanhol ou em inglês técnico
Cavaco ao mar!
No Congresso dos Portos e Transportes Marítimos, Cavaco Silva disse:
“Espanta muitos, dada a importância estratégica dos nossos portos, que possamos discutir meses e anos a fio o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa sem que paremos um pouco para pensar nos portos do futuro”.
É bem verdade, Sr. Presidente!
E também nos esquecemos de tudo o que o senhor fez pelos nossos portos durante os 10 anos que foi primeiro-ministro! O que eles se desenvolveram, senhor!
Lembro-me perfeitamente que, enquanto o senhor foi primeiro-ministro, Portugal não gastou um centimo em alcatrão, optando claramente pelas auto-estradas do mar, como o senhor muito bem lhes chamou no seu discurso de ontem.
O que os nosso portos floresceram, a nossa marinha mercante se elevou e o comércio marítimo se desenvolveu durante esses maravilhosos e aquáticos 10 anos!
E agora, é o que se vê: os nossos portos resumem-se ao Portinho da Arrábida e ao Porto Brandão!
Ainda bem que o senhor vai continuar a ser presidente e vai ajudar o PSD a ganhar as eleições e Portugal vai sair da crise.
Pelo mar, claro…
Mariquices da reentré
O conceito de “reentré política” é algo que me escapa.
Parece que o país pára durante o mês de Agosto, os políticos vão todos para férias, a malta fica a ver os incêndios e, depois, há que marcar o regresso com grandes manifestações.
Eu, quando regresso ao trabalho, depois das férias, só quero é passar despercebido.
Mas os políticos, não!
O PCP é o único que inventou uma coisa para camuflar a reentré, dando-lhe uma aura de seriedade – é a Festa do Avante.
Na Festa (não há outra como esta…), o secretário-geral do Partido tem direito a dois-discursos-dois, com larga publicidade nos órgãos de comunicação social, e tudo é disfarçado por um programa cultural variado, que inclui ópera e operários, rap e vira do minho, jazz, fado, minis e tremoços, churros e charros í discrição.
O PSD inventou duas coisas para a reentré: o Pontal e a Universidade de Verão e qualquer uma delas soa a falso, a patético e a coisa para ser transmitida pela televisão.
A festa do Pontal é uma espécie de Avante sem a ideologia, sem as atracções culturais e sem mais nada, a não ser as minis e as bifanas.
A Universidade do Verão é uma patetice ao nível das reuniões de tupperware, ou de lingerie para donas de casa, ou, neste caso, para laranjinhas-que-querem-um-dia-ser-políticos-profissionais-como-o-santana-lopes.
Quanto ao PS de Sócrates, tem arranjado reentrés com produção tipo hollywood. Este ano, começou por Mangualde e continuou em Matosinhos: em primeiro plano, o líder, o adorado líder, cheio de optimismo e confiança; por trás, um coro de jovens com ar saudável e t-shirts verdes (mau gosto!).
Mais modesto, o CDS-PP vive í custa do Paulinho que, com aquela voz tronitruante tenta esconder o vazio da militância no seu partido: ele é que apresenta propostas, ele é que faz, ele é que acontece, ele é que tem razão, ele nunca fez parte do governo, ele não tem culpa nenhuma desta merda (gritar isto em voz alta e ligeiramente nasalada)!
E acho que ainda há mais reentrés políticas, mas já ninguém dá por elas…
Tudo isto é inventado para os media, como o Valentine’s Day ou o Hallowheen.
E já não há paciência!…