Fincher conseguiu uma excelente adaptação do livro de Stieg Larsson. Li “Os Homens que Odeiam as Mulheres” em agosto de 2009 e ontem, ao ver o filme, recordei tudo o que li e pareceu-me que nada de importante ficou de fora.
“The Girl With The Dragon Tattoo” é filmado a um ritmo alucinante, sem momentos de quebra. O ritmo é logo marcado pelo genérico, que nos dá muitas informações sobre a história, que só quem já leu o livro reconhece, e pelo tema musical que acompanha essa sucessão de imagem – a excelente “Imigrant Son”, dos Led Zeppelin, numa versão superior de Trent Reznor e Karen O.
E depois, a fotografia de Jeff Cronenweth, é cinzenta, quase a preto e branco, o que vai muito bem com a história e com a luz própria da Suécia, durante o Inverno.
Como já é público, Stieg Larsson morreu pouco depois de ter assinado o contrato para publicar a sua trilogia Millenium. Grande fumador, regressava í redacção da sua revista, a Fox, quando deparou com o elevador avariado. Decidiu subir os sete andares e morreu, pouco depois de chegar lá acima.
Se estivesse vivo, era bem capaz de aprovar a escolha de Rooney Mara para interpretar o papel de Lisbeth Salander, a verdadeira heroína desta história.
Mara pegou bem na personagem e, para quem leu o livro, é uma Lisbeth convincente.
Quanto a Daniel Craig, também não tem grande dificuldade em personificar o jornalista/investigador Mikael Blomkvist.
Mas o principal culpado do excelente resultado final deste filme é David Fincher.
Desta vez, tenho que aplaudir quem decidiu traduzir “The Girl with the Dragon Tattoo” por “Os Homens que Odeiam as Mulheres”, que é a tradução correcta do título original do livro, que é “Man Som Hatar Kvinnor”.