O filme é, sobretudo, um show de Helen Mirren, que faz uma rainha muito convincente.
Mas tem mais coisas que valem a pena: a ascensão de Tony Blair (“por favor, trate-me por Tony”), na sua posição quase esquizofrénica de querer, simultaneamente, a “modernidade” e a continuidade daquela família real; o espanto da chamada rainha-mãe e do marido da rainha, perante as manifestações de apoio a Diana, após a sua morte, incapazes de perceber o que se estava a passar; o próprio fenómeno mediático que foi a morte de Diana que, de certo modo, inaugurou uma nova espécie de notícia – a notícia que, embora tenha um facto real como base (a morte da princesa de Gales), é potenciada pela comunicação social, até se transformar em algo autónomo que, no final, já pouco tem com a notícia em si (veja-se o caso do desaparecimento da miúda inglesa, no Algarve).
Filme escorreito e sóbrio, como é habitual nos trabalhos de Frears.
Vi esse filme no cinema por influência da minha esposa. Fiquei surpreendido pela positiva.