Aproxima-se a eleição do novo líder do PSD.
Dois jovens se perfilam: Rui Rio e Santana Lopes.
Dois sexagenários cheios de sangue na guelra.
De Rui Rio, sabemos pouco – o mesmo não se poderá dizer do Sr. Lopes.
O Coiso muito escreveu sobre o Sr. Lopes, ao longo destes anos, sobretudo nos poucos meses em que foi primeiro-ministro (esses textos podem ser recordados aqui).
Num desses textos, recordava-se o caminho do Sr. Lopes, até chegar a primeiro-ministro e rezava assim:
“Entretanto, a Visão desta semana publica um artigo em que se traça o caminho percorrido pelo Sr. Lopes, desde que entrou na política até aos dias de hoje.
Para além de três casamentos falhados, que é algo que pode acontecer a qualquer um, eis os cargos por onde o Sr. Lopes já passou: nascido em 1956, entra para o PSD aos 22 anos e, depois de apoiar o regresso de Sá Carneiro ao PSD, é nomeado adjunto do ministro adjunto do primeiro-ministro, no governo de Mota Pinto. Fica lá 6 meses.
Parte então para Alemanha, com uma bolsa de estudos, para se especializar em Ciências Políticas. Regressa menos de um ano depois, sem acabar o curso.
Torna-se assessor jurídico de Sá Carneiro até í morte deste. É eleito deputado e escreve artigos nos jornais, sob pseudónimo, a condenar o governo de Balsemão e apoia Cavaco. Quando o Sr. Aníbal chega í presidência do PSD, nomeia o Sr. Lopes secretário de Estado da Presidência. Está com 31 anos. Candidata-se a deputado ao Parlamento Europeu, é eleito, farta-se de faltar í s sessões e regressa dois anos depois, sem ter acabado o mandato.
Cria o PEI (Projectos, Estudos e Informação) e lança a revista Sábado, com Joaquim Letria como director. Compra o Record e o Diário Popular, lança a Radiogest e O Liberal, com Maria João Avilez como directora; esta é afastada pouco depois, sendo substituída por Freire Antunes (que fica lá menos de dois meses), Fernando Seara e Francisco Sousa Tavares. Da Sábado, afasta Letria e convida Miguel Sousa Tavares. Pouco depois, desiste da PEI.
Em 1990, Cavaco nomeia-o secretário de Estado da Cultura, com as consequências que todos sabemos. Em 1994, demite-se, quando percebeu que o cavaquismo estava a dar as últimas. Concorre í presidência do PSD, contra Fernando Nogueira e Durão Barroso, em 1995, e perde.
Torna-se, então, presidente do Sporting, durante nove meses!
Concorre novamente í presidência do partido, contra Marcello Rebelo de Sousa, e perde.
Em 1997 ganha a Câmara da Figueira da Foz. Em 2000, suspende o mandato e candidata-se í presidência do PSD, contra Durão Barroso e perde!
No ano seguinte, ganha a Câmara de Lisboa, que abandona, a meio do mandato, para ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Vai ou não vai ser mesmo um fartar de rir?!…”
Não foi – ou aliás, foi, mas por pouco tempo.
Aguentou-se pouco mais que 7 meses. Jorge Sampaio demitiu-o e dissolveu a Assembleia.
E depois disso?
Vejamos:
Em 2005, concorre como líder do PSD contra José Sócrates e perde, enquanto o PS consegue a sua primeira maioria absoluta da História.
Durante dois anos, andou por aí e, em 2007 e 2008, sendo Filipe Menezes líder do PSD, dirigiu a bancada do PSD na Assembleia.
Em 2008, candidata-se a líder do PSD e perde para Manuela Ferreira Leite.
No ano seguinte, candidata-se, novamente, í Câmara de Lisboa, í frente de uma portentosa coligação que englobava PPD-PSD, CDS-PP e MPT-Partido da Terra. Perde para António Costa.
Em 2011, sendo Passos Coelho primeiro-ministro, é nomeado Provedor da Santa Casa da Misericórdia.
E agora, decide concorrer, mais uma vez, a líder do PSD.
Ontem mesmo, aconselhou o adversário a tomar “Rennie, Kompensan ou Alka-Seltzer”, uma vez que está sempre “amargo, azedo e mal disposto com toda a gente”.
Este Sr. Lopes é mesmo um cómico…