Saudades da troika

A troika foi-se embora hoje.

Oficialmente.

Tenho pena.

Graças í  troika, conseguimos coisas que nunca sonháramos conseguir!

Foi graças í  troika que batemos o recorde do desemprego e é sempre bonito bater recordes.

Foi graças í  troika que muitos dos nosso jovens foram conhecer cidades com Glasgow, Montpelier ou Birmingham, e locais maravilhosos como os Alpes suíços. E por lá ficaram… Nunca o Manuel, o Joaquim ou a Tânia pensariam em viajar para tais sítios se não fossem estimulados pela troika.

Foi também graças í  troika que os nossos velhotes tiveram que se mexer, em vez de ficarem amarrados aos bancos de jardim a jogar sueca. É vê-los agora a fazer ganchinhos, fretes e partaimes, para compor a reforma.

É por isso que vamos sentir saudades da troika, do primeiro egípcio com ausência de cabelos no couro cabeludo até ao último troikano, o indiano Subir Lall (não será antes Descer Lol?).

Saída limpa ou saída merdósica?

É a grande questão do momento: como vai Portugal sair do programa imposto pela troika?

Vamos optar por uma saída í  irlandesa, que é a chamada saída limpa, ou vamos escolher uma saída suja, que é como quem diz, vamos cagar na troika?

A opção pela segunda hipótese é a mais apetecível.

Depois de três anos em que nos cortaram os ordenados, aumentaram os impostos, mandaram milhares para o desemprego e outros milhares para a emigração, diminuíram as reformas e nos fizeram recuar ao nível de vida de há dez anos, que tipo de saída nos apetece, se não a saída suja?

Aliás, merda é connosco.

No tempo da Outra Senhora, contava-se a história de um português mauzinho que, depois de morrer, foi para o Inferno e descobriu que aquilo não era a fogueira que ele estava í  espera, mas sim um enorme tanque cheio de merda. Foi lá que encontrou Salazar, com merda até ao pescoço.

Ainda tens a cabeça de fora, espantou-se o português mauzinho. Tu foste um grande sacana lá na Terra e, mesmo assim, ainda tens a cabeça de fora?

Salazar explicou-lhe: pois é, filho, mas estou em cima do Hitler, que está em cima do Estaline…

Isto para já não falar na história do emigrante português que estava a emagrecer e que foi a um médico que lhe receitou um banho de merda porque lhe diagnosticou saudades da Pátria.

Já Eça de Queirós dizia que isto era uma choldra, que é o mesmo que dizer que o país é uma merda.

Não é verdade que todos dizemos que o Governo só faz merda?

Não é verdade que os deputados são uma merda, que a Educação é uma merda, a Saúde é uma grande merda, os impostos são uma merda e até o tempo está uma merda?

Perante tanta merda, quem quer uma saída limpa?

Só a merda do primeiro-ministro que, até de merda percebe pouco!…

Não admira: um Coelho nem merda como deve ser sabe fazer!

Só caganitas!

portas moedas e albuquerque

 

Conto de Natal

Era uma noite fria de Dezembro e a neve caía em espessos flocos sobre os camelos e os seus ocupantes.

Eram três reis que se diziam magos e que vinham em busca do Menino para lhes ofertarem desemprego, miséria e recessão.

Chamavam-lhes troika e eles não se importavam com o insulto.

Por cima do estábulo, uma estrela cadente parou o seu percurso e fixou-se no firmamento.

Lá dentro, Pedro e Maria Luis, abençoados pelo olhar vazio de Aníbal, admiravam o menino, acabado de dar í  luz.

Chamaram-lhe Orçamento e nasceu para nos lixar em 2014…

Enunciado da 9ª avaliação da troika

Continuando com a sua tradição de Serviço Público, O Coiso divulga o enunciado da 9ª avaliação da troika.

Como se sabe, o governo de Passos Coelho passou nessa avaliação, embora não se saiba com que nota.

9ª AVALIAí‡íƒO DA TROIKA AO ESTADO PORTUGUíŠS

Responda sucintamente í s seguintes questões (Não é permitido copiar!):

1. Quem venceu a 2ª Guerra Mundial?

2. Quem ficou em segundo lugar?

3. Escreva a seguinte frase, corrigindo os erros ortográficos: “Eis um concelho: não siga os paços de Paços Coelho nos Passos do Conselho”

4. Coloque por ordem crescente de aselhice política os seguintes membros do PSD: Rui Machete, Luis Filipe Menezes, Fernando Seara, Alberto João Jardim

5. Explique por palavras suas por que razão o primeiro-ministro nomeou Pedro Lomba para o Governo (não é permitido usar palavrões)

6. Se Angela Merkel fosse um animal, que animal seria?

7. Sabendo que o Presidente da França se chama Holande, como se chama o presidente da Holanda?

8. Diga a tabuada dos 9 em voz alta, com os olhos fechados e sem contar pelos dedos

9. Componha uma quadra ao gosto popular em que entrem as palavras “trabalho” e “gaspar” (mais uma vez, não é permitido o uso de obscenidades)

10. Problema: considerando que um comboio parte do Porto, em direcção a Lisboa, í s14h30 com Passos Coelho a bordo e outro comboio parte de Lisboa, em direcção ao Porto, í s 15h, com Paulo Portas na segunda carruagem, pergunta-se – em que localidade se cruzariam se um deles fosse o TGV e Sócrates fosse o maquinista?

Foram estas as perguntas que Passos e Portas tiveram que ultrapassar para conseguir a aprovação da troika.

Parabéns para eles!

