The Shield – séries 4,5 e 6

E com estas três temporadas, de 2005 a 2007, termina a série que mais polícias corruptos a televisão mostrou, até hoje. Aliás, a frase que serve de subtítulo í  série é: “The road to justice is twisted”.

A série mantém a mesma realização “nervosa”, ao longo das seis temporadas, com uma câmara sempre em andamento, captando os intervenientes por trás de uma porta, por baixo de uma mesa, através da folhagem de um arbusto. Os principais intérpretes andam sempre num frenesim, entre a esquadra e os bairros sociais de Farmington; os bandidos são maus, mas os polícias ainda conseguem ser piores!

O “strike team” liderado por Vic Mackey (Michael Chiklis) tenta tudo para ocultar as trafulhices que foi fazendo ao longo dos anos, mas enterra-se cada vez mais.

shield4Na 4ª temporada, entra em cena Glenn Close, interpretando o papel de Monica Rawling, a nova chefe da esquadra de Farmington, substituindo David Aceveda, que se dedica í  política, e até parece que Vic Mackey tem uma nova oportunidade.

No entanto, Rawling acaba por ser posta em causa e é afastada, cedendo o lugar, finalmente, í  detective Claudette Wyms (C. C. H. Pounder) que, desde o início da série ansiava por dirigir a esquadra.

shield5Na 5ª temporada, surge o tenente Jon Kavanaugh (Forest Whitaker), encarregado de investigar as actividades do “strike team” e que, í s tantas, fica completamente obcecado pelo objectivo de prender Vic Mackey, acabando por actuar como ele, forjando provas.

É nesta temporada que Shane (Walton Goggins) não resistindo í  pressão da investigação, mata Curtis Lemansky,  o colega do “strike team”, receando que ele conte tudo a Kavanaugh.

shield6A 6ª temporada é a mais curta – aliás, é um desdobramento da 5ª temporada, decidida devido ao êxito da série ou í  greve dos argumentistas.

O “strike team” está resumido a Vic e a Ronnie Gardocki (David Rees Snell), cada vez mais entalados e Shane anda í  deriva, tentando orientar-se sozinho. Na esquadra, o detective Wagenbach (Jay Karnes), tenta fazer a diferença, mas acaba sempre por ser gozado pelos colegas, por ser tão ingénuo.

No final, Vic Mackey, no próprio dia que seria presente a uma Junta que o deveria expulsar da polícia, descobre documentos que comprometem juizes, políticos e outros “big shots” e mostra-os a Aceveda (Benito Martinez), pedindo o seu apoio.

O político e o polícia corruptos, condenados a entenderem-se…

The Shield – série 3

shield3De certo modo, “The Shield” é uma série precursora de “The Wire”.

Em “The Shield”, cuja acção decorre em Los Angeles, também os polícias estão cheios de defeitos, a começar pelo chefe da esquadra, o latino Aceveda, com grandes ambições políticas e a acabar na Strike Team, liderada por Vic Mackey.

Os quatro membros desta equipa especial também não são meninos do coro: roubaram uma boa maquia de dinheiro í  mafia arménia, mas estão tramados porque as notas estavam marcadas e, ao longo desta 3ª temporada (2004), tentam enganar os superiores hierárquicos, ao mesmo tempo que tentam apanhar os arménios, antes que eles os apanhem.

Dutch e Claudette, os dois detectives da esquadra, apesar de alguns sucessos, também têm as suas falhas e uma delas quase custa a vida a uma polícia a trabalhar “undercover”.

É uma série nervosa, filmada com a câmara ao ombro, sempre em andamento e que não tem uma única cena tranquila.

O lider da srike team, Vic Mackey (Michael Chiklis) ganhou o Emmy e o Globo de Ouro em 2002; a série ganhou o Globo de Ouro em 2003.

CSI – New York – série 3

csiny3A grande vantagem deste tipo de séries pode ser também a sua grande desvantagem: a rotina.

A 3ª temporada do CSI-New York traz pouco de novo, em relação í s temporadas anteriores e isso pode não ser mau, porque a produção continua excelente, os actores são convincentes, as imagens de Nova Iorque são espectaculares e as histórias são mais ou menos imaginativas.

No entanto, também não fazia mal inovar um pouco e apresentar alguns episodios com um pouco mais de acção, como é o caso do último desta série, que até inclui terroristas do IRA…

The Wire – 2ª e 3ª série

Grande série, esta!

Coloco-a lado a lado com os Sopranos e quase que a ponho, até, um pouco í  frente.

