Tive o prazer que conhecer os QOSA através do disco Songs For The Deaf (2002). Quando o ouvi pela primeira vez, lembrei-me da cena de um filme do Woody Allen, em que ele, num clube onde está a actuar uma banda de hard rock e, perante o barulho ensurdecedor e o ar assustador dos membros da banda, pergunta: «E no final ele vão fazer reféns»?.
Foi o que imaginei depois de ouvir aquele disco desta banda californiana. O ambiente soturno das composições, a voz mais ou menos cavernosa do vocalista, a energia das guitarras e o ritmo frenético mas, ao mesmo tempo, algo fúnebre, fazia temer o pior.
E, no entanto, gostei.
Muito.
O disco seguinte, Lullabies to Paralyse (2005), já não me entusiasmou tanto e Era Vulgaris (2009), passou-me ao lado.
Saiu agora este …Like a Clockwork e estou rendido.
Da formação inicial dos QOSA já só resta o líder Joshua Homme, que nasceu há 40 anos, na Califórnia. O homem é o principal vocalista e também toca guitarra e baixo e cheira-me que os Queen of Stone Age é uma coisa muito dele, razão pela qual os outros músicos nunca aquecem o lugar.
Neste disco, Dave Grohl volta a estar na percussão e Nick Oliveri no baixo (depois de terem sido despedidos, foram readmitidos), mas temos algumas participações notáveis, como Tent Reznor (dos NIN) e Elton John (quem diria?).
E o disco é bom do princípio ao fim, com faixas muito fortes, como If I Had a Tail e Smooth Sailing, a mais comercial My God Is The Sun, mas todas muito recomendáveis.
Aconselho vivamente.