Desde que não sejemos toscos, a gente podemos mudar o país

Finalmente a gente temos um primeiro-ministro como deve ser, que auguenta as broncas e que se mantém firme.

Inda agora, a porpósito desta coisa da salvassão naçional, Paços Coelho diçe:

«Desde que tenhamos os pés assentes na terra e sejemos realistas – quer dizer, não comecemos a estabelecer objectivos que estão manifestamente para além daquilo que as condições nos permitem -, então é possível vencer e ultrapassar obstáculos e conseguir um clima de união nacional, não é de unidade nacional, é de união nacional, que permita essa convergência».

É isto mesmo que a gente precisamos: que sejemos realistas e façemos uma união naçional.

A última vez que a gente fizemos uma união naçional, durou 40 anos.

Digam lá se não era bonito que os deputados todos foçem amigos uns dos outros e  andaçem sempre abrassados?

Imajinem a Açunssão Esteves abrassada ao Jerónimo e a Catarina do Bloco ao colo daquele tipo do CDS que tem o cabelo oleozo, e o Zorrinho a fazer festinhas na barba do líder do PSD – digam lá se não era uma coisa bem bonita?

Sejemos realistas: demos a mãos uns aos outros, facemos um esforço para estarmos todos de acordo e de certeza que a troika nos empresta mais maça a um juro para amigos.

 

A troika é do Sporting

Notícia de hoje do Diário de Notícias:

«Ordem para cortar em luz, ar condicionado e água quente no Sporting – Bruno Carvalho quer funcionários a vigiar prevaricadores»

Ora aí está a razão pela qual o Sporting está í  beira da falência: os lagartos gastam 1,6 milhões de euros por ano em água e luz!

Dava para comprar vários jogadores tão bons como os melhores do actual plantel.

Mas Bruno de Carvalho vai acabar com esta rebaldaria!

E já deu instruções rigorosas: utilizar a luz natural, desligar os ares condicionados e os monitores dos computadores, tirar das tomadas os carregadores de telemóveis, apagar as luzes decorativas, etc.

E mais: Bruno de Carvalho recomenda «aos trabalhadores e jogadores que não deixem as torneiras de água quente a funcionar indefinidamente nos balneários e instalações sanitárias».

Isto são boas notícias para os benfiquistas.

Fustigados pelos banhos de água fria, com os olhos mortiços pela falta de claridade, quando os jogadores do Sporting entrarem no estádio da Luz, para a semana, ficarão tão ofuscados, encadeados e obnubilados que, quando derem por ela, já terão três na pá!

A carta í  troika

” Cara troika:

Espero que esta a vá encontrar bem de saúde, que eu bem felizmente, com a ajuda de Deus e de Miguel Relvas (pena que ele se tenha ido embora, mas a vida é assim, injusta…)

Venho por este meio informar que, apesar do chumbo da cáfila de juízes do Tribunal Conschional, eu e o Vítor estamos determinados a cumprir o que prometemos.

Assim, para compensar os milhões que o Tribunal Conschional nos roubou, vamos começar por cortar os subsídios de desemprego e de doença.

De facto, se um tipo está desempregado, não precisa de tanto dinheiro, já que não gasta nada em passagens para ir e vir para o trabalho. Do mesmo modo, se um fulano está doente, deve estar em casa, quem sabe acamado, e também não precisa de dinheiro para se deslocar, muito menos para gastar em bicas e outras coisas que ainda vão piorar a doença.

Decidimos, também, igualar os salários da função pública aos privados: polícias, militares e juízes, por exemplo, vão passar a ganhar porra nenhuma. Se os privados se aguentam sem polícias, militares e juízes, o Estado também se há-de safar sem eles!

Mais uns mesitos desta nossa política e Portugal estará onde deve estar: ao nível do tempo em que Lord Byron por cá passou,  por volta de 1800 e picos.

Foi ele que disse: “Quem entrar nesta cidade (Lisboa) que, resplandecendo ao longe, parece celestial, vagueia pelas ruas decepcionado com tantas coisas desagradáveis aos olhos do forasteiro”

Finalmente, os turistas do Norte da Europa virão visitar-nos em massa, para ver como a Europa era antigamente.

Espero que estas medidas sejam do vosso agrado e, caso tenham outras ideias mais radicais, é só dizer – eu e o Vítor estamos ao vosso dispor.

O vosso servidor,

Pedro Passos Coelho”

– Nota: esta carta é forjada; Pedro Passos Coelho nunca citaria Lord Byron…

Passos Coelho e Sá Pinto – a mesma luta!

Vai ser impossível chegar ao déficit de 4,5% este ano.

A despesa pode ter diminuído, mas a receita também e a recessão fez baixar os impostos cobrados.

A equipa ministerial é jovem, o primeiro-ministro tem um curriculo diminuto, mas todos são muito bem intencionados.

Apesar das dificuldades e da evidência do descalabro, Passos Coelho diz que, em 2013, já não vai haver recessão. Em 2014 seremos felizes.

Faz-me lembrar o Sporting.

Claro que teve azar, ao enfrentar, logo no início do campeonato, colossos do futebol nacional, como o Guimarães e o Rio Ave (este, ainda por cima, em Alvalade!), para além daquele desgastante jogo contra esse outro grande, o coiso, aquele que ficou em 4º no campeonato da Dinamarca (campeonato assustador!)

Mas também, perante as adversidades, Sá Pinto, o grande timoneiro, diz:  “Não estamos fortes. estamos muito fortes!”

Desculpem… vou só ali rir-me um bocadinho e já volto…