O grande trunfo de The Wire, em relação aos Sopranos, por exemplo, tem a ver com o facto de não ter um Tony Soprano, isto é, de não ter uma personagem central, em redor da qual tudo funciona.

wire2The Wire tem dezenas de pequenas personagens, como na vida: McNulty, o polícia de origem irlandesa, muito dado a grandes bebedeiras, com uma vida pessoal “fucked up” e uma obsessão – apanhar Stringer Bell, o negro “drug dealer” que se quer transformar num “business man”, através do “real estate”; Avon Bakersdale, o gangster traficante, que não quer ser outra coisa senão gangster; Omar, o gangster solitário, homossexual assumido, duro, sem misericórdia, mas com um código ético muito próprio; Daniels, o líder do grupo especial que realiza as escutas, cheio de dúvidas acerca da profissão; os diversos membros da equipa, cada um com a sua história pessoal e a sua visão da vida e da profissão.

Enfim, a legião de pequenas personagens, quer do lado das autoridades, quer do lado dos “bandidos”, é tão vasta que se confunde com a realidade.

Por isso mesmo, The Wire me parece uma das séries mais conseguidas, porque mais próximas da vida real.

A 2ª temporada tem o porto de Baltimore como pano de fundo, com o sindicato dos estivadores e as suas ligações com o contrabando, liderado pelos gregos. Mas, como segunda história, continua o tráfico de droga, com Avon detido, mas Stringer Bell a dominar os negócios e a tentar modernizá-los, ligando-se a senadores e a outras pessoas “sérias”.

wire3Na 3ª temporada, um dos chefes da polícia farta-se de ser criticado por não conseguir baixar a taxa da criminalidade e decide, sem dar cavaco a ninguém, empurrar os traficantes e os consumidores para três bairros, deixando-os comprar e vender í  vontade e limpando o resto da cidade. Claro que a criminalidade baixa, mas a ideia não é muito bem aceite pelas restantes forças vivas da cidade. Entretanto, Daniels e a sua equipa continua o cerco a Bell, não o conseguindo apanhar porque Omar chega primeiro.

Cinco estrelas!

Bones – 3ª temporada

bones3O agente do FBI, Booth e a patologista Temperance Brennan, conhecida como “Bones”, estão mortinhos para saltarem um para cima do outro, mas nenhum deles dá o primeiro passo. Esta tensão erótica, semelhante í  que existia entre David Addison (Bruce Willis) e Maddie Hayes (Cybill Shepperd), na série Moonlighting (Modelo e Detective, 1985-89), é o principal atractivo da série.

O resto, são argumentos mais ou menos imaginativos, com corpos mais ou menos desfeitos, em que só se aproveitam alguns ossos.

Os últimos dois episódios reflectem alguma atrapalhação e confusão mental por parte dos argumentistas e a 3ª temporada termina muito em baixo.

The Wire – 1ª série

wire1Há muito tempo na lista, só agora surgiu a oportunidade de ver a 1ª época desta série da HBO, criada por David Simon.

Sabendo que a série não tem muita publicidade e que os actores são pouco ou nada conhecidos, temo que admitir que The Wire é uma excelente surpresa.

A acção passa-se em Baltimore, nas zonas mais pobres dos bairros sociais, onde a droga impera. Um polícia, McNulty, está decidido a acabar com um bando de passadores de droga, todos afro-americanos, que não olham a  meios para passar os seus produtos.

McNulty consegue que os seus chefes criem uma pequena força policial que se vai dedicar, exclusivamente, a tentar apanhar Avon Barksdale e o seu bando.

Mas parece que a hierarquia está mais interessada em que McNulty falhe nos seus intentos, porque o dinheiro da droga pode levar a outros lados, nomeadamente ao financiamento de alguns senadores.

Se eu vivesse em Baltimore, sentiria vergonha ao ver esta série, pois parece que a maior parte dos polícias e procuradores públicos, ou são corruptos, ou incompetentes.

Não cedendo í  violência gratuita, nem aprofundando muito as vidas privadas das muitas personagens – apenas nos dando traços gerais, o que nos permite sermos nós a completar o desenho da personagem – The Wire é uma excelente série policial, que vale a pena seguir (parece que já vai na quinta e última época).

Soap – 1ª série

soap1Chester Tate anda enrolado com a secretária e realiza negócios escuros. Jessica Tate é tão ingénua que até dói, mas engana Chester, dormindo com o professor de ténis, acabando por ser acusada da sua morte. Corine, filha adoptiva de Chester e de Jessica é filha verdadeira da sueca Hilda, está apaixonada por um padre católico, mas também vai para a cama com o mesmo professor de ténis. O pai de Jessica, sempre fardado, pensa que a 2ª Grande Guerra ainda não terminou. Mary, irmã de Jessica, tem dois filhos: Danny, que está envolvido com a mafia e Jodie (Billy Crystal), que é homossexual. O marido de Mary, Burt (Richard Mulligan), pensa que pode tornar-se invisível, fazendo estalar os dedos. tem dois filhos de um anterior casamento: o tal professor de ténis, que acaba morto e Chuck, que é ventríloquo e anda sempre com o seu alter ego, o boneco Bob. Burt assassinou o primeiro marido de Mary, mas ninguém sabe.

