Siri Hustved (Minnesota, 2014) é autora, até agora, de cinco romances, um livro de poesia, dois livros de ensaios e mais umas quantas obras de não-ficção, mas acaba muitas vezes por ser conhecida pelo facto de estar casada com Paul Auster…
Talvez por isso, tenha escolhido este tema para o seu último romance.
The Blazing World é sobre Harriet Burden, uma artista-performer nova-iorquina, mais conhecida por ser a mulher de um marchant famoso.
Para que as suas obras fossem reconhecidas, Harriet pediu sucessivamente a três homens para assinarem por ela, como se fossem eles os autores – e as três exposições que daí nasceram foram sempre um sucesso. E Harriet sempre acreditou que tal só era possível porque os autores eram homens; se os críticos soubessem que a autoria das obras pertencia a uma mulher, tudo passaria despercebido.
E, de facto, é difícil recordarmo-nos de pintoras, escultoras, artistas plásticas em geral, do sexo feminino.
O Mundo Ardente, formalmente, é diferente do habitual: cada capítulo é um testemunho escrito, ou uma entrevista de alguém que conheceu e conviveu com Harriet ou, então, pedaços dos muitos cadernos que Harriet escreveu. E a pouco e pouco vamos construindo o puzzle da vida de Harriet.
Uma obra interessante, embora o mundo das artes plásticas, as suas guerras e tricas, que me parecem muito nova-iorquinas, esteja um pouco longe dos meus interesses.