Confusos?

Deixarão de estar depois de (re)verem a 1ª série de SOAP, de 1977 e que foi um marco nas séries de comédia norte-americanas.

Por cá, resolveram chamar-lhe “Tudo em Família” e, depois, quando “All in the Family”, de Archie Bunker, se estreou, tiveram que lhe chamar “Uma Família í s Direitas”.

Parvoíces.

Soap é propositadamente idiota, mimetizando as telenovelas (conhecidas como “soap”), as suas voltas e reviravoltas.

Do elenco, destaca-se Richard Mulligan, um verdadeiro personagem.

CSI – New York, 2ª série

csiny2A diferença entre o CSI de Nova Iorque e os outros está, fundamentalmente, no conteúdo das histórias. Pelos vistos, na dita Big Apple, os crimes são mais bizarros: tipos que se entretêm a fazer surf no tejadilho do metro; um jantar anual com iguarias exóticas, no Waldorf Astoria, que inclui centopeias e escaravelhos; um alpinista que escala o Empire State, e que morre, mas não da queda; adolescentes despejam todas as caixas de comprimidos que encontram em casa, e fazem uma festa em que misturam os medicamentos, aleatoriamente, com álcool; loiras com boob jobs, fazem corridas de patins, em que se agridem até í  morte, perante uma multidão frenética.

Estranhos hábitos e estranhos crimes numa grande cidade. A claridade do CSI-Miami contrata com o cinzentismo deste CSI-New York.

O par principal é formado por um sorumbático e formal Marc Taylor (Gary Sinise) e pela mais atrevidota, mas pouco, Stella Bonasera (Melina Kanakaredes).

Por enquanto, a fórmula vai resultando…

Californication – 1ª série

—Criada por Tom Kapinos, Californication é uma série muito divertida. Começando logo com o protagonista a sonhar que está numa igreja e que uma freira lhe oferece um “blow job”, podia descambar numa grandessíssima ordinarice, mas não – consegue manter uma classe muito elevada, mesmo quando a miúda de 16 anos, montada no escritor falhado Hank Moody, lhe prega dois valentes socos no momento em que atinge o orgasmo.

David Duchovny faz um Hank Moody muito cool: fumador, desleixado, desarrumado, deprimido, provocador, mas, no fundo, um gajo porreiro, que anda um pouco í  deriva.

A sua ex-companheira deixou-o porque ele era demasiado desordenado e juntou-se com um tipo muito certinho, mas que não tem piada nenhuma e continua a deixar-se seduzir pelo escritor. A filha de ambos, uma teen-ager estranha, com ar gótico, balança entre o papá e a mamã e tem a mania que vai ser uma pop star. O agente de Moody, é um careca libidinoso, que se envolve em jogos sado-masok com a secretária porque o seu casamento está uma seca, mas acaba por se envolver numa “ménage í  trois” que, em vez do excitar, o inibe.

Enfim, a galeria de secundários é ilustre e há muito material para desenvolver.

Ao contrário da imagem do californiano bem parecido, bronzeado e musculoso, Hank Moody é longilíneo, tem barriguinha e apresenta-se sempre com a barba por fazer e com o ar de quem dorme mal há décadas. Apesar disso, não se safa nada mal nos engates.

A série mostra muitas maminhas, rabiosques e, em geral, mais superfície epidérmica do que é habitual na televisão e, em 12 episódios, percorre quase todas as fantasias heterossexuais mais consensuais.

Uma boa arrancada. Vejamos o que a 2ª série nos reserva.

The Closer – 3ª série

—A terceira temporada de The Closer não desilude.

Kyra Sedgwick criou uma personagem com traços bem marcados e que ela continua a explorar, de episódio para episódio.

A deputy sheriff Brenda Leigh Jonhson pode ser desorganizada na sua vida privada, mas sabe conduzir um interrogatório de modo a não largar a presa se não quando ela acaba por confessar.

A galeria de personagens secundários também é suficientemente rica para, de vez em quando, fazer deslocar a narrativa para outros protagonistas.

As histórias são credíveis e variadas e o humor é q. b., até porque a própria Brenda Leigh desperta sempre um sorriso, pelo seu comportameno e pela sua pronúncia “saloia”.